Katherine Ackson
EUA. Washington. 14:40 PM. Sexta-feira.
Caminho em passos rápidos até a parte reservada para o ensino de meus meninos, afim de ver como os mesmos estão, já que não pude acompanhar a consulta de Dylan.
Maxsim, o médico de plantão, me explicou rapidamente a situação de meu menino mais novo, garantiu que o mesmo ficará bem. Passou remédios para dores, e afirmou que não há ferimentos graves em seu corpo. Notícia que sem sombra de dúvidas me aliviara bastante.
Passei na sala de meu chefe para explicar que Noah não iria comparecer nas primeiras aulas do dia, pois estava de olho no novo irmão. O diretor Wray entendeu, e também me informara que Dylan ficará na mesma turma do irmão, para que ele seja acompanhado por uma figura conhecida e não se sinta sozinho.
Nem preciso dizer que adorei a idéia...
Vai ser ótimo ter Noah me ajudando com Dylan no começo. Sei que trabalho muito, e já era difícil conseguir ser presente para um... Imagina agora que terei que distribuir atenção em dobro.
Me aproximo das salas de treinamento, sabendo exatamente de todos os horários de aula de meu filho, e assim que me faço presente a frente do portal de entrada, sorrio para os alunos que aperfeiçoam seus movimentos de luta.
Passei anos treinando aqui, as vezes sozinha, muitas vezes com meu pai... Lembro-me de acordar cedo todos os dias, e encher o saco de meu velho para que o mesmo me trouxesse aqui. Para que ele me ensinasse cada técnica... Cada maneira possível de derrubar meu adversário... E mesmo sendo uma menina pequena e franzina, consegui aprender, eu realmente aprendi. Com 15 anos tive a oportunidade de entrar para o FBI. Sempre fui boa em campo, e isso nunca foi segredo para ninguém. Wray viu potencial em mim, e mesmo contra a vontade de minha mãe... Ignorei tudo que dizia "não" dentro de mim e entrei para minha equipe, que na época era comandada por Valentim, um velho rabugento machista que dizia que lugar de mulher é dentro de casa lavando pratos e cuidando dos filhos. Dois dias depois de entrar para o FBI meu pai foi baleado em serviço, enquanto perseguia o chefe de um cartel de drogas... Lembro como se fosse ontem do amargo em minha boca ao receber a notícia, a sensação de perda bater contra meu peito, enquanto minha mente conseguia pensar apenas em vingança... Eu queria matar quem fizera mal a alguém tão bom quanto Klaus Ackson. Mas para completar a injustiça... O bandido conseguiu fugir, nunca pagou pelo mal que me fez passar.
Um ano depois, após completar 16 anos me envolvi em um caso de drogas, mesmo odiando trabalhar com casos assim, resolvi aceitar. Eu e minha equipe apreendemos uma quadrilha inteira, e quando estava prestes a ir embora, vi uma mulher sendo levada pelos policiais, e a mesma segurava contra si um pequeno menino ruivo. Quem diria que de um caso como aquele eu poderia conhecer alguém tão único e especial quanto Noah... A mulher estava sendo levada para uma clínica de reabilitação, provavelmente o menino seria levado para algum tipo de lar aditivo, mas não deixei. Não deixei que o levassem, e decidi cuidar dele em minha própria casa. Wray de início não aceitou, mas ao ver que se o tirasse de mim, eu seria capaz de desistir de tudo... Meu querido diretor cedeu, me deixou com o menino, e mudou seu nome original para Noah Ackson.
No começo fui mal vista no trabalho, por ser nova e estar cuidando de uma criança sozinha. Minha mãe então... Quase surtou quando descobriu. Já não bastava o fato de eu ser uma adolescente de 16 anos que trabalhara com o FBI, sozinha em uma mansão... Na cabeça dela eu não daria conta. Mas outra vez fui capaz e mostrei meus objetivos a todos. Criei Noah sozinha, do meu jeito, mas criei.
- Dylan e Noah Ackson.- Chamo ao avistar duas figuras adolescentes sentadas ao canto de uma das paredes do local.
Vejo meus meninos se aproximarem com aparência cansada, e sorrio em forma de conforto para ambos.
