PAPER CROWN 「 Changki, 2Won, Joohyuk 」

Jooheon, precisamos conversar

minnie narrando sz

[ 🐶 .*+ ]

Eu precisava falar com Jooheon sobre a noite na boate, urgentemente. Hyungwon disse para eu falar tudo de uma vez com cuidado para não me esquecer de nada, e ouvir a versão de Jooheon sobre nossa situação atual.

Minha sorte era que hoje a aula de Jooheon era a última, e eu poderia falar com ele assim que todos os alunos deixassem a sala. As primeiras aulas da manhã passaram devagar, mas nada se comparou à aula de química: o professor disse que teríamos de fazer um trabalho sobre misturas químicas e ele escolheu as duplas. Para minha alegria, minha dupla era Yoo Kihyun, a vadia da escola. Hyungwon fez dupla com Eunwoo, um dos mais inteligentes da nossa sala, e eu o invejei profundamente.

O professor nos deu as instruções e as páginas no livro. Teríamos somente essa aula para finalizar o "trabalho". Eu olhei para Kihyun, como se dissesse "venha cá, eu não quero ir aí", mas foi como se ele me respondesse a mesma coisa e nenhum de nós se moveu. Até que eu me irritei, peguei o livro e juntei uma cadeira a dele.

— Escute, Kihyun. Acho bom você ser intel... — fui interrompido quando ele puxou o livro de minha mão e retirou uma folha de seu caderno. O Yoo usou meu livro para apoiar a folha e começou a escrever, enquanto eu o olhava incrédulo.

— Tem que ser muito burro pra não saber falar sobre misturas químicas, Minhyuk — ele disse quando terminou de escrever nossos nomes. Quando eu ia rebater, Kihyun tratou de escrever tudo sobre a matéria, dividiu-a em tópicos sem sequer olhar para o livro.

— V-Você não quer conferir se está certo? — pigarreei.

— Eu sou filho de uma médica, Minhyuk. Seria estranho eu não saber biologia ou química.

Suspirei, me dando por vencido. Graças a essa fala de Kihyun, percebi que minha nota estava em boas mãos.
O Yoo terminou de escrever cinco minutos antes de o sinal tocar e a única coisa que fiz foi entregar o trabalho. Quando eu ia agradecer Kihyun, ele guardava seu celular no bolso e  atravessava sua mochila em seu corpo, não me dando tempo de falar algo. Ele ia sair no meio da aula?

Hyungwon tocou meu ombro e o olhei.

— Você por acaso ia falar com a vadia? — meu amigo perguntou.

— C-Claro que não.

O Chae continuou desconfiado, mas deixou isso passar. Kihyun parecia não ser nada do que diziam ou o que eu e Hyungwon pensávamos.

[...]

Depois do intervalo, Hyungwon e eu voltamos para a sala e nos sentamos. Jogamos conversa fora por mais cinco minutos até que Jooheon passou pela porta. Quando me viu, mordeu o lábio inferior, e eu virei o rosto para o lado, meio com vergonha.

— Seu professor favorito chegou, Minnie — Hyungwon provocou e dei um chute em sua cadeira.

— Eu preparei algumas atividades hoje — Jooheon mostrou os papéis em mãos e sorriu quando todo mundo se lamentou — não vale nota, mas é bom pra praticarem pra prova de semana que vem.

Jooheon pediu para que Eunwoo distribuísse as folhas e me chamou até ele. Eu cerrei as sobrancelhas, não entendendo o motivo daquilo.
Quando tomei coragem para me levantar da cadeira, Jooheon passou uma folha do seu livro e indicou para que eu lesse um post-it grudado em uma das páginas, enquanto todos os alunos estavam distraídos. Em caneta preta, estava escrito:

No final da aula vamos conversar.

Molhei os lábios e o olhei, assentindo de forma relutante. Voltei para minha mesa e o olhar de Hyungwon já me enchia de perguntas, as quais eu não saberia responder.

— O que ele queria? — o Chae perguntou.

— Te falo depois — disfarcei para que Jooheon não percebesse que eu havia contado para Hyungwon sobre aquela noite e tratei de rabiscar a tal folha de atividades, esperando que o tempo voasse.

Fiz diversos desenhos pelas questões, eu e Jooheon trocamos muitos olhares durante esse ínterim, e sempre deixávamos sorrisos bobos escaparem. Meu coração estava disparado só de vê-lo me olhar daquela forma.

Quando o sinal soou, eu quis gritar um "aleluia". Esperei todos os alunos saírem e disse que encontraria Hyungwon mais tarde. Assim que o último aluno deixou a sala, Jooheon apressou-se e averiguou o corredor antes de fechar e trancar a porta.

Aquele era o momento.

Respirei fundo, fechei os olhos e quando abri a boca para falar tudo o que tinha que falar, fui interrompido: os lábios carnudos de Jooheon pressionavam os meus em um selinho demorado e carinhoso, algo completamente diferente dos nossos beijos anteriores. Com as duas mãos, Jooheon acariciou meu rosto e afastou-se minimamente de mim.

— Eu sei que é errado, Minhyuk — ele sussurrou — e se você não quiser correr o risco comigo, eu vou entender.

Como ele sabia meu nome? Ao ver que eu estava confuso, ele deu uma risadinha.

— Eu te vi no intervalo e perguntei para uma colega de trabalho se havia alguém da minha turma por perto. Ela me apontou você e Hyungwon.

Molhei os lábios e fechei os olhos.

— É muita coisa de uma vez — murmurei — digo, só ficamos uma vez e você já me pede pra correr esse risco com você.

— Isso é ruim?

Neguei com a cabeça.

— Eu gostei muito daquela noite e não vou negar que não queria repetí-la, mas o certo seria não prolongarmos isso.

Jooheon deu um passo para trás e eu abri meus olhos ao não sentí-lo mais perto de mim. Sorri de canto e entrelacei nossas mãos, me aproximando dele.

— Mas eu nunca fiz a coisa certa e não penso antes de fazer as coisas — falei e Jooheon riu — por isso eu aceito correr o risco com você e ver até onde isso vai.

Aquilo o pegou de surpresa, tanto é que seus olhinhos saltaram para fora.

— Mas você foi muito mal em me deixar sozinho lá — fiz um bico. Jooheon acariciou minha bochecha e beijou minha testa.

— Eu não conseguiria me controlar se continuássemos aquilo.

Retirei minha mão de perto da sua e abracei seu pescoço. Seus braços abraçaram minha cintura, apertando meu corpo contra o seu.

— Não fuja de mim de novo, Jooheon — murmurei antes de deitar minha cabeça em seu peitoral e ter o topo de minha cabeça beijado por ele.