Dylan Ackson
EUA. Washington. 07:01 AM. Sexta-feira.
Após o banho de Katherine, seguimos diretamente para cozinha, onde agora, a agente termina de colocar a mesa com nosso cheiroso café da manhã, enquanto esbanja um sorriso bonito, quase perfeito... Em minha direção.
Não consigo entender o que está havendo comigo... Kate ficou pelada na minha frente, e o pior nem foi isso... O mais estranho de tudo foi que eu nem fui capaz de olhá-la, se fosse em outra situação, com outra guria... Eu com toda certeza teria a pegado de jeito. Foi tão estranho... Tão constrangedor vê-la de tal forma, diante de mim. Me senti como se a mesma fosse realmente minha mãe, senti vergonha em observá-la.
Será que Noah também a vê assim... Despida?
Pensar assim só me deixa ainda mais confuso.
- O que meu bebê tanto pensa em silêncio?- Escuto sua voz doce e carinhosa perguntar ao colocar alguns talheres a minha frente, e sorrio envergonhado para a forma que a mesma se refere a mim.
Bebê... Quando em minha vida, alguém chegara a me tratar com tanto carinho assim?
Sim...
Eu admito.
É sim, meio estranho ser tratado como um pirralho que não sabe ao menos limpar a bunda direito. Mas... tirando esse fato histórico, até gosto de ser recebido tão bem.
Deixando também a cota de banhos de fora, é claro.
Katherine Ackson parece que realmente está se esforçando para me ter bem. Talvez se esforçando um pouquinho além da conta... Mas pelo menos ela está tentando.
Ninguém nunca tentou... O que será que ela viu em mim?
Eu sou um marginal... Alguém cujo a sociedade varreu como poeira para o lixo daqueles lares adotivos, que nunca me serviram de nada.
Porque você liga Katherine...? Porque me quer aqui? Me dê uma explicação...
Penso em dizer o que passa por minha cabeça, mas antes que eu possa ao menos abrir a boca... Desisto.
Ainda não é hora para especulações... E talvez eu não queira saber tão cedo de todas as respostas.
- Não vai querer saber o que penso Katherine, vai por mim...- Digo em tom baixo, mas sei que fui capaz de ser ouvido, pois a mesma me encara com carinho por alguns segundos.
- Eu gostaria sim de saber meu amor, vai por mim. Você não sabe o quanto esperei para ter você aqui, comigo... E saber o que você pensa, te conhecer melhor, nem que seja um pouquinho... É o que mais quero no momento.- Ela soa sincera, meio entristecida até... E para confortá-la, lhe ofereço um sorriso meia boca.
Por enquanto... Sorrir em forma de conforto, é minha maneira mais sincera de demonstrar humanidade.
Pelo menos o restante dela...
- Posso perguntar uma coisa?- Digo já me precipitando.- Quando minha pena acabar... Isso aqui acaba também? Digo... Eu poderei ir embora desta casa?
A reação de Katherine me surpreende, pois a mesma tensiona seu corpo aparentemente, e respira fundo, como se minha simples pergunta... Fosse parte de algo muito maior.
Isso não me parece ser um bom sinal.
- Não funciona mais assim, Dylan.- Seu tom carinhoso some como passe de mágica, para agora dar lugar a seu tom sério, e talvez até mesmo... calculista.
- O que esconde de mim, Katherine? Você não me contou tudo... Contou?- A curiosidade começa a se apossar de mim, juntamente de meu senso investigativo. Que merda essa mulher não me contou?!- Eu exijo respostas!
Meu grito sai acompanhado de um tapa forte contra a mesa de jantar, e seu espanto diante minha ação é evidente.
- Dylan Ackson, se acalme agora mesmo.- Escuto seu pedido, soando mais como uma ordem, e revirar os olhos é praticamente inevitável.
Me acalmar? Essa psicopata está mesmo me pedindo calma?!
- Calma meu pau Katherine! Me conte agora ou...
- Ou o que Dylan?! O que vai fazer? Gritar? Dar tapas na mesa menino? Isso não me afeta, isso apenas piora tudo para você!- Ela sobe bruscamente sua voz, e consigo ver sem barreiras, que esse assunto a deixa irritada.
Bom saber.
- Piora tudo o que? Me fala porra!- Me coloco de pé, exasperado.
- Você não tem que saber, e não vai. Agora sugiro que abaixe esse seu tom de voz, antes que eu mesma faça você abaixar mocinho.- Repreende com firmeza, achando que realmente manda em mim.
- E pretende fazer isso como? Me batendo como faz com Noah?! Me humilhando com mais banhos e trocas de roupas?!- Cerro os punhos, me segurando para não fazer besteira.- Eu não sou a droga do seu brinquedo Katherine!
- Chega Dylan!- Viro o rosto para o lado, incapaz de mira-la nos olhos.- Eu não quero brigar com você, e não vou. Mas agora... Se quiser continuar com essa conversa, do jeito que está, não vai acabar bem para você.
- Está me ameaçando?!- Grito incrédulo.
Era só o que me faltava.
- Não Dylan, eu não sou sua inimiga, é bem ao contrário, pode acreditar.- Kate parece ofendida por minha quase acusação, mas decido não ligar.- Chega desse assunto, está cedo e você precisa comer, não é hora para discussões.
- Não me venha com essa!- Grito irritado por ela querer mudar de assunto, querer me enrolar.- O que você esconde de mim?
- Chega Dylan... Se não parar de querer brigar, eu vou contar.- Sua postura se torna séria, e quase começo a rir na cara da mesma.
- Contar?- Minha confusão é evidente.- Por mim que você conte a vontade, sua...
- Ok então. Um...- Começa sua contagem ao me interromper.
Reviro os olhos com sua atitude. Ela realmente acha que tenho cinco anos... Só pode.
- Você está sendo ridícula Katherine!
- Ai de você se eu chegar no três.- Seu tom é perigoso, e por algum motivo misterioso, sinto uma pontada de medo crescer em mim.
- Se chegar no três o que acontece? Vai fazer o que? Me acorrentar no porão e me bater com um chicote?- Pergunto apreensivo.
- Dois...- Vejo ela cruzar os braços, sem se importar com o que digo, em uma posição firme e materna. Como se eu fosse seu filho encrenqueiro que acabara de jogar pedras nas janelas dos vizinhos e estivesse ao ponto de levar uma surra.
Encaro a agente com fúria, medo... E por não saber o que me espera, sou obrigado a renunciar meu posto de durão, enquanto me sento novamente em meu lugar a mesa, derrotado, garantindo assim... Sua vitória.
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Agent's
Teen FictionContém: - Palmadas como modo de disciplina. - Linguagem imprópria. - Regressão de idade. - Castigos físicos. - FBI. - Atitudes forçadas. - Ambiente familiar. - Palmadas não sexuais. - Spanking. - Forte distorção de valores. - Disciplina doméstica. ...