Capítulo 3

6 0 0
                                    

Eram mais de oito horas quando Michael chegou na garagem do seu prédio. Ele estava atrasado e, como não queria enfrentar o transito caótico de uma sexta-feira a noite, preferiu a moto ao carro. O ronco do motor soou quando o mesmo a ligou e um sorriso satisfeito surgiu no rosto do piloto.

Em alguns minutos, ele já estava parado em frente a casa de Felicia. A velha casa que costumava abrigar toda a família Foster, agora pertencia a primogénita. Apenas as luzes da parte de baixo estavam acesas e ele mal podia esperar para poder abraçar a anfitriã.

Seus dedos não paravam batucar a parte lateral de sua perna enquanto esperava a porta se abrir. Assim que isso aconteceu, um momento de completa paralisia tomou conta das duas pessoas que se encaravam. Os sorrisos se abriam gradativamente e, antes de falarem qualquer coisa, estavam envolvidos num abraço cheio de saudade.

- Eu senti tanto a sua falta. - ele sussurrou no ouvido da menina, respirando fundo e deixando aquele velho perfume preencher seu pulmão.

- Eu também. - eles se separaram e o rapaz ganhou um beijo demorado na bochecha - Vem, só estávamos esperando você.

Ela o puxou casa adentro, dando tempo apenas para o menino fechar a porta de qualquer jeito. Ele, por sua vez, observou a casa onde passou grande parte da sua infância e toda a sua adolescência.

Michael e Regina se tornaram amigos inseparáveis de Felicia quando os dois se mudaram para Londres e, por isso, o rapaz lembrava a quantidade de vezes que correu pelos corredores daquele lugar, brincando de alguma coisa. Os dois se juntaram aos outros convidados e, enquanto conversavam, comiam o fondue.

- Se eu fechar os olhos, tenho certeza que vou sentir o cheiro dos biscoitos que sua mãe fazia para a gente. - Michael confessou, fazendo os outros integrantes da mesa rirem.

- A única coisa que me lembro é de dormir nesse sofá, completamente bêbado, depois daquele jogo de dama. - Alan se pronunciou, fazendo Regina gargalhar.

- Eu sou o rei da dama! - ela engrossou a voz, tentando imita-lo, fazendo todo rirem.

- A gente podia recriar aquela noite.

- Vinho já está de bom tamanho pra mim. - Michael levantou os braços, em forma de rendição - Não consigo pilotar minha moto depois de algumas doses de tequila.

- A gente pode jogar pôquer. - Mark deu a ideia, fazendo todos prestarem atenção - Quem ganhar a rodada, escolhe alguém para beber uma dose. Se ficar muito ruim, Mike, eu te deixo em casa.

- Eu adorei a ideia. - Felicia se animou, levantando da mesa e entrando na cozinha, abaixando atras do balcão - Muito tempo que não jogo pôquer.

A menina apoiou uma garrafa de absinto e todos sorriram maliciosos com o feito. Em pouco tempo, per‐ maneceu apenas algumas guloseimas na mesa, um copo pequeno para a dose, a garrafa e as cartas. Nenhum deles jogava continuamente e, por isso, estava bem honesto o jogo.

Com o passar das rodadas, Felicia, Mark e Michael começaram a beber doses uma atras da outra, já que Regina e Alan estavam ganhando a maioria. Como os três estavam ficando cada vez mais bêbados, os mais sóbrios decidiram que era a hora de parar.

Uma garrafa de absinto e meia de vodka, era o que eles tinham tomado em, mais ou menos, uma hora de jogo. Mark estava no sofá, com Michael, ambos tentando se entender com o controle do video game de Felicia, enquanto ela, tentava de qualquer jeito impedir que Regina lavasse as louças.

- Amiga, se eu deixar você lavar, vamos ter que te levar para o hospital.

- Por quê? Você é visita, eu não posso deixar você fazer isso. - Felicia se apoiava na pedra de mármore da pia, tentando fazer a amiga mudar de ideia e se manter de pé.

Mystery GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora