Familia?

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Era meu fardo. Ser trouxa era com toda certeza meu fardo. Aqui estou eu indo até o loft para pedir ajuda a Derek.
Chegando lá vi uma moto estacionada. Safadinho.
As portas do loft estavam apenas encostadas.
-Tô entrando- Gritei para não correr o risco de ver coisas impróprias.

-Alexia, O que faz aqui?- Derek perguntou encostado na mesa- A propósito essa é a Breaden, Breaden essa é a Alexia.

-Eu sei me apresentar, Hale. Alexia Salvatore, ao seu dispor- Pisquei pra garota que me olhou espantada.

-A estripadora?- A garota pegou uma arma e apontou pra mim rapidamente.

-A fama me persegue- Revirei os olhos, farta- Amorzinho, eu não sou mais assim.

-Derek?- A garota olhou pro lobinho que apenas acenou e ela abaixou a arma, arqueei as sobrancelhas e ignorei.

-Eu preciso da sua ajuda- Olhei pro homem que me encarou para que eu continuasse- Os vampiros estão com meus irmãos eu preciso ajudá-los, mas não quero envolver os meninos.

-Quanto mais ajuda melhor, porque não quer envolver eles?

-Precisamos de pessoas que matam, vampiros não são parados apenas com murrinhos e discursos de paz, quando você menos esperar eles vão estar arrancando seu coração.

-E você quer a minha ajuda?

-Você é surdo? Se a caçadora estiver a vontade pra ir eu também agradeceria. Mas eu não posso levar ninguém, na teoria, tenho que ir sozinha. Só que eu não sou idiota, sei que vão impedir minha saída, eles me querem.

-Tudo bem, já que  você  insiste eu ajudo- Peter disse entrando no local e eu sorri de lado.

-Tô dentro- Derek diz.

-Eu tô fora, não faço o que não sou paga pra fazer- Breaden diz e eu reviro os olhos, caçadora não. Mercenária.

-Eu entro nos túneis e vocês me esperam no perímetro de fora, as 19. Vocês não vão ter que matar ninguém além de mim, se eu estiver muito fora do controle, me matem. Não pensem duas vezes, só me parem.

{...}

A noite estava fria e o vento assobiava. Entrei nos túneis e senti cheiro de sangue. Senti meu corpo enrijecer e suspirei.

-Ai está a estripadora- Katherine riu e eu sorri cínica.

-Acho que você está brincando com fogo e não está usando proteção.

-Pode ter certeza que eu sei brincar.

Katherine não espera que eu me transforme em estripadora, não agora, ela sabe que eu não cederia tão fácil.

-Você nunca foi tão fácil de se lidar, sei que terei que tocar muito na sua ferida para você me entregar o que eu quero.

Respirei fundo, tinha que me preparar. Algo muito maior estava por vir e eu não estava falando dos meus irmãos, se eu quisesse salvar eles teria que fazer uma limpa.
A vampira entrou em um grupo de vampiros e puxou meus irmãos colocando eles amarrados na minha frente.

-Alexia, você não deveria ter vindo aqui- Stefan disse com dificuldade, eles estavam repletos de ferimentos. Merecem.

-Não devia mesmo.

Quando a vampira disse isso, muitos outros vampiros apareceram na minha frente e atrás de mim. Eu tinha duas facas no bolso, se eles forem rápidos o suficiente conseguiriam fugir.

-Matarei seus irmãos na sua frente, você não conseguirá sair daqui Alexia. Você é minha agora.

Senti a raiva tomar conta de mim, era minha única oportunidade, não havia mais o que fazer no momento, eu já estava lá.

Ou meus irmãos morriam e eu desligo.
Ou eu desligo e salvo eles.

Acho que sabemos minha alternativa.
Deixei a raiva vir. Senti todo ódio e tristeza acumuladas em mim. A perda, a solidão, o descaso, a raiva, todos esses sentimentos consumiram meu corpo e eu abaixei a cabeça.

-Eu nunca gostei de possessividade, amorzinho.

Levantei a cabeça sorrindo e Katherine deu um passo pra trás, ela não esperava que fosse agora. As duas facas foram jogadas para os reféns e eu me virei quebrando rapidamente o pescoço de um vampiro.

A medida que os vampiros vinham minha facilidade aumentava.
O sangue escorrendo em minhas mãos me davam um prazer do qual eu não poderia explicar. O coração em minha mão me fazia sentir poderosa. Quando minhas garras deslizavam facilmente pela pele cravando no coração e puxando-o para mim, poderia morar nessa sensação.

Segurei a cabeça de dois vampiros chocando uma na outra, logo arrancando as duas.
Minhas mãos já estavam em piloto automático de quebrar pescoços, o sangue se instalava sobre os túneis e sobre mim, minhas roupas já se encontravam em um tom de vermelho da qual não pertenciam.

Minutos se passaram e eu continuava ali, mataria até que não sobrasse nenhum, eu já estava com uns arranhões.

Fui para cima de um vampiro do tamanho de um armário e o mesmo me pegou pelo pescoço encostando meu corpo na parede. Sorri com meu rosto sujo de sangue e usei minhas garras para arrancarem seus olhos. O vampiro entrou em desespero e eu ri vendo que já não restava mais nenhum terminei meu serviço com o grandão e olhei os corpos a minha volta.

Meus irmãos já não estavam mais ali, isso significa que eles fugiram, mas Katherine também não estava. Covarde, sempre foi assim.

Me levantei calmamente e sai dos túneis banhada de sangue. Olhei para Derek e Peter me encarando assustados.

-A gente vai ter que parar ela desde jeito?- Peter perguntou meio apreensivo.

-Com medo de mim?- Ri para o homem e ele me olhou com raiva, mas não respondeu.

-Alexia fica calma, você tem que ser parada.

-Você jura? Sabe lobinho, tenho contas a acertar ainda com você, mas não agora.

Sai de lá em velocidade vampiresca e fui até a floresta de Beacon Hills.
Parei ao chegar em um ponto da floresta e me deitei no chão. Eu não estava desligada, eu matei aqueles vampiros sem desligar.

Eu não ligava pra isso, mas tive que fingir estar desligada, o que iam pensar de mim se eu fizesse uma chacina dessas sem ter uma desculpa?

Ouvi barulhos de galhos se quebrando e algo se aproximando, um coiote apareceu com seus olhos brilhando sob a lua e eu me sentei o observando. Malia. O coiote veio até mim e se deitou do meu lado.

Encostei meu corpo sobre o chão e me deixei descansar enquanto pensava em tudo e ouvia o ronronar do animal ao meu lado.

(...)

Oi manax. Tava sem inspiração esses dias e escrever não tava rolando, mas quando tudo me leva pro caminho de parar com essa história eu digo:

NOT TODAY SATAN

Deixe-me entrar - Malia HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora