Duas semanas se passaram e já tínhamos marcado nossa lua de mel para depois do Natal, ficaríamos o mês todo fora do país.
Sempre quis fazer um cruzeiro, então Ricardo marcou de fazermos um pela Europa e depois visitaríamos Nova York.
- Amor, você viu aquele meu batom nude? - perguntei enquanto colocava o sapato.
- Deve estar em alguma gaveta, quando você o usou pela última vez? - Ricardo perguntou da porta do banheiro, com o rosto coberto de creme de barbear.
- Acho que foi sexta-feira, quando fomos ao bar - respondi tentando recordar onde poderia ter colocado.
- Então olhe na bolsa que usou, você sempre leva o batom para poder retocar - disse Ricardo.
Olhei duas prováveis bolsas que eu talvez tivesse usado na sexta-feira e acabei encontrando em uma delas, fui até a porta do banheiro e Ricardo estava lavando o rosto já barbeado, eu o olhei e peguei a toalha para enxugar seu rosto e aproveitar para beijá-lo.
- Hum! Que delícia, se eu soubesse que encontrar o batom faria você ficar me beijando eu mesmo teria procurado - disse Ricardo me abraçando.
- Não vim te beijar porque encontrei meu batom, vim aqui porque senti saudade, morrendo de vontade de ficarmos só nós dois o dia todo, sempre tem alguém conosco. Quando não estamos no escritório, estamos entre a galera, eu amo ficar com o pessoal, mas quero meu marido só pra mim, pelo menos por um final de semana inteiro - disse enquanto beijava seu peito.
- Calma, amor, viajamos semana que vem, aí nós ficaremos sozinhos - ele respondeu levantando meu rosto com as mãos e beijando minha boca rapidamente.
- Vou descendo e te espero lá embaixo - disse saindo do quarto e o deixando se trocar.
Peguei os presentes e coloquei no porta-malas do carro.
Sentei no sofá e liguei a TV tentando me distrair até que Ricardo terminasse, fiquei totalmente vidrada no último capítulo da primeira temporada da série Revenge; por incrível que pareça, penso sempre em minha sogra quando vejo a sogra da Emily, vai ser cobra assim lá longe, um verdadeiro lobo na pele de cordeiro.
Não percebi Ricardo se sentar do meu lado e quando ele colocou a mão em minha perna dei um pulo e coloquei a mão no peito.
- Nossa! - disse assustada.
- Que é isso, amor? Não me viu sentar aqui? - perguntou com os olhos arregalados.
- Não vi amor, me assustei e te assustei, desculpa. Eu estava aqui concentrada na TV - expliquei me virando para ele.
- Bom, acho que podemos ir. Está preparada? Não vai ser nada fácil essa noite? - Ricardo perguntou passando a mão em meu cabelo.
- Estou sim, sua mãe não vai conseguir me irritar, só não fale que estamos casados, quando a gente casar na igreja a gente conta. Só faltam dois meses para casarmos no religioso, já guardamos este segredo por duas semanas, acho que podemos esperar mais um pouquinho - disse não querendo bater de frente com minha sogra.
- Amor, para que guardar segredo? Uma hora ou outra ela precisa saber e acho que não devemos nada a ninguém, para que esconder? - perguntou Ricardo me levantando do sofá.
- Não quero que ela dê um piti no Natal, depois contamos - respondi tentando não acabar com a nossa noite.
- Está bem, vamos embora, senão só chegamos para o Ano Novo - brincou Ricardo me fazendo sorrir.
Entramos no carro e fomos para a casa dos meus sogros, torcendo para não acontecer nada que me irritasse.
Chegamos depois de meia hora em Alphaville. Quando tocamos a campainha, ela mesma abriu a porta, com o sorriso mais falso que já tinha visto, mas só para mim, para Ricardo ela sempre demonstrava um amor verdadeiro e expansivo. Sabe aquele tipo de mãe que criou o filho para ela e não para o mundo? Assim é minha sogra.
Ela me beijou no rosto e me mediu de cima a baixo.
- Minha querida, como você está bonita, parece que emagreceu uns quilinhos - disse de maneira sarcástica.
- Você acha minha sogra? Não percebi, mas se a senhora está dizendo eu acredito, não é amor? - disse abraçando Ricardo que sorria para mim.
Minha sogra piscou e sorriu sem mostrar os dentes, como se segurasse a raiva.
Todos na sala de jantar nos olharam e vieram nos cumprimentar, o pai de Ricardo, como sempre, foi muito gentil e agradável comigo, me deixando à vontade.
Certa hora da noite, antes dos brindes, eu tentei encontrar Ricardo próximo dali e não consegui; então me levantei para ir ao banheiro e ouvi alguém conversando em um dos muitos quartos que havia no corredor, escutei a voz de Ricardo e me aproximei. Que surpresa! Quando cheguei na porta Vivian estava agarrada no pescoço dele e o beijou! Eu quis sair correndo, mas depois de ver tantos filmes, acabei pensando: "em todo filme que vejo alguém beijar um homem comprometido e a mocinha sai, não dá muito certo". Resolvi esperar para ver a reação de Ricardo sem a súbita vontade de esmurrar a cara daquela magrela infeliz.
- Vivian, para com isso - Ricardo disse tentando se distanciar dela.
- O que foi Ricardo? Não me diga que prefere aquele monte de banha da sua namoradinha, para com isso. Aqui todo mundo pode cair nessa, mas eu sei que você só está fazendo isso para irritar sua mãe - ela disse tentando agarrá-lo novamente sem sucesso.
- Vivian, em primeiro lugar, dobre a língua ao se referir à minha esposa; em segundo lugar eu gosto de banha e detesto excesso de osso, se eu gostasse disso, estaria com você e não com ela. Sinceramente, você é digna de dó, sai daqui, recalcada, vai chorar na cama, lá pelo menos é quente - Ricardo dizia isso nitidamente nervoso e desconfortável com as investidas dela.
- Ricardo, eu sempre consigo o que quero e isso não vai ficar assim! Sua mãe vai me ajudar a acabar com esse seu romance plus size cor de rosa - esbravejou a moça completamente transtornada.
Eu me distanciei e voltei para onde estava sem deixar que eles me vissem. Quando Ricardo voltou para a sala, sentou-se do meu lado e pegou em minha mão.
- Amor, vamos embora daqui? - perguntou nervoso.
- Vamos jantar e em seguida a gente sai, já é quase meia-noite. Não fique nervoso, eu confio em você - disse tentando fazê-lo entender que eu sabia de tudo.
Ele me olhou franzindo a testa e sorriu, mostrando certo alívio. Me abraçou e ali permanecemos por mais uma hora. Logo depois do jantar saímos à francesa, para que não fizessem alarde com nossa ausência momentânea.
Já no carro eu o olhei e disse:
- Obrigada por me defender, nunca pensei que um homem fosse preferir ficar comigo a uma mulher linda como a Vivian - disse emocionada.
- Vivian é linda, mas fútil. Prefiro mulheres bonitas, mas com conteúdo - ele respondeu sorrindo e beijou minha mão carinhosamente.
- Que lindo você é Ricardo! Cada dia mais eu agradeço a Deus por ter colocado você em minha vida, obrigada por me amar - falei olhando para ele, que esperou o semáforo fechar e me beijou ternamente.
Assim que chegamos em casa, tomamos uma ducha e fomos dormir, nossa viagem estava marcada para o final de semana e teríamos que adiantar algumas coisas em casa e no trabalho.
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O Poder Do Amor - Obcecada pelo chefe
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