Capítulo vinte um

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Essa  dúvida tem me incomodado nas últimas semanas. As coisas estavam calmas, mesmo com Dexter a solta. Lívia conversou com Peter sobre o filho deles, agora ambos estão juntos morando na casa do mesmo, mesmo eu tendo dito que ela podia ficar o tempo que precisa se no meu apartamento.
Daniel permanecia na cidade e por algum milagre invés de me enlouquecer junto de Peter na tomada de decisões no complexo, o moreno de olhos verdes me ensinava cada vez mais a comandar tudo como se estivesse me instruindo para assumir o que por direito era dele e de Peter.
Decidi sair apenas uma vez com Aaron para decidir nunca mais tomar a faze-lo. No dia seguinte ignorei todas as mensagens e ligações dele até que ele finalmente parou de atormentar meus dias, insistindo em sairmos outra vez.
Estava revisando alguns contratos das diversas empresas associadas a Wolf, quando meu celular toca.
__Oi.- digo ja reconhecendo o número de Luke na tela.
__Como tudo permanece calmo, me daria a honra de devolver meu carro?

Dou risada de sua falha tentativa de me chamar para sair.
__Pelo som da risada de hiena com câncer, isso deve ser um sim.
__Se tenho a risada de uma hiena com câncer, você tem a de uma gazela no cio.- retruco.

Ele começou a rir do outro lado da linha. Depois acha que estou brincando.
__Esse convite se estenderia ao pequeno invasor no meu quarto?-pergunto sabendo a resposta.
__Vou amar vê-lo. Te busco as 20 horas, esteja pronta no horário.
Reviro os olhos mesmo que ele não possa ver. Noah olha para mim com uma expressão sapeca no rosto. Encerro a chamada dizendo que estarei pronta 20:30 apenas para irrita-lo.

__O que está aprontando macaquinho ruivo?
__Nada.-diz com as mãos para trás e sorrindo.
__ Então o que está escondendo atrás de você?
Ele estende um papel dobrado.  Curiosa abro  o papel vendo um desenho, feito por ele. Reconheço os olhos cinzas de Luke, que carrega um menino ruivo mas costas enquanto segura minha mão. O Noah do desenho segura uma casquinha de sorvete sorrindo. Embora fosse um desenho infantil podia distinguir os pequenos detalhes do lugar.
__Muito lindo, filho.- a palavra filho sai naturalmente, trago o para meu colo abraçando ele.
Seus bracinhos envolvem meu pescoço com força. Aperto ele ainda mais contra meu peito, tendo aquelas dúvidas de volta ao solta-lo.
A mansão está mais vazia do que nunca. Jonas, meu pai, estava em mais uma de suas inúmeras viagens de negócios e para a Mama Carly precisou viajar com urgência para sua cidade cuidar da mãe doente. A mesma só permanece viva, pois Daniel acha que ela sabe muito mais do que aparenta. As conversas que tive com ela no porão da casa se Dan, a mesma relutava em dizer quem estava por trás daquele plano todo, mesmo quando quebrei sua mão direita. Tanto Dan e Peter sabiam que consigo arrancar a verdade dela, embora meu desejo fosse mata-la nao faria isso enquanto ela não contar o que sabe.

Passo o restante da manhã brincando com Noah. Mama briga comigo por deixa-lo comer doce antes do almoço, mas faço a famosa expressão de cão que caiu da mudança e ela para de brigar comigo.
__Acho linda a atitude que tomou com seu irmão, minha criança.-ela sorri triste- Sua mãe ficaria orgulhosa da jovem mulher que se tornou ainda mais assumindo essa responsabilidade.- refere-se  ao ouvir ele me chamando de mãe.-Estou orgulhosa de você, Alexis.
Deixo Mama em paz com seus afazeres e subo com Noah para meu quarto.
__Descanse um pouco macaquinho ruivo, vamos sair a noite.
__O tio Lue também vai?
Confirmo com a cabeça vendo ele sorrir. Fico mexendo em seus cachos ruivos até ele estar em sono profundo. Retorno para a escrivaninha para terminar de analisar os contratos.

Horas depois término todos os contratos da semana. Quando esta perto das seis da tarde começo a me arrumar, após um demorado banho de banheira.
Opto por usar um vestido vermelho, puxado para o vinho longo com uma fenda na perna direita e costas nuas. Faço uma maquiagem que combine com o vestido, quando termino de me arrumar já são quase sete horas da noite. Deixo meu cabelo solto caindo em ondas.
Acordo Noah, que -resmunga um pouco. Por algum milagre divino o pequeno não faz sua costumeira bagunça no banho, o que agradeço internamente. Ajudo-o a vestir uma camisa social branca, de manga longa e uma calça jeans preta. Coloco um sapatenis azul quase preto em seus pés e termino de ajeitar seu cabelo. Deixo seus cachos livres do gel, deixando ele com aparência de anjo.
Arrumo uma muda de roupa para ele dentro de uma mochila, por precaução coloco um casaco caso esfrie. Término de arrumar a mochila quando Mama entra no quarto.
__Onde meus bebês vão assim tão elegantes e lindos?
__Vamos jantar com um amigo, Mama.
__No meu tempo não existia essa de amigo.-insinua sorrindo- E vai levar o pequeno também?
__Sim, ele adora o Luke. E  o mesmo adora o Noah.

Mama ainda insinua algumas coisas enquanto descemos as escadas. Noah está animado para ver o Luke e não para de se mexer em meu colo.
Embora esteja convicta da nossa amizade, não há como negar que estou atraída por ele. Nas últimas semanas estamos próximos como nunca antes, fora as provocações aumentaram de pequenas indiretas para respostas ambíguas.

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⏰ Última atualização: Jan 19, 2019 ⏰

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