Capítulo 2

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Era tarde quando Michael chegou em casa. Depois de passar um dia inteiro dentro da gravadora, a única coisa que ele queria era um bom banho e sua deliciosa casa. Porém, depois de um dia inteiro lutando contra os pensamentos, eles invadiram sua mente sem piedade.

Uma semana tinha se passado desde o jantar de noivado. Felicia já estava em Londres, mas seu trabalho estava tomando grande parte do seu tempo, fazendo com que o grupo de amigos não tivessem tido uma chance de se reencontrar.
Michael deitou-se em sua cama, cobriu os olhos
com o braço e, por um segundo, pensou ter sentido o perfume da garota. Sentou-se assustado, olhando para os lados, tentando discernir se aquilo tinha sido verdade ou mentira, porém, para a sua tristeza, não passara de sua imaginação.

"Eu estou ficando louco, é a única explicação", ele pensou, levantando da cama e indo direto para o seu banheiro. Eles tinham se falado algumas vezes naquela semana e, por isso, ele estava tendo cada vez mais sonhos com ela. Quanto mais perto Michael sabia que Felicia estava, mais forte ficavam todos os sentimentos que ele tinha por ela.

O rapaz despertou da calmaria que a água quente estava lhe proporcionando quando seu celular começou a vibrar em cima da pia do banheiro. Ele acabou o mais rápido possível seu banho, enrolando um toalha na sua cintura e atendeu o aparelho sem nem ver o número no visor.

- Mike? - a voz de Felicia soou e Michael quase desligou, com medo de estar realmente louco.

- Fe? É você?

- E quem mais seria? - ela deu uma risada gostosa que relaxou os músculos já tensos do rapaz.

- Se eu te explicar o motivo da pergunta, tenho certeza que você me acharia um maluco.

- Eu já acho mesmo assim, pode ter certeza.

- Mas você não me ligou para conversarmos sobre o meu psicológico, certo? - ele sorriu ao ouvir mais uma risada da menina.

- É claro, sou formada em medicina forense, não em psicologia.

- Com isso, acabo de me lembrar que quem precisa ser tratado aqui é você, e não eu.

- Sem insultar, senão desisto de te ver.

- Você quer me ver? - seu tom saiu mais malicioso do que o próprio previu e mais uma risada foi dada, fazendo-o rir junto.

- Eu quero fazer um fondue aqui em casa para todos vocês, Don Juan. O que acha?

- Te ver? Não sei, acho que estou muito atarefado para isso. - sua intenção era fazer uma brincadeira, mas a frase não surtiu esse efeito.

- Não faz assim, Mike. - a voz dela se modificou, repentinamente, fazendo-o ficar com o coração aperta‐ do - Eu não tive culpa, queria já ter me encontrado com vocês.

- Eu só estava brincando. Deixa disso, pequena.

Naquele momento, quando aquela segunda frase foi proferida, ambos se sentiram no passado. Era como se estivessem revivendo alguma briga sobre ciúmes e ele estivesse tentando acalmar a situação. Ficaram em silencio por alguns segundos, não sabendo como continuariam aquela conversa.

- Você ainda está ai? - Felicia perguntou, após mais um tempo, e ele sussurrou um "sim" - Eu sei do que você lembrou, vamos só fingir que se momento não aconteceu, ok?

- É, estava mais legal quando você me chamou de conquistador.

- Mike! Assim não dá né?

- Para, Fe. Você sabe que eu estou tentando des‐ contrair o clima.

- Dá pra gente voltar?

- Já que você insiste. - mais uma gargalhada.

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