Acordei no domingo bem. Preparada para a semana que começara. Susan estava sentada no colchonete.
–Bom dia, Gabi.-Ela disse com sotaque americano.
–Bom dia, Susan.-Eu disse, espreguiçando.-Quantas horas são?
–São-Ela pegou o celular dela.-, são oito e meia da manhã.
Senti o cheiro de torradas sendo preparadas e o cheiro de café estava no ar. Minha barriga fez um som grave, parecendo um monstro. Levantei-me da cama e fui em rumo ao banheiro e postei, outra vez, um Snap com a cara toda amassada e com escova de dentes na boca, babando a espuma. Legenda: "Tentando parecer normal".
Logo mais tarde, saímos em família. Infelizmente, o comércio da cidade fechava aos domingos. Mas não foi um empecilho para nos divertimos. Meu irmão ficou tirando selfies com Susan. Eles eram fofos, mas eu senti um pouco só com aquela demonstração. Até meus pais ficaram juntos, um pouco atrás de mim, namorando. De tanta douçura, fiquei com medo de me tornar diabética.
–Gabi, seu celular está tocando.-João falou dando um beijo em Susan.
Peguei do meu bolso o celular e verifiquei que era Suelen.
#Gabi! Estava tendando falar com você durante o fim de semana.
#Claro, Suelen. E eu descobri uma cura para a dislexia.
#Sério?
(LINHA MUDA)
#Fala logo, Suelen. Não tenho a manhã inteira.
#Você está brava comigo?
#Suelen, é o seguinte: sim. Se puder parar de ser uma falsiane, cobra, puxa saco e hipócrita. Aproveite e fale com sua amiga Raissa que ela pode comer à vontade o Bruno.
#Gabi, aquela menina é uma horrorosa! Demônia!
#Suelen, você lembra quando ela espalhou um rumor que estávamos namorando?
#Lembro.
#Ótimo. Passar bem.
Desligo na cara de Suelen. Posso até sido um pouco grossa, mas ela precisava cair na real. Raissa era a Barbie e cinco quilos de seu peso correspondiam a quantidade de maquiagem que ela usava. Se passasse um vento pela Raissa, dava para ser um pó sobrevoando por onde ela passava.
Depois de nove ligações de Suelen, das quais nenhuma atendi, houve mais uma, que eu escolhi atender.
#Me deixa, garota! Babaca! Será que não entendeu?
#Alô? Gabriela?
Não lembrava que Suelen tinha uma voz grossa daquele jeito.
#Quem é?
#É o Tiago.
#Tiago!
Me acalmei, mas ao mesmo fiquei nervosa por ter sido pega de surpresa.
#Me desculpa! Achei que era outra pessoa, Tiago.
#Está bem. Eu queria saber se você, ahn, poderia participar de um teatro na igreja?
Um teatro? Interessante...
#Quero. Pode ser.
#Graças a Deus! Era a única personagem que faltava e não estavam achando ninguém para fazê-la.
#Que bom que está resolvido.
#Te dou mais infromações mais tarde, ok?
#Ok.
#Até mais.
#Tchau.
A voz dele era sexy pelo celular,e me dava arrepios. Para, Gabi!
Depois voltamos para casa. Todos mais leves. Felizes. Meu irmão estava muito feliz e muito mais legal. Sua relação com Susan parece verdadeira, realmente o amor puro. Acho isso lindo. E quando eu sentiria aquilo? Só Deus sabe. Com Bruno eu não sentia o amor e sim superioridade, como se fosse a Afrodite e todos os outros meros mortais. Nosso namoro era fachada e eu sabia que ele me traia, mas nunca tive coragem de fazer isto. Depois eu parei de querer beijá-lo, de querer falar com ele e quando eu ia me mudar, ele disse que não namoraria à distância. Seria uma prisão para ele. Então, eu separei dele e nunca me senti tão feliz. Eu dei o fora nele e ele ficou com muita raiva. Deve ser por isso ele ficou com Raissa, para me fazer raiva, mas isto foi ruim para ele e não me atingiu profundamente, apenas um choque de ser tão burro.
Tiago me mandou mensagens falando para eu encontrar ele na garagem. Falaremos sobre o teatro.
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A Caminho do Amor
RomantizmGabriela Santos é uma adolescente de 16 anos que se muda, juntamente com sua família, para uma cidade do interior. Na escola anterior era popular e invejada pela maioria das meninas e chama a atenção dos meninos. Sua vida muda quando conhece um garo...