Ricardo Boldrini
Sou um advogado implacável, daqueles que não dá a mínima importância se vai ou não levar um cliente à falência, para mim o que realmente conta é se vou ganhar ou não.
Tenho certo fetiche que prefiro manter em sigilo, além de preferir algo mais teatral na hora do sexo. Gosto de mulheres gordinhas, tanto que, quase não consigo me conter com aqueles quadris largos e cheios de curvas, isso sem contar o rosto, pois a maioria das gordinhas é bonita, se amam e sua sensualidade fica nítida no jeito de olhar, como predadoras naturais.
A única coisa chata aí, é que, como sou muito requisitado, acabo saindo com modelinhos do alto escalão da moda. Isso me impossibilita de transar com alguma gordinha quando tenho vontade, e acabo pagando para ter isso, já que hoje em dia você acha de tudo nos classificados, até garotas de programa plus size.
Não tenho vontade de levar ninguém a sério, muito menos uma gordinha, imagina o que falariam de mim pelas costas.
Meus amigos vivem me invejando por causa do poder que tenho com mulheres espetaculares, e não pegaria bem ser visto com uma gordinha.
Sempre digo para a chefe de RH que jamais contrate mulheres gordas para trabalharem comigo, não aguentaria trabalhar com alguém se sentisse tesão por ela.
Esses dias mesmo eu fui a um barzinho com alguns amigos e quando a vi quase morri, que mulher linda! Ela é alta, quadril largo, cintura fina, cabelos loiros longos e ondulados. Era bem gordinha, devia ter pelo menos 95 quilos, mas é muito bonita. Enquanto eu a auxiliava na frente do banheiro, podia ver seus olhos brilhando, sua boca vermelha implorando que a devorasse ali mesmo. Quase esqueci que estava sendo observado por meus amigos, tive que manter a postura de pegador de modelinhos, mas ela me tirou do foco. Ela falava de um jeito meigo, como se implorasse cuidados, me senti atraído para encenar uma de minhas cenas de protetor, mas, essa droga de sociedade, odeio isso. Será que nunca vou poder dizer ao mundo que gosto de gordinhas?
Por que este preconceito todo? Este mundo não é justo mesmo, tenho que me privar do sexo com essas deusas rechonchudas, só para ficar com fama de galanteador na sociedade? Até minha família me criticava quando eu era adolescente, mantinha uma amizade colorida com uma gordinha chamada Elisa, ela sempre era depreciada em minha casa, ninguém sabia como tratá-la com respeito. Quando ela ia me chamar, alguém sempre gritava "A gorda chegou", eu ficava desconcertado ao ouvir e ela sempre tentava transparecer normalidade.
- Odeio o jeito como eles te tratam, que falta de respeito.
- Rick não liga para isso, eles não estão me xingando, me chamaram de gorda. É normal, não é a primeira nem a última vez que ouço isso e, outra coisa, eu sou gorda.
- Sim, eu sei que você é gorda, eu enxergo, mas o que me entristece é que você tem nome e eles fazem isso para ofender, de modo pejorativo.
- Ricardo, o que me importa é o jeito como você me trata, o resto é resto.
Muitas vezes eu ficava mal, não só por minha família, mas na escola o preconceito era pior, faziam musiquinas de baleia, a chamavam de rolha de poço e por mais que ela tentasse levar numa boa, de vez em quando a pegava chorando. Não suportava mais aquilo.
Quando fui para o colegial, meus pais fizeram questão de me colocar em uma escola melhor e bem longe de Elisa, não a via mais como antes, nossa amizade foi ficando mais distante até que ela nunca mais me procurou e eu por idiotice nunca fui atrás. Com o passar do tempo fui ficando superficial e dando ouvidos aos meus amigos, que pegavam uma menina mais bonita que a outra. Eu tinha sorte, as mais gatas sempre davam em cima de mim, nunca precisei conquistar nenhuma delas. Acho que sentia falta disso, da conquista, principalmente de mulheres inteligentes, e as gordinhas quase sempre precisavam recorrer à inteligência e ao bom humor para conseguir atenção, já que não conseguiam pelo corpo.
Pensei naquela loira linda a noite toda, mas quase pirei quando cheguei na terça-feira para trabalhar e dei de cara com ela na mesa da minha secretária. Nem falei com ela direito, fui direto para a sala da gerente de RH, estava bufando de raiva.
- Como se atreveu a me desobedecer? Eu não disse que a única coisa que não queria era gorda como secretária? Pode contratar mulher feia, magra, deficiente, menos gorda - gritava com a gerente que me olhava assustada.
- Senhor, chega de preconceito, porque me contratou então? Se o senhor mandá-la embora terá de me mandar junto! Já estou cansada de ver pessoas como você! Não vê que ela precisa do emprego e, outra, está procurando há muito tempo, pelo que vi, e ninguém dá oportunidade a ela por ser gorda? Que mundo é esse? - ela falava gesticulando e muito nervosa.
- Olha, se ela fizer merda eu mando as duas embora - explodi sem poder falar o porquê de minha raiva.
Como dizer para alguém que não era preconceito, era medo de ficar louco de tesão?
Não conseguia me concentrar quando Juliana entrava na sala, ficava observando aqueles olhos verdes e o modo como ela mordia a caneta, que mulher sexy.
Quando ela entrou no elevador, toda atrapalhada e procurando o celular, fiquei louco. Adoro mulheres perdidas, faço sempre questão de ajudar e levá-las para minha cama, mas não com ela, precisava me conter, já que ela precisava do emprego e eu jamais poderia manter relações com uma gordinha que trabalhava para mim, não posso correr o risco de alguém saber sobre esse meu gosto peculiar. Muitos podem achar que é fetiche, mas é gosto, prefiro mulheres com curvas.
Hoje, quando ela entrou em minha sala dizendo que estava de dieta, eu odiei.
Não queria que ela emagrecesse, ela perderia todo o charme. Não entendo alguém que fica escravo de dietas malucas, mas sei o quanto sofrem. Vi de perto o sofrimento de alguém assim, não posso pedir que ela pense diferente, mas se fosse minha, eu jamais permitiria isso. O que me deixa pior a cada dia é que sonho com essa mulher o tempo todo, meu pau lateja toda vez que a vejo. Não estou aguentando mais, preciso comer essa mulher, mas não posso. Mulheres gordas se apegam e se ela se apaixonar por mim eu terei que demiti-la e ela poderia falar de mim para alguém e estragar minha reputação. Não quero que se repita meu passado, ser obrigado a me afastar de alguém que amo, por preconceito de minha família.
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O Poder Do Amor - Obcecada pelo chefe
ChickLitEste é o segundo livro da coleção Chefes que amamos... Sabe aquele livro que vai te fazer se apaixonar e se emocionar enquanto ler? É este... Então bem vindos a vida da sensual Juliana. Juliana é gordinha e de auto estima baixa, mas tudo isso muda q...