𝚇𝙸𝚅 - 𝙴𝚙𝚒́𝚕𝚘𝚐𝚘

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Leiam as notas finais, por favor ♥

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Coreia do Sul, Busan - 08 de novembro de 1956.

" Caro, Jeon.

Minhas mãos não são mais as mesmas. Não digo em termos de estética, mas sim de utilidade. A parte inicial dos meus membros que carregaram sangue durante um período extenso, hoje escrevem cartas. No início, eu não era apto para o cargo, pois não tinha entendimento à respeito dos sentimentos alheios e para que eu fosse aceito no cargo de autômato, tive de descobrir as minhas próprias emoções primeiro.

A verdade é que eu sempre portei a capacidade de sentir as coisas, no entanto não sabia denominá-las, portanto achava que não as conhecia. Olhando para trás agora, eu tenho ciência que os momentos em que mais fiz o uso desse atributo, foi quando estive ao seu lado. Todas as vezes em que você estava em perigo, o meu coração inflava e os batimentos cardíacos eram furiosamente duplicados, entretanto naquela altura, eu apenas pensei que era porque eu tinha o dever de lhe proteger.

Os homens fardados, o armamento pesado e os corpos sem vida daquele território aleivoso não me causavam medo ou sequer uma pitada de hesitação. O que eu mais temia ao final da guerra, era não receber mais nenhuma ordem sua. Eu havia sido treinado para obedecer, e não ter o meu ditador para honrar a minha existência era apavorante. Bem, esse era o meu raciocínio precário naquela época, contudo hoje eu compreendo que eu simplesmente não queria estar longe de você, que esta convicção era aterrorizante pelo fato de que possuo uma comoção terna pelo senhor.

Lembro-me com clareza do dia em que o Tenente Kim foi me buscar no hospital após o confronto e me disse que havíamos ganhado da Coreia do Norte. Como um presente de saudação e reintegração ao cotidiano, depois de meses em reabilitação, ele me comprou três pelúcias, por conta da indecisão, e dentre estas eu tive de acolher uma para mim. Eu escolhi o cachorro. No instante em que fui questionado sobre, pensei que era porque o seu irmão havia me dito uma vez que eu era 'o cachorrinho do Major', todavia na realidade, era somente algo que me lembrava você.

Nestes anos de trabalho, com a vitória na batalha e a sua ausência, eu apenas me mantive transcrevendo cartas para outras pessoas, porém no festival aéreo, onde todas as cartas do vilarejo serão libertas no ar por um avião de carga, a minha tarefa é enviar uma carta a pessoa mais importante da minha vida. Por isso, o destinatário é você.

Eu cometi muitos erros no passado, este que vão desde a minha submissão a outros indivíduos que nunca sequer se importaram comigo, até o fato de ter permitido que convertessem a minha vida humana em conveniência própria, tirando-me a juventude. Todavia, o meu maior arrependimento dentre todos os outros pormenores foi não ter compreendido as suas últimas palavras.

Eu lamento muito ter demorado tanto tempo para perceber a acepção dos meus sentimentos. Mesmo após três anos, eu ainda derramo minhas lágrimas de penitência por viabilizar o escape do que tivemos, pela fenda dos meus dedos. Conquanto pareça infantil para um homem de vinte e um anos, não consigo deixar de acreditar que a sua luminescência individual perdura-se cintilante ao observar o pingente que me dera no Natal. Na retaguarda deste período, a pedra ainda conserva-se negra e brilhante, exatamente como os seus olhos.

Naquele instante, no intermédio de um garoto inepto, eu não fui capaz de assimilar o peso e a relevância daquele conjunto de letras proferidas por você. E como me foi solicitado, em seu suspiro decisivo, eu me recordei desta expressão e não descansei verdadeiramente até dominá-la por completo. Então, após estes anos de controvérsia interna, eu finalmente posso lhe dizer indubitavelmente que, também te amo com todo o meu coração.

Obrigado por cuidar de mim, por me proporcionar uma vida em meio a tantas desavenças. Sou grato pelo seu acolhimento e pelo seu amor, pelos seus sorrisos e esplendor.

Do seu querido, Park Jimin."

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Olá, meu dengos, então este é o epílogo de Dear Jeon. Vocês provavelmente estão meio insatisfeitos por diversos motivos, mas calma, não desiste ainda, eu vou fazer um capítulo bônus. 

Eu quis escrever esse capítulo final na perspectiva do Jimin para que vocês pudessem entender todo o significado da fanfic. Não teria como ser diferente, desde o princípio eu pensei em colocar o epílogo como uma pequena carta do Jimin para o Jungkook e eu espero que vocês tenham captado a essência do que eu quis passar. 

A próxima atualização será a ultima, então se há algo que vocês estão confusos ou querem que algo seja mais explorado, comentem a respeito que eu posso tentar esclarecer hihhihi

PS: Alguém notou que a data desse capítulo é a data que o Jeon postou o GCF In Tokyo? :( sofro



Dear, Jeon  ➳ jikook | kookminOnde histórias criam vida. Descubra agora