"Eu era apenas um adolescente quando o conheci, mas você também era. Então estava tudo bem."
...
— Olá?
Era uma das últimas manhãs frias de Seul, levando em conta que o verão estará presente na rua Teheran Valley amanhã pelo menos, era isso que o meteorologista afirmava no seu programa do canal cinco.
O tintilar dos sinos pendurados a porta de vidro ressoou pela a lojinha. Uma mosca cruzou meu caminho, zubindo e batendo as pequenas asas. Meu rosto contorceu-se em uma careta.
Olhei ao redor e constatei que a sala estava vazia. Que tipo de pessoas abandonavam o estabelecimento de trabalho nas mãos de uma mosca?
E o que me impedia de andar até os cartões e roubar um?
— Bom dia.
— Ai, minha nossa senhora! — exclamei com um gritinho, devido ao susto.
Uma garota de minha idade apareceu de trás do balcão com um sorriso malicioso. Ela possuia uma pele incrivelmente pálida e um cabelo diferenciado até; verde, parecia-me um semáforo.
Mas de todos esses aspectos bizarros o que mais me captou a atenção, sem dúvidas, foi sua cadeira-de-rodas.
— Costumam dizer que sou mais bonita do que ela — comentou, irônica.
— Como? — estava um pouco atordoada e não ouvi uma palavra do que a outra disse.
— Disse que transo com sua mãe.
— Perdão? — arqueei as sobrancelhas. — Você sabe quem é a minha mãe, por acaso?
— Claro que não, nem ao menos conheço você — a menina sorriu de lado.
Entreabri os lábios, confusa. Não apreciava sarcasmo. Raramente fazia alguma espécie de sentido para mim.
— Qual cor você prefere para o cartão? —indagou, arrastando sua cadeira de rodas em minha direção, fazendo um ruído irritante contra o assoalho.
— Como sabe que eu...?
— Bem, eu observo e processo informações. Não acontece o mesmo com você? — a garota esticou uma de suas mãos até a platereira mais alta. — Qual cor? — inquiriu novamente.
— Azul...? — soei incerta.
Ela foi até o balcão e deu início ao processo de pagamento.
— Deu 18 mil wons — informou.
— Eu só tenho 13.
— Então, sem cartão.
Ela olhava-me com desinteresse e eu devolvia a intensidade da observação com fascínio.
— Ainda não entendi como soube que queria um cartão.
— Bem... — ela deu de ombros. — Você estava quase avançando na direção dele, considerando roubá-lo, pensando que não houvesse ninguém aqui.
— Eu não iria roubá-lo de verdade — revirei os olhos.
Permanecemos em silêncio um tempo. Eu deveria ir embora, mas, não conseguia fazer minhas pernas mexerem-se. De alguma maneira ela me prendeu ali.
A garota verde ergueu seus olhos do computador e arqueeou as sobrancelhas.
— Por que você ainda está aqui?
— Ahn... — voltei a realidade. — Não sei. Qual é o seu nome?
— Dahyun — falou.
Balancei a cabeça e segurei a macaneta metélica.
— Não vai me perguntar o meu nome?
Quase podia imaginá-la sorrir, mesmo de costas.
— Oh, eu não me importo.
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nina; saida
Fanfiction"Duas pernas podem amar a ausência da mesma" [CONCLUÍDA] ♢Isto é apenas uma adaptação, todos os créditos são da @mukecolxrs, escritora original♢