Hyunwoo, já pensou em conhecer outras pessoas?

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nunu narrando sz

[ 🐻 .*+ ]

— Como está a escola? — Minho indagou.

— Ah, está a mesma coisa de sempre. E você com o pai? — dei outra mordida na maçã, me aconchegando na cama.

— Não somos melhores amigos, mas agora ele está olhando pra minha cara — deu uma risada sem motivação.

— Ele já aceitou você e seu casamento?

— Foi exatamente por causa do casamento que ele me deixou voltar — ao ver o ponto de interrogação estampado em meu rosto, ele coçou a nuca e explicou-se — não deu certo. Moramos juntos por um ano e meio até que ele me deixou. Desde então, tenho morado sozinho em Busan. Só que a monotonia me irritou e decidi voltar.

— Sinto muito — murmurei.

— E você — meu irmão pôs um enorme sorriso nos lábios cheios — tem algum namorado?

— Não exatamente.

— Amor unilateral? — assenti — já pensou em conhecer outras pessoas?

Arregalei meus olhos, negando incessantemente. Meu irmão gargalhou, como se já esperasse aquela reação.

— A única pessoa que eu tive relações além de Kihyun foi Hyungwon, mas eu achei que estava fazendo algo errado e terminei com ele — umedeci os lábios, me ajeitando na cama — depois disso, não procurei conhecer ninguém.

— E por que não fazemos isso essa noite? — ele indagou animado — tem uma boate bem legal, vi pelo jornal. Deve ter seu tipo lá — Minho deu uma piscadela, essa que sugeriu segundas e até terceiras intenções.

— Você não vai desistir tão fácil, vai? — suspirei ao vê-lo negar — vamos só beber, nada de me empurrar pra cima de qualquer um.

— Juro de dedinho!

Minho, às vezes, parece não ser mais velho que eu por causa de suas ações e formas de pensar. Por vezes, é mais um adolescente com problemas de comportamento que um adulto responsável.

— Como é o seu amor unilateral? — ele questionou.

— Baixinho, péssimo temperamento, fios rosados e um sorriso bonito.

Minho segurou o riso e me arrastou para fora da cama, indicando que já estava anoitecendo e eu devia me arrumar. Sinceramente.

[...]

— Vão sair? — minha mãe perguntou assim que desci a escada com as mãos nos bolsos — é bom ver vocês aproveitando a juventude.

— Minho me mandou arrumar rápido mas ele está lá em cima faz quase uma hora e meia — sussurrei, impaciente. Minha mãe riu e deu tapinhas no sofá, para que eu me sentasse ao seu lado.

— Ajude seu pai e seu irmão a serem como antes, Hyun. Eles se amam, mas precisam de um pequeno empurrãozinho — ela afagou meus fios, com um sorriso nos lábios finos — se bem que um empurrãozinho seu seria forte — riu.

— Desculpe a intromissão, senhora Son — Hye apareceu na sala às pressas, como se tivesse visto um fantasma — tem um garoto lá fora desesperado, e ele diz que precisa falar com você, Hyun.

Eu e minha mãe nos entreolhamos, desentendidos. Quem viria a essa hora até minha casa?
Me desvencilhei do carinho de minha mãe e me levantei, acompanhando Hye até a porta. Pedi para que ela continuasse a fazer o que quer que fosse que ela estivesse fazendo e, com relutância, girei a maçaneta, encontrando o dono do meu amor unilateral vestido totalmente de preto e jaqueta de Changkyun em si.

— Eu sei que é um péssimo momento, mas eu preciso muito da sua ajuda — Kihyun falou parecendo que havia levado um choque de 1.000 volts — também sei que é tarde, mas eu estou preocupado com Changkyun. Você é a única pessoa que eu conheço e você é bem forte, eu estava pensando se você podia ir até Sonsang comigo e me ajudar a...

— Cale a boca, Kihyun — ditei. Massageei minhas têmporas, pensando se realmente o ajudaria. Mas antes de tirar conclusões precipitadas, pedi: — me conte, pausadamente, do começo, o que diabos está acontecendo.

Ele tirou a franja dos olhos e respirou fundo.

— Changkyun foi se encontrar com uma pessoa perigosa e caso ele não consiga o acordo, ele morre. Faz dez minutos que ele saiu e eu preciso muito da sua ajuda.

Eu ajudaria Kihyun, o garoto que gosto a ajudar Changkyun, o garoto que ele nem percebeu que gosta?

— Sonsang é perigosa e não duvido que todos têm armas naquele lugar. Eu não vou arriscar minha vida por uma pessoa que sequer aturo, Kihyun.

Ele mordeu o lábio inferior com tanta força que sangrou diante da minha resposta.

— Desculpe o incômodo, Hyunwoo — Kihyun deu meia-volta, porém, ao perceber que ele não me chamaria para a guerra sem estar armado, segurei-o pelo pulso e, a jaqueta finalmente me deu espaço para ver o que estava na lateral de Kihyun: uma arma.

— Onde você conseguiu essa arma?

— Estava no quarto de Changkyun — ele puxou o braço de forma brusca, se afastando de mim e indo, possivelmente, para a própria morte.

— Ah, então esse é seu amor unilateral — Minho disse atrás de mim.

PAPER CROWN 「 Changki, 2Won, Joohyuk 」Onde histórias criam vida. Descubra agora