Depois de duas semanas eu e Elisa tínhamos nos tornado muito amigas. Ela me contou tudo sobre a mãe de Ricardo e eu fiquei absurdada com o que ouvi dela.
Eu tinha combinado de levar Elisa para almoçar, já estava atrasada e, para complicar, Ricardo ainda queria conversar.
- Juliana, me escuta - disse Ricardo ao telefone.
- Amor, para de neura. Só vamos almoçar, não precisa de tanta preocupação - respondi irritada.
- Juliana não é neura, esse marido dela é perigoso, não quero você saindo sem seguranças, será que você não pensa? - Ricardo perguntou sem paciência.
- Ricardo eu prometo que vou tomar cuidado, vamos almoçar no shopping Iguatemi, repleto de pessoas ao nosso lado, não tem como esse cara tentar nada - expliquei tentando acalmá-lo.
- Está bem Juliana, mas não saia do shopping antes de eu chegar, assim que terminar a reunião, irei para lá - falou impondo sua proteção.
- Tudo bem amor, eu te espero então. Te amo - disse me despedindo.
- Eu também amo muito você - disse desligando em seguida.
Peguei a chave do carro e fui para o shopping. Assim que cheguei sentei na praça de alimentação do shopping, liguei para Elisa, que ainda não tinha chegado.
- Elisa, onde está? - perguntei assim que ela atendeu.
- Acabei de entrar no shopping - respondeu.
- Estou sentada em frente ao McDonald's - dei minha localização para que ela me encontrasse mais rápido.
- Em alguns minutos estarei aí - disse desligando em seguida.
O shopping estava cheio e Elisa chegou quase sem fôlego.
- Nossa, mulher, está tudo bem? - perguntei sorrindo.
- Sim, vim correndo. Acho que estou sendo seguida - falou olhando para os lados.
- Viu alguém? - perguntei tirando os óculos de sol e vasculhando o local com os olhos.
- Não. Assim que saí de casa percebi um carro me seguindo, mas não vi quem era, os vidros eram escuros - respondeu preocupada.
- Deve ter sido impressão Elisa, mas acho que devia contratar um segurança, Ricardo pode ter razão. Todo cuidado é pouco - disse a precavendo.
- Não tenho idéia de como fazer isso.
- Façamos o seguinte, vamos almoçar e depois pensamos em algo, pode ser? - perguntei tentando deixá-la mais tranquila.
- Concordo, aqui estamos seguras - respondeu.
- Eu trouxe o cardápio para que possamos escolher algo, o que acha de escolhermos um suco? - perguntei entregando o cardápio a ela.
Ficamos ali por mais de uma hora, conversamos sobre vários assuntos e de repente alguém se aproximou.
- Juliana! Que surpresa, você por aqui - disse Bruno em pé ao lado da mesa.
- Oi Bruno, que surpresa, como está? - perguntei olhando-o de cima a baixo.
Estava com uma calça jeans bem justa, que torneavam aquelas coxas grossas e malhadas, e uma camiseta vermelha, com a manga quase rasgando com aqueles braços musculosos.
- Vim comprar novos óculos de sol, o meu quebrou ontem e dirigir sem óculos, nesse sol é complicado - falou nos dando satisfação.
- Nossa, desculpe. Esta é Elisa - disse apresentando os dois.
- Oi Elisa, sou Bruno - ele falou abrindo um sorriso maravilhoso ao cumprimentar Elisa. Neste momento tive uma ideia.
- Todo meu, Bruno - Elisa disse sorrindo.
- Bruno, por que não se senta conosco? - perguntei na intenção de aproximá-los.
- Obrigado Juliana, vou aceitar. O que estão bebendo? - perguntou olhando com cara de lobo mau para nós duas.
- Estamos tomando suco - disse Elisa com a cabeça baixa, nitidamente envergonhada.
- Vou pedir um suco de acerola, já volto - disse saindo da mesa.
Assim que Bruno saiu, Elisa me olhou e seus olhos brilhavam.
- Elisa, acho que ele está te paquerando – eu disse sorrindo.
- Que é isso Juliana, sou casada. Ele é lindo, meu Deus! Só que por enquanto ainda sou casada - respondeu se entristecendo.
- Se depender de nós, logo estará livre daquele traste do Carlos, falando nele, como está te tratando? - perguntei curiosa.
- Ele não está nem conversando comigo; bom até aí normal, ele nunca foi de jogar conversa fora comigo - respondeu dando de ombros.
- Ah! Quase esqueci, comprei algo para te presentear, eu li e amei - disse entregando o exemplar de um dos meus livros prediletos.
- Nossa, que capa linda! Risco Calculado do que trata? - Elisa perguntou deslumbrada com a capa, que era estampada por uma moça loira que tirava uma máscara de seu próprio rosto.
- Acho que tem tudo a ver com o que você está passando. A protagonista da história se chama Valentina, que se casa com Hugo, um cara mais velho. Ele se mostra obsessivo e louco, e faz da vida dela um inferno, não a deixando ter amigos e nem mesmo uma vida própria. Valentina então calcula um plano para escapar dele e acaba se apaixonando por Max, um rapaz que a ama sem cobranças ou ciúmes doentio. Você vai amar, tenho certeza - falei tentando não dar spoiler do livro.
- A escritora é brasileira? - perguntou abismada.
- Sim - respondi.
- Vou ler sim, é bom que me distrai. Obrigada, Ju - agradeceu guardando o livro na bolsa.
Bruno voltou e continuamos conversando; ele não tirava os olhos de Elisa, eu estava adorando ver um homem dar atenção para ela, que precisava se sentir mais desejada, depois daquele monstro com quem se casou.
Enquanto conversávamos animadamente Ricardo chegou e nem percebi.
- Qual o assunto? - Ricardo perguntou parado em frente à mesa e com cara feia.
- Oi amor, senta. O Bruno está contando a última do Frank na academia - respondi sorrindo para ele.
- O que Frank aprontou desta vez? - Ricardo perguntou relaxando, sentou-se e me abraçou.
Ficamos por mais um tempo conversando e Ricardo acabou se animando e entrando na conversa.
- Estou ficando maluco, ou o Bruno está dando em cima da Elisa? - Ricardo perguntou discretamente no meu ouvido.
Eu sorri e concordei entredentes, o beijando em seguida. Ele sorriu e mordeu meu lábio.
- Bom, gente, eu preciso ir, já está ficando tarde - Elisa disse se levantando.
- Posso acompanhar você até seu carro? - perguntou Bruno, vendo Elisa tirar a chave do carro da bolsa.
- Claro, pode sim - respondeu Elisa sorrindo.
Nos despedimos de Elisa e em seguida fomos embora. Ricardo parou em frente ao meu carro e segurou a porta.
- E aí, pensou na minha proposta? - perguntou sorrindo.
- Que proposta? - perguntei fingindo não recordar.
- De morar comigo desde hoje - respondeu me abraçando.
- Sim, eu pensei - disse beijando seu queixo.
- E? - perguntou afastando o rosto.
- Eu aceito, mas só me mudo amanhã, hoje já está tarde. Preciso ir para casa, arrumar as malas e vou levando as coisas aos poucos.
- Quer dizer que não vai dormir comigo hoje? - perguntou franzindo a testa.
- Isso mesmo, eu tenho muita coisa para arrumar - respondi piscando para ele com malícia.
- Ah! Não mesmo! Eu vou com você e te ajudo, mas não vou dormir sem você nunca mais, entendeu? - perguntou me agarrando.
- Que homem difícil. Está bem, então vamos logo - falei sorrindo e batendo no seu peito.
- Vou pegar meu carro e te sigo - respondeu me dando um beijo rápido e saindo.
Chegamos em casa e Ricardo não dobrava nenhuma roupa, ia jogando tudo embolado dentro das malas, me olhava sorrindo e dava de ombros.
Frank nos ajudava e fazia guerrinha de roupas com Ricardo, que me olhava gargalhando.
A felicidade dele era nítida e a minha estava quase explodindo.
- Vou fazer um macarrão e panquecas de forno para jantar, enquanto isso vocês continuam - disse Frank.
- Hum! Panquecas, amo demais - falei quase salivando.
- Então você gosta de panquecas? - perguntou Ricardo me agarrando pela cintura.
- Eu amo - respondi mordiscando sua bochecha.
- Que bom saber, assim vou aprender só para cozinhar para você - Ricardo falou beijando a ponta do meu nariz.
- Amor, isso é comida para degustar de vez em nunca, engorda demais.
- Ju, é só comer do jeito certo e malhar, não precisa deixar de comer o que quer; e outra, eu amo você, assim, gostosa, carnuda - ele disse apertando minha bunda e mordendo o lábio.
- Ah tá, eu que não me cuide. Tem muita mulher querendo o que é meu - falei agarrando sua calça.
- Boba, só tenho olhos para você e mais, meu coração, corpo e alma já tem dono, passei tudo para seu nome, está registrado em cartório - falou brincando.
- Se é assim, então, tudo bem - respondi dando as costas a ele e continuando a fechar uma das malas. Ele me virou e me jogou na cama, tirou a franja do meu olho e começou a cantar baixinho.
"Você é algo assim, é tudo pra mim, é mais que esperava, baby. Sou feliz agora".
- Você não existe sabia? - falei com os olhos marejados de emoção.
- Eu existo sim, nasci para amar você. Vim só para isso - ele respondeu me beijando.
De repente ouvimos um grito vindo da cozinha.
- Alguém pode abrir o vinho? - gritou Frank.
Nós dois sorrimos e Ricardo se levantou para ajudar Frank. Eu continuei ali no quarto, suspirando agradecida pelo homem que Deus me deu.
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O Poder Do Amor - Obcecada pelo chefe
Chick-LitEste é o segundo livro da coleção Chefes que amamos... Sabe aquele livro que vai te fazer se apaixonar e se emocionar enquanto ler? É este... Então bem vindos a vida da sensual Juliana. Juliana é gordinha e de auto estima baixa, mas tudo isso muda q...