𝐍𝐢𝐧𝐞

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𝟔 𝐝𝐞 𝐨𝐮𝐭𝐮𝐛𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝟐𝟎𝟏𝟖.
𝐌𝐚𝐝𝐫𝐢, 𝐄𝐬𝐩𝐚𝐧𝐡𝐚.

O mês de outubro começou muito bem pra a brasileira.

Teve avanços, e agora conseguia falar sobre seu passado sem ter vontade de chorar, e inclusive se sentia um pouco mais confortável.

Seus pensamentos nada saudáveis haviam diminuído, e ela agora conseguia se olhar no espelho, e não odiar seu corpo com cicatrizes.

Ela estava voltando a se amar, a se sentir feliz, e ter aquele sentimento de volta, estava sendo gratificante.

No início, assim que chegara no país, Camila achava que não daria certo. Que ela não iria voltar a ser feliz nunca mais, pois o trauma havia sido muito grande.

E ela sentia um prazer enorme, em se olhar no espelho e admitir que ela estava errada, coisa que ela quase nunca fazia, devido ao seu orgulho.

— Cala, Maca e Lucas me pediram para te chamar para o jantar que terá na casa deles, esta noite, e eu disse que com certeza você estaria lá. — Clarice disse, entrando no quarto da menina.

Camila suspirou, e prendeu seu cabelo com um elástico que estava em seu pulso.

Ela já havia se negado a ir para uma balada com as amigas, no mesmo dia. Mas parece que suas tentativas de não sair de casa, foram todas em vão.

Depois do dia do parque, Camila acabou contando para ela sobre o que aconteceu, e fez sua irmã prometer que não contaria nada a Marcelo, pois ela sabia que se ele soubesse, desestabilizaria completamente o time, já que Marcelo iria tirar satisfação com os colegas de equipe.

— Camila, você me disse que eles combinaram de ignorar e fingir que nunca ficaram sabendo de nada. Por que esse medo? — a mais velha disse, se sentando na cama da irmã.

— Não é medo, eu só não sei se eu vou me sentir confortável perto deles, de novo.

— Se você não se sentir confortável, você finge que tá passando mal, e eu volto pra casa com você. — a irmã mais velha sugeriu.

Camila respirou fundo, e depois olhou para a irmã.

— Tudo bem!

🌼🌼🌼

Enquanto saia do carro, a garota se praguejava mentalmente por ter aceitado vir.

Havia amado conhecer todos eles, mas não se sentia muito confortável com a ideia de que agora eles sabiam, em partes, o que aconteceu com ela.

— Cala, tá tudo bem? — Marcelo perguntou.

— Sim, só to me sentindo um pouco indisposta, mas deve passar logo! — ela falou, já se preparando para caso não conseguisse permanecer no jantar.

— Então não é melhor nós voltarmos pra casa? — Marcelo insistiu, enquanto andavam até a porta da mansão.

— Não, eu vou melhorar! — ela disse, e o cunhado a olhou torto — Se eu não melhorar eu juro que aviso.

— Tem certeza? — insistiu.

— Sim!

Tocaram a campainha, e logo Lucas apareceu na porta.

— Olá, família! — ele disse — Entrem!

O jogador bagunçou o cabelo das duas crianças, fez o cumprimento especial dele com Marcelo, abraçou Clarice, e quando olhou para Camila, engoliu seco, se lembrando de tudo o que havia lido e escutado.

▶︎  𝓗𝓸𝓶𝓮  |  𝓘𝓼𝓬𝓸  𝓐𝓵𝓪𝓻𝓬𝓸𝓷 ◀︎Onde histórias criam vida. Descubra agora