Capítulo 7 - Compras

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Ambar


No sábado Benício continuou inconsciente. Almocei com Sophie, Gilda e Luna, que eu convidara porque ela adorava nhoque. Foi um almoço agradável e eu me diverti com o bom humor de Gilda e de Luna, que se davam bem, como se já se conhecessem há anos. Sophie também ria à toa, embora não entendesse metade do que elas diziam.

Eu estava terminando de comer quando o celular começou a tocar na sala. Troquei um olhar ansioso com Luna e levantei-me rapidamente. Meu coração batia desesperadamente. Era ele.

Atendi o celular na sala.

-Oi, querido. - Uma voz rouca de mulher ronronou. - Não aguentei esperar você me ligar. Desde aquela noite estou assim, só esperando você, já desesperada de saudade. Sabia que você é um menino muito malvado?

-Desculpe, não é o Simón. - Expliquei desnecessariamente, sentindo um estranho desconforto. Quem seria aquela mulher? Com certeza uma das amantes dele.

-Quem está falando? - O ronronar de gata sumiu da voz dela.

-Eu... - Fiquei sem saber como explicar. - Sou a cunhada dele. Simón me emprestou esse celular por algum tempo.

-Cunhada? - A mulher parecia desconfiada. - Mas preciso falar com ele! Sabe o número do celular que ele está usando?

- E da casa dele?

-Não. Lamento.

- É da família e não sabe nem o número dele?

Lembrei de que Simón me ligara antes e que o número que ele usara devia estar gravado no celular e que eu tinha o telefone do escritório dele, mas nem sabia quem era aquela mulher. Assim, repeti:

-nao

-Sei, cunhada! Passe bem! Desligou, obviamente com raiva.

Pus o celular sobre a estante, olhando-o desanimada.

Voltei à cozinha, evitando o olhar de Luna. Estava lavando a louça quando o celular tocou novamente.

- De novo! - Exclamou Sophie, com a boca cheia de nhoque. Era sempre a última a terminar de comer e Luna fazia aviãozinho com a colher, o que ela adorava.

Tentei não correr até a sala, indagando-me se seria aquela mulher chata de novo.

-Oi, Àmbar.

Meu coração acelerou absurdamente. Segurei o celular com força, fechando os olhos e visualizando Simón.

- Oi, Simón.

-Jonas vai buscá-la daqui a pouco.

-Certo. Eu vou ficar só a tarde ou...

-A noite também. Preciso ir a um jantar de negócios acompanhado e você vai comigo. Fiquei surpresa. Ele pareceu ler o meu silêncio e falou:

- Para que chamar outra mulher se você tem um mês para ficar em minha companhia?

-Desculpe, mas não tenho roupa para...

- Não se preocupe. Jonas a levará a uma loja em que tenho crédito. A dona já foi informada e a aguarda. Escolha o que for preciso para não fazer vergonha. Depois Jonas trará você para cá.

- Mas, Simón...

- O que é agora?

- Não é mais fácil convidar outra pessoa?

-Deixe que eu me preocupo com isso. Ele já está a caminho. Ele desligou.

Ansiosa, fiquei quieta, segurando o celular. Eu ia sair com ele.

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