Capítulo 8

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Dois meses se passaram e Felicia cumpria o que falara de não ver mais Michael. O menino sabia que a jovem ainda estava em Londres porque tinha encontrado-a em uma farmácia, comprando remédio. Viu uma mancha muito roxa em seu pescoço e não precisava ficar encarando muito tempo para identifica-la como um chupão.

Ela o viu e logo saiu, sem sequer lançar um mísero sorriso ao rapaz. Aquilo o matou por dentro, e por mais que ele quisesse ignorar aquele fato, não conseguiu. Não precisava sair para ficar bêbado e agradeceu mentalmente por ter um aparador repleto de bebidas na sua própria casa.

No dia seguinte, o jovem acordou com muita dor de cabeça e pensou em uma desculpa para não ir trabalhar. Ele não queria ver ninguém, muito menos levar sermão por causa da bebedeira da noite anterior, já que era clara a sua ressaca.

Ligou para o seu empresário com a melhor voz de doente que conseguiu imitar e foi convincente o bastante para ele manda-lo ficar em casa se recuperando. Levantou da cama apenas para se jogar no sofá e ficar vendo qualquer baboseira que estivesse passando na televisão.

Se deu ao luxo de pedir um japonês para não ter nem o trabalho de preparar qualquer coisa que fosse na cozinha, por mais rápida que poderia ser. Assim que o entregador subiu com a sua comida, toda a fome que ainda não tinha aparecido tomou conta de Michael e, assim que pagou, se jogou de novo no sofá.

Sua comida estava maravilhosa e o garoto só pensava em como um macarrão poderia ficar tão delicioso e gorduroso ao mesmo tempo. Estava perdido nos seus pensamentos quando ouviu a campainha tocar de novo. Fosse lá quem fosse, ele só queria dispensar o mais rápido possível.

- Christopher? - se admirou ao encontra-lo ali e, mesmo não deixando, ele entrou no apartamento.

- Nem adianta, eu não vou embora. - ele falou quando Michael fez menção de falar alguma coisa - E também não adianta nada ligar para a policia.

- Eu sei disso. O que você quer aqui?

- Ver se eu dou um jeito em você, já que ninguém consegue.

- Dar um jeito em mim?

- É Michael, ou você acha que eu engoli quando o seu segurança me disse que você estava doente e não ia trabalhar? - ele perguntou - A Fe faz de tudo para te proteger e você ficar bêbado por ai, tipo uma criança birrenta.

- Você não tem noção do que eu estou passando para ficar falando essas coisas para mim.

- Eu sei exatamente o que você está passando, provavelmente a mesma coisa que ela ou até pior. - ele disse e o rapaz se virou, sentindo seu coração contorcer - Mike, entenda, ela te ama.
- O problema é esse.

- Só não faz mais besteiras, por favor. - ele pediu e bateu a porta.

Michael estava sozinho de novo e a única coisa que conseguiu fazer foi se deitar no sofá e ficar encarando o teto branco da sala, sem se dar conta do que passava na televisão. Ele se levantou depois de um tempo, trancou a porta e foi até o banheiro, tomar um banho quente. Nunca demorou tanto no chuveiro como naquele dia, mas aquilo pouco lhe importava.

Enquanto isso, Felicia tentava cobrir a mancha roxa em seus pescoço com uma quantidade considerável de base e pó compacto. Saiu do banheiro, frustrada com o resultado que obtivera, indo direto para a mesa do seu chefe.

- Senhor, eu vou precisar de uma equipe de maquiagem para a emboscada de amanhã.

- Ainda não saiu? - a menina apontou para a mancha, agora marrom, no seu pescoço - Tudo pela força tarefa, certo? Fale com Luke.

Mystery GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora