Prólogo

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Viena, Itália. 3h47 AM.

Era a madrugada do dia mais cheio que Felicia já tivera no trabalho. Extremamente exausta de ter percorrido toda a cidade - em sua maior parte, correndo - a jovem tinha finalmente conseguido deitar na cama do hotel que estava hospedada.

A sensação de poder relaxar estava tomando conta de seu corpo mais rápido do que a própria podia ter consciência. Suas pernas tremiam de excitação por finalmente estarem paradas e suas costas doíam ainda mais por estarem tocando uma superfície fofa. Ela suspirou.

- Nunca pensei que fosse ser tão satisfatório estar em uma cama. - ela confessou, olhando para o rapaz que acabara de deitar do seu lado.

- Mas eu acabei de chegar. - Christopher disse, com um sorriso no rosto que a fez o acompanhar.

- Estou cansada demais para te insultar. - ela virou de lado, desligou o abajur no seu criado mudo e voltou- se novamente à ele - Boa noite.

- Boa noite, linda. - ele respondeu, também apagando a sua luz.

Ambos pegaram no sono sem nem notarem que o tinha feito. Felicia sonhava com sua casa, seus amigos e familiares quando foi acordada pelo barulho estridente do seu celular. Ela o atendeu, sem se preocupar em ver o número no visor e se sentou quando a voz de um dos seus melhores amigos começou a falar sem parar.

- Mark, respira. - ela pode ouvir que ele a obedeceu - Agora repete, mas devagar.

- Houve um acidente, nós não sabemos ao certo o que aconteceu.

- Um acidente? - naquele momento, Christopher já estava encarando-a sem entender ao certo o que estava acontecendo.

- Acabaram de ligar para a Gina.

- Por favor, me diz que não foi...

- Foi com o Mike.

As lágrimas começaram a invadir os olhos da menina e, em alguns poucos segundos, ela já estava emer‐ gida em um choro compulsivo. Christopher a abraçou e Mark esperou do outro lado da linha até a amiga se acalmar o suficiente para lhe dizer o que sabia.

Mas, para Felicia, tudo estava doído demais para ela conseguir se tranquilizar o mínimo que fosse. Ela simplesmente deixou o telefone cair em cima da cama e se rendeu a ficar camuflada nos braços do rapaz que a acolhia. Mark, por sua vez, desligou o telefone e passou todas as informações que conseguira por mensagem, um tempo depois.

- E então, Fe? - Christopher perguntou, quando a jovem o soltou em busca das noticias no seu celular.

Ela o olhou, com um sorriso triste brotando nos lábios e disse:

- Ele está vivo.

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