𝟐 𝐝𝐞 𝐧𝐨𝐯𝐞𝐦𝐛𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝟐𝟎𝟐𝟐.
𝐌𝐚𝐝𝐫𝐢, 𝐄𝐬𝐩𝐚𝐧𝐡𝐚.Ali estava ela novamente.
Pela segunda vez em sua vida, Camila esperava ansiosamente que seu marido cruzasse aquela porta, trazendo Junior e Mateo consigo.
A recém-nascida dormia tranquilamente em seus braços, enquanto a mulher olhava admirada a filha.
Catarina havia nascido no dia anterior, trazendo consigo muitos laços e blusas minúsculas do Real Madrid, que o pai e a mãe haviam comprado, junto com as outras inúmeras roupinhas fofas.
A brasileira ouviu uma batida muito suave na porta do quarto da maternidade, e sorriu, já sabendo quem era.
Francisco abriu a porta do quarto lentamente, e viu os filhos correrem para dentro do quarto, loucos para conhecerem a irmã.
— Cala, ela é tão pequenininha! — Junior disse, com os olhos brilhando.
— Igual ao Mateo quando nasceu, se lembra? — Francisco disse, se aproximando.
O homem andou até a cama da mulher, e deixou um beijo no topo da cabeça da esposa, além de olhar encantado para a filha, que estava completamente alheia do que estava acontecendo naquele quarto.
Mateo esticou seus bracinhos gorduchos, e levou as mãozinhas até a boca, assim que o pai o pegou no colo.
— Olha meu amor, é a sua irmã!
— Irmã? — a criança perguntou, se embolando um pouco.
Mateo havia completado 2 anos de vida recentemente, e ainda não falava tudo perfeitamente, mas já corria a casa inteira, e deixava os pais de cabelo em pé com as traquinagens que aprontava junto do irmão mais velho.
Francisco colocou os dois meninos em cima da cama, para eles conseguirem ver a irmã direito, e se sentou na beira da cama, ao lado da esposa.
— Eu amo muito vocês quatro! São minha razão de vida! — o homem falou, enquanto via os dois filhos babarem na princesa.
— Nunca imaginei que fosse conseguir amar alguém, do jeito que eu amo vocês! — Camila falou, abrindo um sorriso de orelha a orelha.
Os cinco passaram um tempo sozinhos no quarto, até que a paz acabou.
— Cade a afilhada mais linda do mundo? — Marcelo perguntou, enquanto entrava no quarto.
Quando Mateo nasceu, Marcelo e Clarice iriam ser os padrinhos, mas eles queriam muito ser padrinhos de uma princesinha, por isso, o casal resolveu esperar a próxima — e última — gravidez. Felizmente, os planos deram certos, e a menininha veio ao mundo para encher ainda mais aquela família de felicidade.
— Ela tem o seu nariz! — Clarice falou para a irmã, que sorriu.
— O olho é do Francisco!
— Ela é uma mini cópia da Camila. Alguma coisa minha ela tinha que ter, né!
Os adultos gargalhavam, enquanto as crianças ainda admiravam a bebê que, agora, observava tudo bem quietinha no colo da mãe.
— Cala, ela é muito linda! — Enzo disse, com os olhos brilhando de encantamento.
— Todas as crianças nascem pequenininhas assim, não é papai? — Liam perguntou.
— Sim! Você era desse tamanho quando nasceu. Assim como Enzo, Mateo e Isquinho! — Marcelo respondeu o filho, que sorriu com a resposta.
Enquanto observavam os dois brasileiros brincando com as crianças pelo quarto, Camila e Francisco conversavam por meio de sussurros.
— Obrigada por não ter desistido de mim, mesmo quando te desapontei ou te magoei. — Francisco falou.
— Eu me apaixonei por você, porque era diferente dos outros, e não fazia questão de mudar. Você nunca, nem por um momento, vai me desapontar! — Camila respondeu, e viu o marido sorrir emocionado.
E então, Camila se lembrou daquela pequena palavra, que a muito tempo não passava pela sua cabeça. Lar.
Aquele era o lar da mulher. Não o quarto, ou a casa onde morava, mas sua família. Camila sabia, que não importava onde fossem, se estivessem juntos, tudo estaria bem, porque eles eram os lares uns dos outros.
A brasileira mal podia acreditar, que o começo de toda aquela história havia sido tão triste e doloroso. Não conseguia se lembrar como era ter uma vida sem cor e alegria, pois a muito tempo não passava por aquilo.
E mesmo sentindo muita saudade de seu país natal, ela sabia que a Espanha era o seu lar, e não tinha nenhuma pretensão de deixá-lo.
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▶︎ 𝓗𝓸𝓶𝓮 | 𝓘𝓼𝓬𝓸 𝓐𝓵𝓪𝓻𝓬𝓸𝓷 ◀︎
Fanfiction"Um dia todos vão encontrar seu lar. Mas lembre-se: lar não são tijolos, cimento e telhados. Lar é gente, aconchego, carinho e mutualidade; é sentir-se visto, importante, participante, afetivamente realizado. Lar é colo, ombro e abraço. Lar é alma...