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𝐅𝐢𝐟𝐭𝐞𝐞𝐧

𝟏𝟎 𝐝𝐞 𝐝𝐞𝐳𝐞𝐦𝐛𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝟐𝟎𝟏𝟖.
𝐌𝐚𝐝𝐫𝐢, 𝐄𝐬𝐩𝐚𝐧𝐡𝐚.

O mês de dezembro começou com tudo, e junto com ele, os preparativos para as festas de final de ano.

Da última vez que encontrou com a sogra, Camila fora intimada a passar a noite de natal com a família Alarcón.

Apesar de saber que sentiriam falta da filha na ceia, a mãe de Camila ficava imensamente feliz de saber que a menina estava sendo bem aceita pela família do espanhol.

Sabendo disso, Camila propôs que a família de seu namorado se juntasse a toda a sua família, e por incrível que pareça, eles adoraram a ideia. Então, Jenny e Monica, mãe de Camila, fizeram questão de montar um jantar, para que todos chegassem no dia de natal, entrosados.

Tudo estava indo muito bem entre o casal: estavam perto de assumir o relacionamento nas redes sociais, além de estarem cada vez mais apaixonados um pelo o outro.

— Você deveria vir morar aqui! — Francisco sugeriu — Você passa mais tempo aqui, do que na sua casa.

Era a mais pura verdade, a menina quase não parava mais em casa, vivia na casa do namorado.

— Ainda tá cedo pra isso, amore mio! — ela falou, enquanto acariciava a barba do homem.

— Acho que você errou a língua! — ele disse, caçoando do fato dela ter falado italiano, e não espanhol.

A menina soltou uma gargalhada, que acabou contagiando Francisco, que começou a rir junto da namorada.

Quando as risadas cessaram, Isco se perdeu nos traços da garota. A olhava com muita atenção, e então percebeu: ele a amava.

Pensou em guardar para ele, pois achava que era muito cedo para tais palavras. Mas antes mesmo que pudesse perceber, ele já havia dito aquelas famosas três palavras.

— Eu te amo! — ele disse, e quando se deu conta do que havia dito, teve vontade de sair correndo.

Ele sabia que a brasileira tinha um grande trauma quanto relacionamentos, e achava que talvez dizer tais palavras, pudessem assustar a garota.

Por outro lado, a menina sentiu seu corpo congelar.

Com exceção de sua família, ninguém nunca lhe disse aquelas três palavras, que carregavam consigo um sentimento tão intenso e forte, com tamanha naturalidade e sinceridade.

Pensou em ignorar, e fingir que não ouviu, mas assim como o jogador, não conseguiu manter a resposta para si, e antes mesmo que pudesse fechar a boca, já havia falado.

— Eu também te amo!

Ele soltou um suspiro de alívio, e a garota percebeu.

Agora não tinha mais volta: o casal havia acabado de perceber que realmente se amavam.

E foi naquela hora, que aquela palavra tão simples, passou pela cabeça de Camila.

Lar.

🌼🌼🌼

Camila e Francisco passaram o resto da tarde se sentindo leves.

Ficaram abraçados, na cama do jogador, enquanto viam um filme que passava na televisão, ou melhor, enquanto se beijavam e trocavam carícias, fazendo pouco caso do filme.

A menina teve que voltar para casa, e não pode dormir na casa do namorado naquela noite.

Assim que pisou em casa, soltou um suspiro, que foi ouvido por todas as suas amigas, que estavam reunidas na sala da casa, para uma noite especial das meninas.

— Parece que temos uma menina muito apaixonada por aqui! — Pilar disse, e todas riram, vendo o jeito que Camila sorria.

— Nós dissemos "eu te amo"! — ela falou.

Todas as mulheres arregalaram os olhos, e as que estavam deitadas, se sentaram rapidamente, sem tirar os olhos da menina.

— Vocês disseram? — Evelyn gritou.

— Sim!

— Como você joga uma bomba dessas no nosso colo, assim do nada? — Macarena falou, quase entrando em desespero.

— Quando você for falar algo do tipo, pelo menos avise antes, assim nós podemos nos preparar. — Jessica falou, e todas as outras concordaram.

— Okay, da próxima vez eu aviso! — ela fez graça.

— Não estamos em momento de gracinha, Camila! — Clarice disse.

— Pois é, a gente quer saber tudo. Como foi? — Kauany disse.

Camila contou sobre o momento para elas, que só faltaram se derreter de amores.

— Acho que eu nunca conheci um casal tão apaixonado quanto esses dois. — Leticia disse.

— Mas você continuaram se falando normal depois? Ou tudo ficou estranho? — Vanja perguntou.

— Eu e o Keylor passamos uma semana sem nos falar direito, depois do primeiro "eu te amo". — Andrea disse.

— Não conseguiria passar esse tempo todo sem falar com ele! — Camila disse, e viu todas as mulheres soltando murmúrios de fofura.

— O papo tá ótimo, e tá tudo muito fofo e lindo, mas eu vim aqui pra falar mal dos machos, e não ficar falando bem! Quem começa? — Lorena disse.

Clarice foi a primeira, e desatou a falar.

— Eu amo o meu marido, mas as vezes ele me irrita. Ontem a gente tava vendo um filme, só nós dois, e eu louca pra dar uns beijos, e ele nem olhou, passou o filme inteiro olhando pra porra da televisão! — ela reclamou — E no final, ainda teve a capacidade, de virar pro lado e dormir, sendo que eu tava toda linda, usando lingerie nova, camisola de seda, super sexy.

— E o Lucas? No outro dia, quase matei ele. Luquinhas pediu doce antes da janta, e eu disse que só depois de comer. Eu literalmente virei pra pegar uma coisa, e quando eu virei de volta, o Lucas tava enchendo o garoto de chocolate. Ai de madrugada, meu filho ficou morrendo de dor de barriga, e eu obriguei o meu digníssimo marido, a ficar acordado com ele! — Macarena disse, e todas reviraram os olhos.

— Homem não presta pra nada mesmo, hein. — Vanja falou.

As reclamações continuaram a todo vapor, e enquanto via suas amigas reclamarem de seus companheiros, Camila viajava em seus pensamentos, ou melhor, em Francisco.

A garota não conseguia parar de sorrir um segundo sequer, e estava sempre pensando nele e nas três palavras.

Foi então, em um momento de "lucidez", a brasileira olhou a sua volta. Olhou as amigas rindo e conversando, e percebeu, que não tinham outro lugar no mundo, que ela desejava estar, se não fosse ali, com a sua família de coração.