Capítulo 13 - Descobertas

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—Mike... Eu te amo. Eu sempre amei você.


Sua ingestão rápida de ar me deixa saber que ele me ouviu.

Silêncio paira e pela primeira vez eu não me sinto sufocada por ele. Nós já fomos sequestrados e mentalmente esgotados, e ainda assim, parece certo dizer isso a ele agora.

Não quando tivermos saído e o tempo passar por nós. Conhecendo Mike, ele vai me acusar de síndrome de Estocolmo, mesmo sem ele ser o raptor real. Vai dizer que estou amando ele porque nós sobrevivemos a isso juntos.

Homem tolo.

Ele não diz uma palavra. Não se move ou respira, e eu me recuso a apressá-lo.

Choque está evidente em seu rosto. Seus braços caídos ao lado, sentado como uma bela estátua.

Só Deus sabe há quanto tempo ele tem esperado.

E tudo me bate novamente, as doces memórias que partilhamos. As conversas de madrugada enquanto eu estava com minha cabeça em seu peito falando sobre tudo e nada. Passear pelo parque perto da minha casa e depois os jantares acolhedores que falávamos sobre tudo que amamos.

Aniversários, feriados e todos os dias entre eles, ele tem sido minha constante.

Estou saindo com este homem sem um título oficial durante cinco anos.

Ele é meu e eu sou dele.

Deus, eu tenho sido tão estúpida.

Meu Mike. O homem maravilhoso na minha linha de visão, meu homem, me olha com descrença.

E enquanto seu corpo permanece rígido, os músculos travados no lugar, seus olhos gritam para eu esclarecer o que eu disse. Borrados com a umidade reunida lá, seus olhos castanhos claros brilham e imploram para eu dizer as palavras mais uma vez.

Ele precisa disso.

Ele esperou muito tempo para isso.

—Oh, baby. — Eu sussurro, meu corpo momentaneamente deixando seu calor. Um som escapa da parte de trás da sua garganta com a separação, seus dedos apertando meus quadris. —Eu não vou a qualquer lugar. Prometo. Só estou ficando confortável.

Me aqueço com a ligeira dor do seu aperto. Um pequeno lembrete de que mesmo que estejamos lutando por nossas vidas, eu estou ao lado dele. Nunca nos separaremos novamente.

Eu vou matar quem tentar nos separar. Ninguém vai tirar meu homem de mim.

E enquanto esse pensamento deveria me chocar, não choca. Não mais.

Minha inocência para o mal do mundo se foi.

Perdemos duas pessoas desde que fomos levados de nossas casas. Pessoas que gostavam de nós, mas mesmo que o medo ainda perdure no fundo da minha mente, isso não é suficiente para me dissuadir.

Como disse a voz há algumas horas atrás, sempre foi ele. Eu o escolhi acima de todos os outros.

E enquanto eu sei que a morte de Marcos vai me assombrar pelos anos que virão, eu preciso de Mike. Só ele poderá fazer com que as memórias das imagens dos cadáveres de Marcos e Ana desapareçam.

Por enquanto estamos salvos e eu não posso me atrasar com minhas dúvidas. Aqui, neste momento, bem agora, encontramos um minuto superficial de paz. De uma suave alegria.

Isso pode ser tirado de nós em um piscar de olhos. Eu nunca vou ter tempo concedido novamente.

Nada é garantido, e eu me preocupo com ele. Meu Salvador, que vai morrer se eu não fizer tudo em meu poder para nos tirar daqui. E eu vou. Mesmo se eu tiver que tirar várias vidas para fazer isso.

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