Michael mal conseguiu sustentar o peso de seu corpo quando os capangas de Redmor o soltaram da "cama" de ferro que estava preso para amarra-lo em uma cadeira. O rapaz já tinha sofrido alguns tipos de tortura até aquele momento e não saberia se consegui‐ ria suportar por mais muito tempo.
Porém, depois de um tempo de agonia e aflição, ele ouviu barulhos vindos de fora do galpão. Onomatopeias de briga, um grito baixo, uma porrada e alguém caindo no chão. Depois de alguns poucos segundos de silencio, Felicia entrou apenas de lingerie, completamente apagada, no colo de um dos capangas.
Foi impossível conter o choro. Por mais acabado que Michael pudesse achar que estava, aquela cena só estava deixando-o ainda pior. O jovem se remexeu fortemente na cadeira no momento que a prenderam como ele estava algum tempo atras. Redmor, que saíra dali de dentro por alguns minutos, voltara com um sorriso debochado no rosto.
- Acorda, bela adormecida. - ele disse, colocando uma pastilha na boca dela, fazendo-a acordar no mesmo instante.
Assim que ela abriu os olhos, olhou para cima e, ao se ver presa, se moveu com força para tentar se soltar. Vendo que era inútil aquilo, olhou para baixo e contraiu a barriga ao ver que estava apenas de lingerie, mas logo olhou para frente e viu Michael sentado na cadeira, machucado e com lágrimas nos olhos que mal abriam.
Ela fechou os olhos, respirou fundo e tentou se concentrar no plano de Christopher. Após alguns segundos se recuperando, abriu os olhos e encarou Benedit como tinha feito com Jason no dia anterior. Deixou a raiva dominar todo o seu corpo e abriu um sorriso tão cínico quanto o de Redmor.
- Você queria ver se tinha alguma escuta em mim ou, simplesmente, me ver sem roupa? - ela perguntou e deixou seu sorriso aumentar quando ele engoliu em seco.
- Um pouco dos dois. - ele confessou, fazendo-a virar os olhos.
- Se eu soubesse que era tão fácil assim te seduzir, pode ter certeza que não estaríamos aqui hoje.
- De qualquer jeito, você não seria capaz de me prender. - ele disse, andando até muito próximo dela - Eu sou muito melhor do que você.
- O que te faz ter tanta certeza disso?
- Você ter vindo direto para o seu fim. - ele lhe deu as costas e foi na direção da mesa que estava a sua arma - Está vendo isso? Aqui tem cianeto, capaz de mata-lo em segundos.
- Você não...
- Faria. - ele a interrompeu, chegando próximo ao garoto - E vou fazer se você não colaborar.
- Eu só falo alguma coisa se você se livrar disso.
- Não é assim que funciona. - ele negou com a cabeça - Você não dita as regras aqui.
- Por favor. - ela implorou, com a voz baixa, deixan‐ do as lágrimas escorrerem pelos seus olhos - Eu lhe digo.
- Agora sim. - ela sorriu, indo na direção dela - E então, onde está?
- Larga a injeção, eu lhe imploro.
- Não até você falar.
- Me dá uma prova que você não vai nos matar se eu contar. - ela pediu, encarando o amado que retribuiu o seu olhar.
- Não, Fe... - Michael se pronunciou de um jeito quase inaudível - Ele vai nos matar de qualquer jeito, não vale a pena.
- Quieto. - Redmor ordenou, apontando-lhe a injeção, mas logo se virou para Felicia - Você tem a minha palavra.
- Preciso mais do que isso.
Ele bufou e jogou longe a injeção.
Automaticamente e no mesmo instante, os amantes suspiraram aliviados. Não era uma garantia muito segura, visto a quantidade de arma de prontidão dentro daquela sala que, com qualquer movimento brusco de algum dos dois, dispararia sem muitas delongas.
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Mystery Girl
Fiction généraleFelicia está a anos na França, soterrando todos os sentimentos que possui por Michael com a ajuda do seu trabalho, que ocupa a maior parte do seu tempo. Porém, essa ajuda se torna ineficaz uma vez que ele a obriga voltar para Londres. Ela nunca pens...