𝐓𝐰𝐞𝐧𝐭𝐲-𝐒𝐞𝐯𝐞𝐧

2.3K 126 3
                                    

𝟔 𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐭𝐞𝐦𝐛𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝟐𝟎𝟐𝟎.
𝐌𝐚𝐝𝐫𝐢, 𝐄𝐬𝐩𝐚𝐧𝐡𝐚.

Já se passavam das quatro da madrugada, e a casa estava em silêncio profundo.

O casal estava dormindo, mas Camila fora acordada com uma contração um pouco mais forte do que as que ela havia sentido durante as contrações de "treinamento".

Ela já esperava que aquilo fosse acontecer durante aquela noite. No dia anterior, ela havia começado a sentir os pródromos, que são contrações fracas e que as vezes não causam dor, mas que endurecem a barriga da mãe.

A mulher, calmamente se virou para o marido, que dormia tranquilamente, e o cutucou.

— Francisco! — ela chamou.

O homem abriu os olhos, depois de resmungar algo que não foi possível ouvir. Achava que era apenas mais um dos desejos malucos da mulher, que, aliás, tivera inúmeros desejos estranhos durante sua gravidez.

— O que tá com vontade de comer agora? — ele perguntou, já se preparando mentalmente para levantar da cama e sair pra comprar o que quer que ela estivesse desejando.

— As contrações aumentaram!

O espanhol arregalou os olhos, e se sentou rapidamente na cama.

— Que? Isso deveria acontecer só na próxima semana! — ele falou, quase entrando em desespero.

— A médica já havia dito que poderia acontecer, lembra?

Não, ele não se lembrava daquilo. Provavelmente, a médica responsável por cuidar de sua esposa e seu filho, havia dito isso durante o último ultra-som que fizeram, enquanto ele estava ocupado demais babando na imagem do filho dentro do ventre da mulher.

— A gente precisa ir para o hospital! — ele disse, se levantando de vez da cama.

— Amor, calma! Nós nos preparamos muito para esse momento. As dores devem começar daqui a pouco, mas vai ser bem fraco. Lembra dos vídeos que nós assistimos juntos? — ela falou, se sentando com dificuldade na cama.

— Sim, eu lembro! Eu só estou nervoso. — ele falou, passando a mão pelo cabelo bagunçado.

Mesmo que sua bolsa tenha acabado de estourar, a brasileira não pode deixar de notar e pensar em como o marido ficava incrivelmente atraente com a cara amassada e o cabelo bagunçado.

A mulher sentiu uma quantidade grande do líquido sair de dentro de si, e molhar ainda mais a cama.

— Melhor nós ligarmos para a doutora Cristiane! — Francisco falou, enquanto pegava o telefone da mesinha de cabeceira, e se sentava novamente na cama.

Na ligação, o jogador explicou o que estava acontecendo, e perguntou se eles deveriam ir para o hospital. A médica os orientou, a aguardar até a bolsa estourar, ou até contrações aumentarem, e que esperassem chegar em uma pausa de 30 minutos, entre uma e outra, para que fossem ao hospital, pois estava cheio de mamães tendo bebês, mas que se vagasse algum quarto antes deles ligarem, o hospital ligaria avisando e eles iriam até lá.

A obstetra recomendou que Camila fosse para baixo do chuveiro ou que entrasse em uma banheira com água morna, para que ajudasse na hora das dores. Ela também havia pedido, para que eles começassem a contar o tempo entre uma contração e outra.

Francisco logo tratou de correr para encher a banheira para a esposa, que ria do desespero do marido.

— Você vai mesmo ficar rindo do meu desespero assim? — ele perguntou, enquanto ajudava a esposa a andar até o banheiro.

▶︎  𝓗𝓸𝓶𝓮  |  𝓘𝓼𝓬𝓸  𝓐𝓵𝓪𝓻𝓬𝓸𝓷 ◀︎Onde histórias criam vida. Descubra agora