Capítulo 14 - Mais uma vítima

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As palavras da nossa captora desencadeiam uma reação imediata de Mike. Num piscar de olhos ele está me levantando da cama para me segurar em seus braços enquanto enfrenta o alto-falante. —Você não vai tocar nela.

A ameaça mortal em seu rosnar é inconfundível.

Esse é o problema com você, Mike. Você não entende.

Os braços de Mike apertam em volta de mim. Saúdo o seu toque, embora eu já não seja a mesma mulher que eu era a algumas horas atrás.

Não tenho mais medo. Cautelosa, sim, mas foda-se o pânico. Eu e meu amor precisamos sair daqui, e a única maneira que nós vamos conseguir fazer isso é mantendo a calma, o suficiente para bolar um plano.

Eu posso fazer o inferno que eu quiser com ela.

—O que diabos você quer de mim para deixá-la em paz?

Eu fico tensa com a pergunta de Mike. —Baby, não...

Essa é a coisa, Mike. Não preciso de nada de você. Eu já tenho o que eu quero, os dois aqui, no meu show, anos depois de colocar vocês juntos.

Eu paro com essa declaração, prestando atenção no seu tom de compaixão. Algo pica em minha memória, uma conversa há um tempo atrás...

Há três anos...


É engraçado como praticamente entreguei essa conta e agora eles querem fazer um escândalo porque eu tive que intervir em uma pequena parte do projeto.


Eu ignoro minha chefe irritante, buscando através da nuvem pelos arquivos que precisamos. Deus sabe onde ela os salvou. A realidade é que tive uma emergência e a sócia do Mike ligou, entrando em pânico sobre os arquivos.


Aparentemente ela não viu o e-mail de Mike que já foi tudo resolvido. E já que eu não estava no escritório no momento, a débil mental que é a sua secretária saltou e fez uma confusão das coisas.


—Não é justo. — Luna continua delirando, enquanto que eu sou forçada a ficar sentada aqui, com meu laptop no colo, procurando esses arquivos estúpidos que ela de alguma forma não sabe onde salvou. — Você sabe quanto tempo levei para conseguir esta conta? Anos. Anos para conseguir. E para que? Só para que Mike entregasse tudo para você assim. — Ela estala os dedos.


Jesus Cristo. Isso aconteceu há um ano e ela ainda está insistindo nisso?


Mike chamando meu nome me puxa para fora disso. O mais rápido que eu posso, disfarço minha expressão, mesmo que meu coração esteja batendo como um tambor de guerra dentro do meu peito.

Algo que ele sente. Seus olhos castanhos se estreitam com preocupação, mas ele não diz nada.

Olha como ela é patética. Não pode sequer lidar com a visão de um pouco de sangue sem sua mente constantemente falhar.

Não respondo. Ela acreditar que estou mentalmente fraca e quebrada é a minha vantagem.

Mike, no entanto, não percebe isso. —O que acontece com você e sua maldita obsessão em insultá-la? Deixe a Valu em paz.

Eu cavo minhas unhas na mão do Mike, esperando que ele se cale. Eu sei que eu sou a fraqueza dele. Se ela estivesse constantemente o atacando, eu provavelmente não seria capaz de me controlar também.

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