Capítulo 5 - Castigo parte 1

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A música ainda está tocando. Não posso dizer que a música em si é o que me assusta. No início, era fácil ignorá-la.

Mas depois acabou, só para começar de novo.

Não sei quanto tempo passou. Tenho certeza de que esta é a quinta vez que ela está tocando, e agora ela está começando a mexer com a minha cabeça.

Mike está me segurando durante todo o tempo. Eu quero resistir ao quão bom, e certo, isso parece para mim.

Eu estou impotente. Com muito medo. Muito confusa.

Eu nunca precisei de nada como eu preciso dele agora.

O desejo de virar e falar com ele está lá, mas não me atrevo. Nossos movimentos estão sendo observados. Analisados. Ouvidos.

Aparentemente tem sido assim por um tempo, mas não duvido que aqui é pior, com câmeras nos cercando por todos os lados.

Desespero me sufoca com o pensamento. Eu o empurro para baixo. Essa não é a hora de me desesperar.

Mike se desloca, um movimento pela primeira vez em que parece como horas. Seus braços apertam em volta de mim. Suavemente, ele inclina a cabeça para baixo para aconchegar no meu ouvido.

Prazer bate através de todos os meus nervos hipersensíveis.

A excitação de antes não diminuiu. Está lá esse tempo todo, batendo em minha alma, destruindo minha mente.

Eu fico tensa e ofegante. Meus olhos arregalados estão trancados na escuridão fora da nossa pequena bolha de luz.

Por favor, não... quero pedir a ele, mas minha voz está presa na minha garganta.

Não faça isso.

Não nos mude mais.

Me dê tempo para me distanciar.

Ele não dá. O hálito dele deslizando ao longo de minha orelha faz minhas coxas apertarem, se pressionarem juntas.

Eu estou tensa, tremendo. Petrificada.

Ele nunca me machucaria intencionalmente, mas ele não entende. Nos últimos cinco anos ele tem sido minha família.

Não quero me sentir da maneira que eu me sinto por ele. Não posso querer ele desse jeito.

Minha boceta pulsa, um grito violento tenta brotar dentro de mim. Você já se sente assim por ele.

Você já se sente assim por a um tempo.

Mal consigo engolir para baixo meu soluço.

—Boneca.

É um suspiro. A mesma voz baixa que ele usou antes de me beijar.

Ele está tentando se comunicar comigo, eu percebo agora, mas meu corpo não dá a mínima. É preciso cada grama de força de vontade que posso reunir para me impedir de empurrar minha bunda contra ele.

Ele se aconchega mais e eu gemo debilmente quando eu o sinto, duro. Além de inchado. Não tenho dúvidas de que se a cueca não estivesse no caminho, sentiria seu pau molhado com pré-gozo.

—Esta é a única maneira que podemos falar. — Ele respira no meu ouvido, fingindo se aconchegar novamente.

Eu não posso acenar. Não posso fazer uma única coisa para que ele saiba que eu entendo. Também estou paralisada com fome demoníaca. Com medo de nós estarmos sendo vigiados.

—Eu preciso ver você, amor. — Ele rosna mais alto desta vez, e eu sei que é tudo para o show.

Ele está me dando uma desculpa para virar para ele.

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