XV. De Volta Ao Navante

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Ecco não queria acreditar, mas não conseguia não crer. As coisas faziam um grande e bom sentido e, por um momento ou dois, ponderou fugir da Ordem de Sainlorth para ingressar na Ordem de Alvedrena, mesmo não entendendo como Agheor era o cara ruim da história.

– Com magia nos fez voltar no tempo? – Perguntou Nthaír.

– Sim. – Ela respondeu. – Mas eu disse, é raro e difícil de se fazer. Há muitas consequências para executá-lo com eficiência. Por isso fiz estes cortes no braço. É necessário um sacrifício de sangue.

– E agora nós nos multiplicaremos eternamente?

– Na verdade, quando 'vocês' chegarem, a chama os consumirá. Então só existirão vocês dois novamente.

Que destino cruel para duas pessoas.

– És a criadora da chama? – Perguntou Ecco, certo da resposta.

Derália assentiu.

– Como você desfará? – Nthaír insistia em conhecer os segredos dos feitiços.

– Não são membros de Alvedrena. Não saberão. Hão de ir antes que cheguem. – E se levantou para abrir a porta, expulsando-os.

Ecco e Nthaír saíram e ouviram a porta atrás deles batendo. Caminharam pela rua em direção aos Portões do Mar, em silêncio. Ecco tinha nas mãos o pergaminho e pensamentos no cocuruto. Pensou em abri-lo quando Nthaír segurou o seu braço.

– Não abra aqui. Não podemos perder o pergaminho.

Era verdade. Nthaír colocou as mãos nos bolsos e então disse.

– Eu tenho algumas moedas. Vamos comprar uma bolsa pra guardar o pergaminho.

Negociaram com um vendedor na rua principal por quatro alanges dois grandes sacos feitos de couro, com alças e garras de shorins para fechá-los

– Que dia. – Disse Ecco, ao saírem com as bolsas nas costas.

– cha que poderíamos fugir para entramos na ordem? – Perguntou Nthaír, especulando.

– Talvez. – Respondeu. – Vai ser difícil.

– Onde fica a sede de Alvedrena?

Ecco riu. Não sabia, e estavam saindo do lugar onde estava a única pessoa que sabiam que poderia lhes ajudar.

Ambos atravessaram os portões e seguiram a estrada até o Capitão de Ferro. Para a surpresa dos dois, todos já haviam retornado.

– Estão atrasados, érujos. – Disse o Capitão Gage quando subiram à bordo. – Mas serão perdoados por estarem aqui antes do ocaso.

Todos se reuniram próximos ao mastro grande, sentando-se sobre grandes caixas de madeira ou apenas recostando-se. Os últimos foram Ecco e Nthaír.

– Espalhem aqui o que conseguiram. – Disse o capitão. – Queremos ver o que é.

Ao todo, seis itens foram postos ali: Rezz deixou um arpão de ferro e trínio; Arian trouxe uma pedra perfeitamente quadrada, entalhada com runas antigas; Casiraghe deixou um olho tão grande quanto uma laranja; Lophan exibiu uma adaga de bronze e aço; Ondaro levou um bracelete de aço, grande demais para o braço de qualquer um ali e, por último, Ecco colocou o saco com o pergaminho em meio às outras coisas.

– Antes de tudo, quero lhes explicar sobre os testes. – Disse o capitão. – Para cada dupla foi dado um teste único, mas com os seus padrões de semelhança. Alguém conhece a semelhança entre as torres?

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