nineteen papers, two legs

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— Que tal um pouco de Coldplay para hoje? — Sana perguntou, sorrindo por cima do ombro.

— Claro — falei, indiferente.

Mas a é verdade é que eu queria ter sorrido também.

E essa é a primeira razão pela qual me apaixonei por Minatozaki Sana, eu amava seu gosto musical.

Estava um pouco difícil de se respirar. Virei para trás, e encontrei o sofá de couro marrom.

— Você já pode ir embora, Sunny.

Suas pernas eram grandes demais para o sofá. Já estava tarde.

— Nem pensar — murmurrou, sonolenta. — Você não vai se livrar de mim tão fácil assim.

Segunda razão pela qual me apaixonei por Minatozaki Sana, ela sempre manteve suas promessas.

Meus olhos encontraram os cartões presentes nas plateleiras.

Fiquei observando, com as sobrancelhas arqueadas, a garota de cabelos claros esticar uma de suas mãos até o cartão de presente azul. Ela iria mesmo roubá-lo?

— Bom dia — falei.

Ela quase derrubou a plateleira.

— Ave Maria!

Aquele foi o momento em que encontrei os olhos de Sana pela primeira vez.

E temos a terceira razão pela qual me apaixonei por Minatozaki Sana, seus olhos eram como a escuridão: e Deus, como eu queria me perder ali.

Um cliente entrou no jornaleiro. Eu só vi os cabelos claros e um moletom cinza.

Meu coração falhou por um segundo.

— Sana...? — perguntei, incerta.

A garota, se virou, e claro que não era ela. As feições eram mais maduras, o olhar não era o mesmo e o nariz não era perfeito como o dela.

— Desculpe, Dah. É a Momo, na verdade — sorriu de leve. — Vim te levar pra casa, vamos.

Eu queria chutá-la para fora. De verdade.

[...]

Sana's

— Sana, você tá horrível.

— Que bom que eu tenho você para me animar, né Chaeyoung? — revirei os olhos.

— Sério, você precisa sair dessa cama — minha amiga pegou um pedaço de pizza que estava entre as minhas cobertas. — Viu? — jogou a comida longe, com uma careta. — É disso que eu estou falando!

— Eu tô bem aqui, obrigada.

— Não tá, não. Você está é uma bagunça. Essa não é você — balançou a cabeça. — Olha, eu entendo que você gosta dela, ok? Mas, ela não é a única garota do mundo.

Eu ia responder algo, porém, outra pessoa fez isso por mim.

— Ela tem razão, Sunny. Sobre tudo. E você está realmente horrível.

Eu achei que se visse Dahyun novamente iria gritar com ela. Xingá-la. Dar um soco na cara dela. Rir de alívio. Não sei. Qualquer coisa. Achei que eu teria algum tipo de reação. Mas, não. Eu só a encarei pelo o que pareceu uma eternidade, nem ao menos percebi quando Chaeyoung saiu do quarto. Era engraçado. Sentia como se estivéssemos novamente no dia em que nos conhecemos. Só duas garotas totalmente diferentes, sem a menor idéia de quanto transformariam a vida uma da outra em tão pouco tempo.

— Eu queria ter deixado você roubar aquele maldito cartão  — falou, sorrindo.

Uma risada escapou de meus lábios. E depois, várias outras. Era inevitável. Eu amava tanto Kim Dahyun que chegava a ser hilário.

—Vem cá — pediu.

Eu me sentei em suas pernas e passei meus braços ao redor de seu pescoço.

— Por que você está sorrindo? — perguntou.

— Porque eu amo você.

Ela sorriu também.

— Me beije — murmurrou. — Por favor, me beije.

Eu descobri depois de alguns meses com Dahyun que "me beije" era sua forma de dizer "eu te amo". É claro. Dahyun nunca diria algo clichê como "eu te amo".

Queria perguntar o porquê dela ter voltado, mas, não perguntei. Achei que não valeria a pena. Mas, tudo bem. Eu descobri depois.

O importante é que ela estava ali. Finalmente, ali. Comigo.

Por que teve que durar tão pouco?

XX

O próximo capítulo é o último rs

nina; saidaOnde histórias criam vida. Descubra agora