𝙸- 𝙲𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟶𝟷

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➤ Vocabulário do Capítulo.

➵ Âmago - Alma. ➵ Sublimidade - Perfeição.

➵ Flanco - Lado. ➵ Anedótico - Divertido. 

➵ Benesse - Presente. ➵ Propensão - Escolha.

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Coreia do Sul, Seoul - 10 de dezembro, ano 1952.

O ruído dilatado das botas de couro do jovem major ao encontro com o assoalho polido é o único barulho audível no interior da mansão com estética impecável. Esta inquietude predominante sempre fora um incômodo para o âmago agitado de Jungkook, que por toda a sua existência teve de se habituar as regras e silêncios da propriedade de sua família. A solicitude de seu irmão mais velho certamente é algo que planta uma desconfiança amarga no canto de seus lábios finos, tendo em mente que suas reuniões casuais nunca são de fato para tratar de algo que não envolva o seu ofício.

Uma quantidade de oxigênio é inalada em um exercício relaxante antes do pródigo entrar no alojamento estimado. Como de costume, a mobília não contém nenhum sinal de sujeira, perfeitamente alinhada como deve ser. Detesto essa falsa sublimidade. E é com este pensamento amargurado, que o mais novo efetua o primeiro contato visual com seu irmão após meses de afastamento.

- Jeongguk! - O timbre afônico já semelhante atinge os seus tímpanos aguçados. - Olhe só para você, tenho certeza que o papai desaprovaria o seu cabelo. - Referente aos fios tingidos de um preto azulado, a opinião de Junghyun é proferida do centro, onde este se mantém acomodado.

- É uma pena que ele não esteja mais aqui para me repreender. - O comentário emite melancolia, no entanto essa é camuflada por um sorriso singelo.

- Eu te chamei aqui, porque tenho um presente para você, pela sua promoção. - Ao articular animado, o homem corpulento se ergue do seu assento e caminha até o seu convidado. É claro, a minha promoção.

Jungkook havia sido promovido para o cargo de major pela sua competência e utilidade ao governo sul-coreano, sendo um membro importante neste posicionamento de guerra. É óbvio que o rapaz se sente orgulho por ter um reconhecimento do seu país de origem, contudo não das circunstâncias em que ele está presente. Apesar do seu trabalho ter sido selecionado por livre e espontânea escolha, Jeon nunca foi a favor do caos e da discórdia, o seu único objetivo é atingir a proteção e a paz.

- Um presente, huh? Isso é novidade. - O seu tom anedótico é suave para esconder a sua falta de interesse.

No interior da extensa caixa, os ouvidos meticulosos do pequeno menino se atentam as vozes do exterior, fazendo-o consequentemente abrir os olhos pela primeira vez desde que havia sido formalmente embrulhado. Em seu instinto de plena obediência, nenhum musculo é movido para fora do perímetro em que fora deixado inicialmente.

- Antes de abri-lo, quero que saiba que é para usá-lo somente como arma, então não se apegue. - O lembrete é pronunciado com certo divertimento, ao tentar instigar a curiosidade do prestigiado. - Abra.

Os pés dormentes do membro das forçar armadas se deslocam pacificamente até o engradado no flanco direito, parando rente ao caixote consideravelmente grande. Suas mãos gélidas trabalham de forma ágil na fechadura e no ápice em que as suas orbes pousam no conteúdo no interior, os batimentos cardíacos são desregulados, fazendo-o cambalear para trás. A imagem hedionda de um garoto despido, circundado somente por um cobertor fino, com as madeixas loiras sobre o rosto esculpido, o deixa completamente atordoado.

- O que diabos é isso? - O volume de sua indagação é estridente divido ao choque visual. - Que merda é essa, Junghyun? - Questiona novamente, com os dedos trêmulos e a respiração descompensada, demasiado em choque para empregar uma linguagem culta.

- Eu o encontrei na zona de guerra no lado leste há alguns anos, todos do vale haviam sucumbido, exceto ele. - Informa casualmente, como se a situação estivesse dentro dos padrões. - Ele não tem nome, estou o chamando de "você". - Prossegue com o seu relatório insensível. Isso não é um utensílio, é um ser humano. - Saia, agora. - A ordem é exigida e sem qualquer oposição, ela é efetivada.

A movimentação em junção com a falta de vestes faz com que a figura masculina sinta o clima do inverno, todavia nenhuma reclamação é dita. A semelhança entre os dois superiores é captada por ele, mas novamente, não há sequer um vestígio de reação de sua parte. O major, por sua vez, analisa atentamente o mancebo em um ângulo mais acessível, tendo a percepção que afora os ferimentos em algumas áreas de seu corpo e o olhar vazio, este pequeno ser é portador de uma beleza utópica.

- Seja educado e o cumprimente. - Em um meneio ríspido, a palmatória do de cabelos negros é posta no topo da cabeça do garoto, induzindo-o fisicamente a se curvar.

A submissão sem nenhum protesto é ainda mais aterrorizante do que o ato propriamente e com as pálpebras dilatas, Jeon acolhe suavemente a compleição mediana da pessoa juvenil em seus braços. - Não pode tratar uma criança desse jeito! - A manifestação rigorosa demonstra toda indignação ao envolver os braços ao redor do pequeno indefeso.

Com a cabeça repousada no torso vigoroso sob a farda do exército, o garoto é capaz de escutar o coração de seu protetor pulsar incessantemente contra o próprio peito e ao abrigo de uma constituição física tão aconchegante, ele meramente respira, sem retribuir o meio abraço e sem afastá-lo para longe.

- JK, ele não é uma criança. Ele é uma maquina, só uma ferramenta de batalha. - A calmaria e o visar indiferente o iguala a um robô, sem senso algum de empatia.

Após a sentença tirânica, Jungkook examina de maneira calculista todas as possibilidades que poderiam se suceder caso renuncie este benesse e ao constatar as atitudes intratáveis de seu irmão em somente alguns minutos, Jeon dispõe da ciência de que deixá-lo com ele não é uma opção viável.

- Tudo bem, eu vou levá-lo. - Decreta a sua decisão, consciente de que terá de arcar com as sequelas desta propensão. 

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Olá, meus dengos! Bem, eu sei que ainda não tem muito conteúdo, mas me sentirei muito motivada se deixassem um votinho de confiança e uma breve opinião sobre a primeira impressão da fanfic. 

Até a próxima ♥



Dear, Jeon  ➳ jikook | kookminOnde histórias criam vida. Descubra agora