PAPER CROWN 「 Changki, 2Won, Joohyuk 」

Hyungwon é um pecador

wonie narrando sz

[ 🐢 .*+ ]

Eu tinha passado o dia inteiro irritado com Minhyuk e seu comportamento. Quando Hoseok me ligou, eu despejei toda minha insatisfação em seu ouvido e me acalmei. Por incrível que pareça, ele ouvia tudo atentamente, mas aposto que gargalhava com os dilemas da vida de um adolescente de 18 anos. Sempre fazemos drama.

— Queria te ver.

— Está ocupado com o trabalho?

— Infelizmente — Hoseok suspirou — mas amanhã eu posso compensar isso.

Dei uma risada.

— Não pense coisas pervertidas, Chae. Eu vou te levar pro colégio e depois vamos sair pra jantar.

— Não pensei em nada, senhor Shin. Você que tem cara de quem tem terceiras intenções.

Foi a vez de Hoseok rir.

— Tenho que desligar, preciso terminar essa papelada. Vou estar na esquina da sua casa te esperando amanhã.

— Bom trabalho.

Então desliguei.
Hoseok e eu não éramos o que as pessoas podem chamar de casal normal. Nós nos afogamos em beijos na tentativa de esquecer nossos problemas: no meu caso, o problema chamado Hyunwoo; no caso do Shin, as brigas com o noivo e estresse na empresa. É como se Hoseok fosse a um bordel e eu fosse a vadia que ele vê todas as noites.

Já passei longas horas pensando se realmente devia continuar com isso. Conclusão: Chae Hyungwon estava completamente dividido. Se eu não tentasse, certamente me arrependeria, e, se eu continuasse, eu poderia ter alguém ao meu lado. Porém, só de imaginar meus pais descobrindo nossa relação, eu já tinha vontade de me jogar da sacada. É algo moralmente proibido na nossa sociedade, mas devo admitir que eu gosto de quebrar regras e fugir dos padrões, apesar de saber até onde isso vai me levar.

E, com certeza, me levaria para o inferno.

[...]

No dia seguinte, eu acordei mais cedo que meus pais para que pudesse encontrar Hoseok do lado de fora. E, como prometido, ele estava escorado em uma mercedes, de terno, mexendo em seu celular enquanto me esperava. Involuntariamente, sorri antes de caminhar até ele.

— Bom dia, bela adormecida — Hoseok disse com um sorriso nos lábios cheios e entrelaçou nossos dedos — dormiu bem?

— Dormiria melhor se você estivesse comigo — murmurei, o fazendo rir. Me aproximei de Hoseok e deixei um beijinho em sua bochecha, entrando no carro em seguida. Depois de processar o que eu havia feito, Hoseok entrou no veiculo, porém, não deu partida de imediato. Franzi o cenho quando ele passou a me encarar por tempo longo o suficiente para me deixar envergonhado.

— Você fica fofo com as bochechas coradas — ele disse baixinho, aproximando seu rosto do meu. Com lentidão e carinho, retribuiu o beijo que deixei em sua bochecha e acariciou meus fios — adoro esse seu lado.

Dei uma risada soprada e afivelei o cinto.

— Vamos, não quero chegar atrasado.

— Claro, vossa Alteza — ele brincou.

— Aonde vamos hoje à noite? — perguntei com a intenção de anular aquele silêncio que havia se instaurado.

— É um jantar de negócios, para falar a verdade.

— Não é errado me levar? Quero dizer, você é famoso nessas coisas e... — ele me interrompeu.

— Fique calmo, Wonie — Hoseok disse e riu — é um jantar de negócios fechado, não tem que se preocupar com a imprensa. Vou me reunir para discutir uns projetos com os médicos que me requisitaram para financiá-los.

— Então vai ser algo bem chato — murmurei.

— Você vai como meu assistente, então não vai ser chato — Hoseok dei-me uma piscadela.

Sempre nos cobríamos de disfarces. Eu sabia que Hoseok não assumiria nossa relação, até mesmo porque nem eu estava preparado para ter uma. Só que algo me incomodava, eu só não tinha certeza o que.

Antes de sair do carro, dei um selinho demorado em Hoseok, que sorriu com o ato e devolveu-o com o mesmo carinho. Entrei na escola e vi Minhyuk conversando com Kihyun e Changkyun, pareciam ter se dado bem. Minhyuk até mesmo abraçou Changkyun e ganhou uma olhada mortal por parte de Kihyun. O que diabos estava acontecendo?
Ao girar o corpo para ir para a sala, Minhyuk olhou para mim e ficamos nos encarando pelo o que pareceu uma eternidade. Porém, não passou disso.

Dei um suspiro pesado antes de continuar a andar até a sala e me sentar. Kihyun e Minhyuk estavam em cadeiras próximas e trocavam bilhetes, aquilo já estava me irritando. Minhyuk tinha facilmente me trocado? Pela vadia da escola? Ri incrédulo, bati as mãos na mesa e me levantei, tendo toda a atenção da sala em mim. Minhyuk e a vadia foram os últimos a prestarem atenção em mim.

— Minhyuk, vamos conversar lá fora — falei entredentes e deixei a sala. Não ligava de matar a primeira aula, o mais importante era me resolver com meu melhor amigo. O Lee apareceu um minuto inteiro depois, com os braços cruzados e cara de poucos amigos.

— O que quer? — se escorou na parede do corredor.

— Resolveu o problema?

— Sim, e não graças a você.

— Virou amigo da vadia?

— Sim. Algum problema? Kihyun é uma boa pessoa, nós — ele umedeceu os lábios — a escola inteira o julga mal.

Rolei os olhos, já farto daquilo.

— Era só isso? — Minhyuk indagou. Quando assenti, foi a vez dele de revirar os olhos, impaciente. Diante do clima pesado, decidi voltar para a sala. Já no meu terceiro passo, Minhyuk disse: — estou esperando você se desculpar pela sua atitude mesquinha, Hyungwon.

De soslaio, o olhei e respondi:

— Então você vai apodrecer enquanto espera que eu vá me desculpar por sua traição.