Capítulo 18 - Ajuda

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Mike


Fúria bombeia em minhas veias. Adrenalina me consome e aumenta os meus sentidos. Eu posso sentir minhas pupilas se expandindo para ver a ameaça diante de mim. Todos os seus 1,98 de altura com um bisturi na mão, excessivamente vestido, parecendo um lunático.

Ele quer levá-la. Machucá-la.

O canto do meu lábio ondula para cima quando um grunhido ressoa em meu peito. Meus olhos estreitam na direção de Jacques enquanto meu corpo aperta em torno de Valu, cada músculo preparado. Pronto para defender o que é meu.

Ele começa a vir em nossa direção. Eu não tenho que ver o rosto desse fodido para saber que ele está focado em Valu. Que ele a quer.

Liberto Valu para empurrá-la para trás de mim.

—Mike, atrás de você!

Seu aviso vem tarde demais.

Um braço enorme desliza em meu pescoço, me puxando contra um corpo igualmente grande. Eu grito, meus braços apertando em torno de Valu, meus olhos em Jacques enquanto ele se aproxima dela.

Ele puxa o cabelo dela, levando minha boneca para longe de mim com um puxão forte.

—VALU!

—Mike. — Ela luta contra o aperto de Jacques, seus braços estendidos em minha direção, suas pequenas mãos tentando me agarrar.

Eu lanço meu cotovelo para trás, sentindo ele conectar com o plástico.

Uma máscara.

O braço em volta da minha garganta aperta, cortando minha respiração, mesmo que eu me esforce. Meus olhos desviam para baixo por uma fração de segundo e reconheço o padrão da manga. Raoul. Grunhindo, jogo meu peso para trás, lançando meu cotovelo.

Valu grita meu nome novamente, Jacques arrasta ela sem piedade no corredor. Seu corpo nu está coberto com manchas secas de sangue. Eu não sei se é todo é dela.

Eu nunca verifiquei se ela estava ferida. Estava perdido em minha necessidade de ter ela primeiro.

Eu tento gritar para ela, mas o braço em volta da minha garganta aperta mais. O ar começa a falhar. Eu jogo meus pés para trás, usando todo o peso do meu corpo para tentar me libertar.

Um flash branco aparece no canto da minha visão. De repente, um pano é pressionado em meu rosto, sobre minha boca e meu nariz. Tarde demais eu prendi a minha respiração. O cheiro químico forte, ligeiramente doce, já invadiu meu nariz.

Não! VALU!!! Minha mente grita por ela. Minha alma. Não. Não. Ele vai tirar ela de mim. Ele está morrendo para machucá-la. Matá-la. Uma explosão final de pânico bate em meu coração.

Se eles levarem ela agora, eu nunca vou vê-la novamente.

Com raiva, eu rujo por trás do pano, tentando chegar até ela. Me esforçando.

A escuridão me supera, mais forte que o meu amor por ela, minha necessidade de mantê-la segura.

A última coisa que eu vejo é Jacques ainda arrastando Valu, lutando e gritando no corredor, para longe de mim.

Acordar lentamente se tornou familiar agora. Me drogaram tantas vezes nos últimos dias que aprendi a reconhecer esse sentimento.

Quando minha consciência lentamente volta, a primeira coisa que sinto é as correias em torno das minhas pernas, braços e parte superior do tórax.

Eu estou sentado em uma cadeira com braços e eles fizeram um grande trabalho de me deixar preso.

Tentando engolir com minha boca seca, abro minhas pálpebras lentamente. Já posso ver o brilho forte das luzes atrás dos meus olhos fechados, e quando eu abro meus olhos, fico quase cego com ela.

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