- O que houve mamãe?- Pergunta Noah ao passo que se aproxima. Sua face demonstra chateação e inevitavelmente me preocupo com o que possa ter acontecido com o mesmo.
- Eu que pergunto meu amor...- Digo com afeto ao passar as mãos com delicadeza em seus cabelos, em um movimento de carinho.- O que Houve? Parece chateado. Aconteceu alguma coisa?
Noah olha de relance para Dylan e meu menino loiro abaixa a cabeça.
O que está acontecendo?
- Está tudo bem mamãe... Foi apenas um mal entendido.- Seu tom é mentiroso, e respiro fundo para não repreende-lo por isso. Tenho que saber o motivo para poder tomar qualquer atitude.
- Quero saber o que aconteceu, e o porquê da mentira Noah Ackson.- O som de minha voz é sério e pela reação de meus filhos, meu ponto pode ser ouvido. Vejo Dylan tremer dos pés a cabeça em seu lugar, e sem que alguém me diga, sei que a falta de honestidade de Noah tem haver com o mesmo.- Estou esperando meninos.
Sei que Noah se questiona internamente... Se não diz respeito a ele mesmo, sei que meu menino tem dificuldade em expôr algo sobre outra pessoa. No caso, expôr algo sobre Dylan.
- Hoje pela manhã... Após a consulta com Maxsim. Eu e Dylan estávamos indo para o refeitório, para almoçar...
- Não conta Noah!- Dylan grita com o irmão ao lhe interromper a fala. Confirmando assim... Meu pensamento de que meu ruivinho apenas não que entregar o irmão, no que quer que o mesmo tenha feito.
- Ele irá contar sim. Vamos Noah, continue.- Incentivo o menino que olha para o loiro pedindo desculpas com o olhar.
- Dylan me viu distraído, se aproveitou da situação e pegou meu celular sem minha autorização.- Ao escutar suas palavras, olho incrédula para o menino de olhos azuis que está quase exalando desespero contido.
- Ele o que?- Consigo soltar a pergunta por entre os lábios, ainda sem entender o motivo que levara o mesmo a roubar do irmão.
Na ficha de Dylan não havia questões de furtos, nem nada do tipo... Não entendo o que o motivara a fazer tamanha falta de respeito.
- Foi sem querer mamãe... Ele até já me devolveu, não precisa se irritar...
- Como não Noah?!- Grito ao ter o menino tentando defender um crime.- Ninguém pega algo de outra pessoa sem querer! Isso não foi um engano.
Vejo o ruivo abaixar a cabeça, e assim pego Dylan pelo braço. Filho meu não vai virar ladrão... Não enquanto eu estiver viva para impedir.
- K-Katherine...
- Calado!- Digo irritada pela situação.
Porque Noah não foi até mim para contar? Porque Dylan fez isso? Porque ele apenas não pediu emprestado se queria fazer uma... Espera... O que Dylan queria com o celular de Noah?
- Mãe, ele...
- Eu mandei abrir a boca Noah Ackson?- Olho rígida para meu filho, que novamente se cala.- Porque queria o celular Dylan?- Pergunto deixando meu agarre em seu braço mais frouxo, ao colocá-lo a minha frente.
O menino fica em silêncio, abaixa a cabeça e simplesmente resolve me ignorar. Ok... Dylan Ackson. Se quer do jeito difícil... Que assim seja.
- Quero os dois em minha sala. Vou avisar a Wray que terei que ir para casa mais cedo hoje. Parabéns aos dois, se queriam apanhar... Posso dizer que seus objetivos foram alcançados.
Saio andando pelo corredor da agência, completamente decepcionada... Porque Dylan roubou? Porque Noah passou de filho revoltado a irmão super protetor? Não que isso seja ruim... Mas precisava mentir?
Eu sou a mãe deles, dos dois! E está mais que na hora de colocá-los na linha. A família está mudando, e creio que meus métodos também devem mudar. Ou parte deles...
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Agent's
Teen FictionContém: - Palmadas como modo de disciplina. - Linguagem imprópria. - Regressão de idade. - Castigos físicos. - FBI. - Atitudes forçadas. - Ambiente familiar. - Palmadas não sexuais. - Spanking. - Forte distorção de valores. - Disciplina doméstica. ...