Memórias de Saturno [CONCLUÍDA]

Capítulo 15

— 45 segundos! — Dylan anunciou mostrando o cronômetro do celular.

— Eu sou grande? — Peter perguntou apressado.

— É relativo.

— Eu sou um ser vivo? Um objeto?

— Não e não.

Estávamos brincando de Quem Sou Eu?, Luke era o único que não estava conosco, até os meninos da banda resolveram brincar e ficou mais divertido quando descobri como deixar o jogo bem mais difícil para o outro time.

— 30 segundos! — Dylan anunciou novamente.

— Eu sou... Eu não sei. Eu sou um produto?

— Mais ou menos... Digamos que sim. — nós respondemos.

— O que eu posso ser?

— Apenas perguntas de sim ou não, Peter. — Jade fez questão de usar as palavras de Peter para incomodá-lo.

— 15 segundos! — Dylan gritou mais uma vez, ele estava rindo muito, pois sabia que era o melhor naquele jogo.

— Eu sou shampoo?

— Que pergunta estúpida, não. — Isaac respondeu, ele parecia ser o mais inteligente entre nós.

— Tempo esgotado. — Dylan anunciou alegremente.

Peter tirou o papel da testa e revirou os olhos quando sentou do meu lado, eu ri, pois sabia que ele nunca adivinharia aquilo.

— Você é cruel. Quem em sã consciência pensaria em Netflix?

— A mesma pessoa que pensaria em X-Box que eu coloquei para Jonathan e Bluetooth que eu coloquei para Dylan.

— Essa pessoa não existe, borboletinha.

— Provavelmente não. — concordei com ele.

— Não acredito que só tenho mais alguns minutos.

— Você tem menos trabalho aqui do que quando não estávamos fora do país. Está fazendo o que gosta, não pode reclamar.

— Eu gosto de tocar, de cantar, de conhecer meus fãs, amo cada Pixel, mas eu definitivamente não gosto de ser perguntado de três em três dias sobre um mesmo assunto. — ele havia começado a vestir o casaco no meio da frase, como se já estivesse esperando que Luke e Derek fossem aparecer naquele instante e foi o que aconteceu.

— 45 segundos! — Dylan gritou para que Angélica começasse a adivinhar.

— Acho que estou de volta em duas horas. — ele falou olhando para a porta e saiu. Eu fiquei assistindo Angélica acertar rápido como se tivesse um sistema de perguntas, e reparei que haviam menos pessoas ali do que deviam.

— Jade? O laptop, que eu deixei com você, onde está? — eu a perguntei.

— No nosso quarto, por quê?

— Acha que Alicia poderia encontrá-lo? — ela olhou para mim, mas vi que ela pensou o mesmo que eu quando não respondeu e abriu a porta.

— Acha que ela teve tempo de encontrar o laptop? Eu pus debaixo dos meus três travesseiros, não dava para ver. — ela perguntou enquanto estávamos correndo o mais civilizadamente que podíamos.

— Mas se ela estava procurando, claro que encontrou. — eu sabia que nosso quarto ficava somente a corredores de distância, mas parecia impossível de encontrá-lo.

— O que tem de tão importante no laptop? Você não me disse ainda.

— Se ela pegar aquele laptop, e eu sei que ela pegou, nossa família vai ter problemas, vou ter que ligar para o Tio Fabrício, teremos que desmentir uma fofoca que vai ser gigante e eu vou ser a que mais vai se ferrar, especialmente com as Pixels, que já me odeiam só por conhecer Peter.