Capítulo 22 - Livre

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Mike


—Venha se arrepender, vamos dar graças.

Há uma energia nervosa em torno dela. Agnes não gosta que eu seja o agressor. Ela odeia a falta de controle.

Isso, e o que está dentro da porta atrás dela deve ser importante. Muito. E eu estou esperando que meus instintos estejam corretos.

Antes de deixar esse lugar abandonado, preciso do sangue da Luna em minhas mãos.

—Nada a dizer, irmã? — Eu zombo e depois observo um pouco, a avaliando.

Ela está ali tentando parecer imperturbável, mas eu a conheço melhor agora. Eles me ensinaram isso. A observar as pequenas coisas.

Alguém que está nervoso conta para você, e eu vejo claramente agora.

Esse terço.

Ele guarda os seus segredos.

Quando ela estava no controle, as suas orações eram calmas, quase condescendentes enquanto ela circulava a sua presa pronta para atacar. Para lidar com a sentença de morte sem remorso.

No entanto, eu sei de fato que no momento em que ela tomar seu último suspiro, o inferno aguarda a sua alma. Ela vai queimar por toda a eternidade em angústia enquanto aqueles que ela matou olham para baixo, sem um pingo de empatia por ela. E eu vou ser uma dessas pessoas um dia.

No entanto, ela não está assim agora. Não. Agora, ela está se mexendo, tremendo enquanto olha para a esquerda a cada poucos segundos. Esperando pela ajuda que nunca virá.

—Seu egoísta idiota. — Ela assobia poucos segundos depois, as pérolas rolam mais rápidas em sua rotação. — Você estragou tudo. Nossa causa sofreu, e os danos serão catastróficos.

—Você brincando com esta merda? Você sofreu? — Meu rugido reverbera pelo corredor fazendo eco. O sangue em minhas veias pulsa com a necessidade de bater nela. Deus, eu quero.

Minhas palavras parecem chamar a atenção de um homem que para e assobia para nós.

Meus olhos vão para ele.

Ele está usando um terno escuro, o rosto ocultado pelas sombras. Este homem faz uma pausa longa o suficiente para olhar para mim, um minuto inteiro passa e ele fica ali, só para depois desaparecer com a multidão, se misturando antes que eu pudesse ver detalhes do seu rosto.

E ainda, ele parece familiar...

Um golpe repentino do lado da minha cabeça me faz tropeçar para trás na parede oposta. Eu olho para Agnes.

A freira fica na minha frente agora, as pérolas estão agora em volta do seu pescoço, como se nada tivesse acontecido. Não faço a mínima ideia de com o que ela me bateu. Nada está nas mãos dela, exceto o brilho de dois anéis de ouros. Ela tinha aquilo antes?

—Nunca perca de vista o seu inimigo, criança. — Ela adverte. —Pois ele é astuto e forte... uma cobra esperando para atacar.

—Vou adorar matar você. — Minha cabeça pulsa e eu posso sentir o sangue escorrendo no meu rosto. —A escolha de como será com você. Misericordioso ou lento...

—A morte não me assusta.

—Deveria. — Então, eu me jogo nela. Nossos corpos colidem, o impacto é duro. O meu peso bate na parede enquanto a minha mão se envolve em volta do seu pescoço.

—Onde ela está?

—Faça o seu pior.

—Última chance. — Nada. Nem uma palavra. —Façamos do seu jeito. — Eu a pego do chão, o corpo dela se debate antes de eu bater ele de volta na superfície fria de concreto duas vezes, um doentio crack de quebrar um osso segue. Meu palpite, eu quebrei o ombro dela. —Pronta para falar? Cooperar?

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