A boa filha a casa torna

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Foi tudo rápido de mais, minha mente não conseguiu assimilar tudo direito. Quando menos previ lá estava Klaus jogando um copo de whisky em minha direção, por puro reflexo consegui desviar, porém alguns poucos cacos do vidro cristalino penetrou meu rosto fazendo com que caíssem leves filetes de sangue.

Não esperava que Klaus me recebesse com um tapete vermelho e um banquete de boas vindas, mas esperava que o vermelho não fosse do sangue escorrendo no meu rosto.

-Você pirou, seu híbrido milenar de meia tigela?- Esbravejei irritada.

-Você é quem deve ter pirado. Como teve a cara de pau de entrar na minha casa de novo depois de me ignorar por anos?

Klaus estava vermelho de raiva e estremeci com o pensamento de que saí de Beacon Hills pra matar Katherine e ia morrer nas mãos de um Klaus ressentido. Minha boca se formou em um perfeito 'O', ele achava que tinha razão naquela situação toda que aconteceu?

-Você só pode estar delirando e vendo algum tipo de palhaço aqui na sua alucinação, eu não vim pra brigar com você Klaus, mas também não vim para ouvir como você sempre está certo em todas as ocasiões em que ficam bravos com você.

-Então pra que veio aqui? Para pedir pra voltar comigo? Pois saiba que eu estou muito bem sem você, Darling.

Tamanha infantilidade. Às vezes o hibrido aparentava não ter mais do que 15 anos de idade. Meus olhos reviraram com força. Suspirei arrancando os cacos do meu rosto com brutalidade.

-Você só pode estar de brincadeira, seu... Seu Boçal!- Alexia 10 anos, modo ativado.

-Boçal? Sua panaca!

-Panaca? Em que século você está?- Meus olhos ferviam e Klaus não estava diferente.

Nossas faces eram impacientes e nos aproximávamos mais a cada ofensa. Eu estava fuzilando o híbrido com os olhos e o mesmo não estava por baixo, o sarcasmo emanava a cada palavra que era pronunciada com um sotaque britânico um tanto nostálgico.

-Você não cresce, não é Alexia? Nunca vai mudar- Klaus me olhou profundamente e senti como se ele quebrasse todo o muro contra ele que tinha levantado durante a nossa discussão.

Ele havia me deixado desarmada, uma cega em um tiroteio, era como eu me sentia. Não havia o que fazer, fiquei sem chão e um bolo subiu em minha garganta fazendo com que meus olhos tremessem em um tique que eu sempre tinha quando meus olhos lacrimejavam, mas não deixei que as lágrimas caíssem.

-Senti falta da minha família. –Disse com a cabeça baixa.

Senti o olhar do Mikaelson se abaixar junto comigo, eu ficava frágil perto dele, mesmo ele sendo um primata com dois neurônios ele era minha família, depois de todo esse tempo nada mudou.

-Achei que nunca fosse voltar. – Esboçou um sorriso acanhado.

-A boa filha a casa torna?- Brinquei e o mesmo me olhou ladino.

-Alexia boa? Pois eu tenho certeza que boa não é um adjetivo que passa perto de você.

O Mikaelson virou o rosto e abriu um pouco os braços, ele não viria me abraçar, ele me faria ir até ele. Típico.

E assim eu fiz. Abri meus braços sentindo meu corpo envolto do seu de forma protetora e acolhedora. Seu cheiro continuava o mesmo depois de anos me deixando anestesiada.

-Alexia?- Ouvi a voz de Rebekah ao fundo, me fazendo arfar em alegria- Amiga eu estava morrendo de saudades!

Desvencilhei-me de Klaus correndo até a loira agarrando seu pescoço em uma tentativa desesperada de um abraço.

Deixe-me entrar - Malia HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora