Capítulo XXII

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Já fazia semanas que estava observando algumas conversas paralelas entre Ricardo e Frank. De vez em quando entrava na sala dele e o pegava falando baixinho no telefone, eles estavam armando algo, só espero que não seja nada que possa me chatear.
As malas estavam prontas, cheguei na garagem e ajudei Ricardo a colocá-las no porta-malas.
- A Elisa e o Bruno não irão conosco? - perguntei entrando do lado do passageiro.
- Vão sim, eles estão nos esperando na portaria; Frank e Eduardo já estão em Angra nos esperando, pedi que eles fossem antes para preparar tudo - Ricardo explicou dando partida no carro.
Paramos em frente ao portão do condomínio, Ricardo desceu e, auxiliado por Bruno, colocou a bagagem deles no porta-malas, enquanto Elisa entrou atrás de mim no carro.
- E aí Ju, preparada para um final de semana inesquecível? - Elisa perguntou me deixando sem entender nada.
- Inesquecível? - perguntei enquanto Ricardo e Bruno entravam no carro.
- Inesquecível, afinal é nossa primeira viagem juntos, espero que seja a primeira de muitas - Ricardo disse entrando na frente de Elisa que ia começar a dizer algo. Achei estranho, mas achava realmente que seria inesquecível. Estaria ao lado do amor da minha vida e de amigos verdadeiros que aprendi a amar como irmãos.
Levamos algumas horas para chegar a Angra, saímos de casa às quatro da manhã e ficaríamos na estrada por um bom tempo.
No meio do caminho, Bruno assumiu o volante do carro. Ricardo e eu fomos para o banco traseiro descansar; o sol estava alto e o calor escaldante, o que melhorava a situação é que nossa X6 tinha ar condicionado e vidros fumês.
Chegamos a Angra dos Reis às onze da manhã, tudo que eu queria era cair na piscina.
A casa era grande e muito bonita, de frente para o mar, tinha três andares com cômodos muito espaçosos. O terceiro andar contava apenas com uma sala enorme, um quarto com closet imenso e um banheiro digno da realeza, que glamour. A sala era muito confortável e a parede que dava para fora era toda de vidro e se abria para uma grande piscina; parecia, quando se olhava da porta, que a piscina emendava com o mar. Na verdade chegava a dar medo, como se fosse despencar daquela altura diretamente para o mar.
Ricardo e eu ficamos no terceiro andar; Elisa e Bruno, Frank e Eduardo ficaram nos quartos do segundo andar, pois no primeiro só tinha banheiros, lavabos, uma cozinha gigantesca e uma sala de jantar.
Enquanto os rapazes preparavam um churrasco, eu e Elisa fomos para a piscina. A água estava gelada, uma delícia no calor de quarenta graus do Rio; o cenário era maravilhoso, nunca imaginei ser tão feliz e realizada assim.
Eu estava de monoquíni, uma espécie de maiô e biquíni juntos, vermelho. Elisa estava de maiô preto e chapéu, parecíamos duas mulheres da alta sociedade com alguns quilos sobrando, mas ainda assim bonitas, como aqueles quadros da Renascença, brilhantemente pintados por grandes artistas daquela época. Conversávamos animadamente quando Edu se aproximou.
- Vocês estão maravilhosas, quero fazer umas fotos, posso? - perguntou com uma câmera profissional em mãos.
- Elisa, o que você acha? - perguntei sorrindo e fazendo bico para a foto.
- Vamos lá, me deixe colocar os óculos de sol - respondeu Elisa.
Tiramos algumas fotos dentro e fora da piscina, nos divertindo com tudo aquilo enquanto Eduardo tentava pegar a melhor luz para fotografar.
Depois tiramos algumas fotos com toda a turma, foi um dia realmente fascinante.
A noite chegou e Elisa foi até meu quarto.
- Ju, vista algo bem bonito, os rapazes alugaram um helicóptero, vamos jantar no Rio, num restaurante no Leblon.
- Nossa! Nunca fui ao Leblon, dizem que é um bairro muito bonito - respondi arrumando no closet as poucas trocas de roupa que havia trazido.
- Vou me arrumar, sairemos em uma hora - ela disse me apressando.
Em menos de uma hora estávamos todos prontos para sair e o helicóptero já estava nos aguardando; voamos até um prédio no Leblon para que pudéssemos desembarcar num heliporto.
Descemos pelo elevador até o hall do prédio onde ficava o restaurante que iríamos jantar.
Assim que nos sentamos, Ricardo pediu um vinho frisante português para bebermos. A conversa fluiu bem, nos divertimos e comemos muito. A sobremesa foi a melhor parte, um bolo maravilhoso de chocolate com sorvete de pistache.
Ao final da noite voltamos de helicóptero e resolvemos tirar os sapatos e ficar em frente ao mar, conversando e observando as estrelas, ouvindo as ondas baterem nas rochas.
No outro dia, logo pela manhã, Elisa me convidou para acompanhá-la ao salão de cabeleireiro, afinal iríamos a um luau na praia à noite.
Fizemos compras, arrumamos os cabelos e as unhas e o dia passou rapidamente.
Elisa insistiu muito para que eu comprasse um vestido que ela escolheu, branco e justo no corpo, estilo sereia, com um profundo decote em V. Experimentei ali mesmo na loja e o vestido realmente ficou lindo no corpo.
À noite eu me arrumei e desci as escadas, Elisa já estava a minha espera, ao lado de Bruno e Frank que sorriram a me ver.
- Juliana você está linda, o Ricardo vai ficar louco - disse Frank me observando.
- Obrigada Frank, mas vocês também estão muito elegantes, o que estão aprontando? - perguntei franzindo a testa com curiosidade.
Eles se entreolharam e sorriram sem dizer uma palavra sequer. Frank posicionou o braço para que o acompanhasse e assim fiz. Saímos de casa e fomos em direção a um quiosque, que tinha uma mesa no centro e estava todo decorado com panos brancos e algumas cadeiras também brancas, posicionadas a uma pequena distância da mesa.
Em frente a ela, Ricardo me aguardava em pé e ao seu lado estava um senhor muito simpático.
Meus olhos se encheram de água, nunca imaginei que algo assim acontecesse comigo, ainda mais de surpresa.
- Frank o que significa isso? - perguntei tentando entender.
- Amiga você vai se casar! Ricardo preparou isso o mês todo, pegou seus documentos e deu entrada nos papéis para que pudesse te fazer esta surpresa. Todos nós sabíamos e só guardamos segredo, porque sabíamos o quanto ele te fará feliz. Se joga, amiga! - Frank explicou sorrindo, enquanto me levava até Ricardo.
- Meu Deus! O Ricardo não existe - disse surpresa.
Frank parou comigo em frente ao Ricardo, que me enlaçou pela cintura e me beijou ternamente na testa, puxou uma cadeira para que me sentasse ao seu lado, de costas para meus amigos e de frente ao juiz de paz.
- Amigos, estamos aqui para testemunhar o enlace de Ricardo e sua noiva Juliana - o juiz começou.
Foi um momento muito bonito, mesmo sendo só no civil. Ricardo sempre teve esta necessidade de saber que eu era dele e eu me sentia muito mais tranquila em ser esposa do que uma simples namorada.
- Senhor Ricardo quer dizer algo? - perguntou o juiz de paz entregando a aliança para que Ricardo colocasse em meu dedo.
Ricardo me olhou, sorriu, pegou minha mão e a beijou.
- Eu prometo continuar fazendo com que seja feliz, quero continuar te conhecendo e me surpreendendo com o ser humano maravilhoso que você é. Obrigado por me ensinar a amar, mas principalmente por me ensinar a me permitir ser amado. Eu te amo - disse com os olhos marejados.
- Ricardo, você me faz tão feliz, que às vezes eu sinto medo de tanta felicidade. Obrigada por me permitir amar você e aprender a cada dia a ser um ser humano melhor, por me fazer enxergar o melhor lado de mim mesma. Eu te amo - respondi com lágrimas rolando pelo meu rosto.
Trocamos alianças e assinamos pela primeira vez nossos nomes como casados, a partir de agora serei chamada de senhora Boldrini e isso faz meu coração explodir de alegria. Só não sei o que será de minha sogra quando souber.
Estávamos sentados em uma das mesas do quiosque comemorando nosso casamento.
Ricardo pegou um papel no bolso e me olhou sorrindo.
- Bom, vamos ver o que temos aqui - disse sorrindo para Frank.
- Agora o negócio vai ficar divertido - Frank disse gargalhando e passando uma mão na outra como se fosse aprontar alguma.
- O que foi isso? - perguntei franzindo a testa.
- Isso aqui, dona Juliana, é algo que até semana retrasada eu não tinha conhecimento, mas graças a meu amigo Frank, eu descobri - Ricardo falou sorrindo.
- E o que é isso, eu posso saber? - perguntei tentando entender do que se tratava.
Ele então começou a ler em voz alta as cláusulas de meu contrato com Frank para conquistá-lo, eu fiquei roxa de vergonha enquanto todos na mesa riam.
- Você fez tudo isso por amor, Ju? - perguntou Elisa.
- Que nada, isso tudo foi para ela usar meu corpinho - respondeu Ricardo passando a mão por seu peitoral e levando todos a gargalhar.
- Ricardo, eu conheço bem esta pessoa e desde o momento em que ela o viu no elevador já se apaixonou por você, sem nem saber quem era - disse Frank me entregando.
- Que amigo você, hein? Não fale isso ou ele vai se achar - disse sorrindo para Frank.
- Eu já me acho, minha querida esposa, pois tenho a melhor mulher do mundo que me faz feliz só de estar ao meu lado dia após dia - retrucou Ricardo me emocionando.
- Melhor não, meu amigo, uma das melhores, Elisa também é meu tesouro e por isso - disse Bruno parando a frase em suspense.
- Verdade Bruno - respondeu Ricardo.
Então Bruno olhou para Elisa e disse:
- Gente, aproveitando este momento, quero pedir que Elisa se case comigo.
- O que? Bruno! - disse Elisa se emocionando.
- Não há melhor momento para isso, vá em frente Bruno - falou Ricardo sorrindo.
Todos nós prestávamos atenção nos dois e vimos a emoção deles aflorar. Bruno tirou do bolso uma caixinha de veludo e continuou:
- Elisa, eu nunca imaginei que alguém pudesse me fazer tão feliz! O azar de alguns é a sorte de outros e este foi meu caso; você viveu com alguém que não a valorizou como a mulher maravilhosa que tenho conhecido nesses meses e hoje quero que nossas vidas recomecem da maneira certa. Você quer casar comigo? - perguntou Bruno emocionando a todos nós, inclusive a Elisa que deixava rolar lágrimas de felicidade por seu rosto.
- Sim, você tem me feito a mulher mais feliz do mundo. Eu nunca imaginei que pudesse ser tão feliz - respondeu Elisa chorando.
Ele colocou o anel em seu dedo e em seguida se beijaram delicadamente.
- É... Pelo jeito as surpresas não acabam - disse Frank olhando para Eduardo.
- Como assim, tem mais? - perguntei sorrindo, enquanto limpava as lágrimas do meu rosto.
- Ah, tem! Eduardo e eu resolvemos morar juntos e já estamos comprando uma casa no condomínio de vocês - Frank disse passando a mão pelo rosto de Edu, que o olhava apaixonado.
- Agora sim, está tudo perfeito - falei abraçando Ricardo que me olhava sorrindo.
- Vamos fazer um brinde - disse Ricardo chamando o garçom.
- Pois não, senhor - disse o garçom de frente a nossa mesa.
- Por favor, traga aquele champanhe que trouxe mais cedo e sirva nossas taças - Ricardo pediu.
- Sim, senhor - respondeu o garçom saindo em seguida.
O garçom nos serviu e Ricardo levantou o brinde.
- Que este dia marque nossas vidas, que possamos continuar essa amizade verdadeira e recíproca, podendo sempre contar uns com os outros e nos fazer feliz.
- Não poderia ter dito algo melhor, meu amor - respondi batendo a taça na dele e todos se entreolharam sorrindo e selando ali nosso comprometimento uns com os outros.
Eduardo chamou novamente o garçom.
- Por favor, o senhor pode tirar uma foto nossa? - perguntou pegando a câmera que levava para todo lado com ele.
- Claro, senhor - respondeu o garçom sorrindo.
Eduardo ensinou ao garçom como usar a câmera e enquanto estávamos sentados o garçom tirou duas fotos.
Depois disso Eduardo tirou várias fotos de todos nós, inclusive virando a câmera para si e fotografando ele e Frank.
A noite se estendeu até a madrugada, saímos do quiosque já passava das duas da manhã.
No outro dia acordei com Ricardo abraçado a mim e ao tentar tirar a mão dele, para espreguiçar ele me agarrou ainda mais.
- Onde pensa que vai, senhora Boldrini? - perguntou beijando meu cabelo.
- Precisamos de um banho e estou morrendo de fome - respondi me virando para ele.
- Fome? Hum! Entendi - disse sorrindo.
Levantei e fui para o banheiro, Ricardo me seguiu e foi me ensaboando delicadamente enquanto sentia cada centímetro do meu corpo se arrepiar a cada toque de suas mãos; quando me penetrou ele sentiu o quanto eu estava excitada e com seus movimentos frenéticos nos levou a um orgasmo enlouquecedor, que me deixou com as pernas bambas.
Trocamos de roupa e descemos para a cozinha, Elisa e Frank estavam terminando de arrumar a mesa enquanto Bruno e Eduardo se sentavam.
- Nossa, que mesa linda! - disse admirando a mesa farta.
- Nós fomos à padaria e trouxemos um pouco de tudo, mas precisamos buscar as cervejas depois - respondeu Frank.
Tomamos café e os rapazes saíram para buscar o que faltava, cervejas, refrigerantes e carnes para o churrasco.
Elisa e eu arrumamos a cozinha e empacotamos tudo que levaríamos.
- O que acha de arrumarmos as malas, para podermos curtir mais o dia, afinal, pegamos a estrada às cinco da tarde - perguntei a Elisa, que sorriu concordando.
Já estávamos na piscina quando os rapazes chegaram, eles ficaram encarregados de tudo enquanto Elisa e eu nos bronzeávamos.
A tarde foi maravilhosa e um pouco antes das cinco arrumamos o que faltava e fomos embora, Elisa e eu nos revezamos na direção, já que éramos as únicas que não tínhamos bebido. Chegamos em casa um pouco depois das dez da noite, estávamos tão exaustos que desmaiamos.

O Poder Do Amor - Obcecada pelo chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora