Capítulo II

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Estava arrasada ao chegar em casa, eu precisava de um plano para conquistar aquele homem e Frank iria me ajudar.
- Olá - falei entrando pela porta da sala.
- Estou no quarto - gritou Frank.
Coloquei minha bolsa em cima do sofá e fui ao quarto de Frank.
- Oi amore - disse abraçando Frank e me jogando na cama.
- O que foi Ju? - perguntou me olhando curioso.
- Lembra-se do cara do elevador? E do cara que me ajudou no bar? - perguntei olhando e fazendo bico.
- Lembro, pelo que me disse é a mesma pessoa, não é? - retrucou levantando da cama.
- Sim, mas o pior é que ele é meu chefe, o idiota mais gato do mundo, Ricardo Boldrini. Eu estou ferrada, meu amigo, estou de quatro por ele.
- Como você está de quatro por um imbecil? - perguntou colocando a mão na minha perna e se sentando ao meu lado.
- Não sei Frank, sinto meu corpo tremer perto dele. Sabe quando parece que seu corpo cria vida, sem precisar do seu cérebro para controlá-lo? Ele chega perto e meus músculos saltam, fico sem ar, morrendo de vontade de sentir o toque da mão dele e imaginando como deve ser aquele homem me beijando, me pegando, me preenchendo por dentro - falei passando a mão do seio para o pescoço, como se sentisse aquele homem em mim.
- Opa, opa! Calma aí amiga, não precisa gozar aqui perto de mim, já entendi que o cara é gostoso, mas não precisa de tudo isso - disse arregalando os olhos de um jeito divertido.
- Como assim, Frank? Estou aqui desesperada para dar para esse cara, fico totalmente descontrolada do lado dele, enquanto eu não desfrutar disso, não ficarei bem.
- Você quando fica obcecada em alguém, só por Deus - Frank disse balançando a cabeça e fazendo bico.
- Preciso de ajuda, Frank, quero uma visão masculina, sei que penso como homem, mas não tenho perspectiva masculina e por mais que você seja gay, você é homem e sabe muito sobre desejo - disse pedindo ajuda.
- Não vou ajudar você a conquistar esse cara, você não cumpre nada do que promete. Logo se enjoa a não continua o que combinamos - falou nervoso.
- Frank, por favor, não quero o coração do cara, quero sexo, mas preciso aguçar o desejo dele por mim - respondi encarando-o.
- Eu sei disso, mas e se você se apaixonar pelo cara, não sei não - falou se levantando.
- Para seu bobo, fala logo, faço qualquer coisa para dar pra ele, não quero o amor dele, quero o pinto dele, quero sexo sujo e excitante - respondi sorrindo.
- Eu topo, mas vai ter que fazer tudo que eu mandar e vou colocar tudo no papel e você vai assinar. Se for assim eu concordo, se não pode ir atrás de outro. E aí? - perguntou estendendo a mão.
- Eu topo, faço qualquer coisa - respondi apertando a mão de Frank, que aproveitou para me puxar e me levantar.
Fomos para a cozinha, sentamos e Frank pegou o notebook e começou a digitar. Enquanto isso eu o observava e pensava: como um homem deste podia gostar de pinto? Ele é alto, olhos penetrantes, pele sedosa, forte e malhado, meu Deus ele consegue tirar suspiros de qualquer mulher, é muito gostoso. Essa barba serrada e desenhada, como pode? Que desperdício. Realmente o pinto é perigoso, quando se experimenta, se vicia.
Eu sorria com meus pensamentos e não percebi que Frank me olhava curioso.
- O que foi? Conheço esse seu olhar Juliana, com certeza está pensando em coisas roliças - disse se divertindo.
- Estava pensando o quanto um pinto pode ser perigoso, veja você, um homem alto, musculoso, gostoso e lindo, que não pode ser degustado, porque prefere homem. Isso não é justo Frank - falei decepcionada.
- Para que ficar pensando em mim como desperdício, cada um tem sua escolha, eu tentei ficar com mulheres, mas o poder da pica foi maior amiga, aceite - Frank disse fazendo bico.
- Eu aceito, mas quando reparo em você, me revolto. Se não fosse por este pequeno desvio de escolha, podia casar comigo - falei sorrindo.
- Ju, entenda que nem se eu fosse homem, que gostasse de mulher, jamais ia querer você. Não sirvo para ser usado e descartado, você nunca se apaixonou por ninguém, para você é só sexo. Quando arruma alguém que quer algo sério, você some.
- Já parou para pensar porque faço isso Frank? - perguntei colocando ele na parede.
- Por quê? Não, nunca parei para pensar nisso, quer me explicar? - perguntou confuso.
- Porque o único homem que gostei de verdade se tornou meu amigo e me confidenciou que era gay, lembra? - perguntei levantando a sobrancelha.
- Você e essa história ainda? Juliana, eu não sabia que gostava de mim e até hoje sou seu amigo, nunca te tratei diferente, você nunca vai esquecer isso? Já faz mais de sete anos, está na hora de superar, quer que eu vá embora? Ficaria mais fácil? - perguntou sério.
- Frank, só te lembrei do motivo. Não amo mais você como homem, mas não posso negar o desejo sexual, mesmo sabendo que é minha amiga de cueca, respondi sorrindo.
- Ju, lembre que meu pinto é enfeite para você, não funciono com mulher, gosto de ser passivo, entendeu? - perguntou jogando um balde de água fria em meus pensamentos.
- Não está mais aqui quem desejou - falei sorrindo e tirando sarro dele.
Já não sentia nada por ele, mas demorei em ver Frank como amigo, realmente fui apaixonada por ele, sempre me tratou com muito carinho, mas é difícil reparar nele sem sentir desejo.
Ele imprimiu a folha e me entregou.
- Aqui estão alguns itens que terá que cumprir, leia, entenda e assine se aceitar, se não você tenta sozinha - disse me olhando sério.
- Está bem, meu consultor sexual - respondi focando atenção no que estava escrito.

1. Você deverá cumprir todos os itens sem pestanejar.
2. Só poderá comer o que for estipulado e preparado pelo consultor.
3. Terá que levantar às seis da manhã, todos os dias.
4. É obrigatório fazer exercícios físicos acompanhada do consultor.
5. Não tomará nenhuma atitude antes de conversar sobre o assunto.
6. Não fará sexo com mais ninguém, a não ser com o homem que quer, só assim focará no objetivo.
7. Usará roupas escolhidas pelo consultor, sem reclamar.
8. Sairá de quinta a domingo, acompanhada pelo consultor.
9. Não poderá modificar nenhum dos itens. Esse acordo terá duração de três meses.

Assinatura e data.

- Que é isso Frank, tem muita coisa aqui que colocou só para me adestrar, seu sádico - falei sorrindo.
- Se concordar, eu consigo fazer este homem te desejar, se não concordar você tenta sozinha - respondeu franzindo a testa, tentando parecer sério.
Olhei sorrindo para Frank e assinei.
"Que comecem os jogos".

O Poder Do Amor - Obcecada pelo chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora