As coisas começam a melhorar

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Chegamos na escola, de mãos dadas, dando bom dia para todos. Os professores sorriam para nós e a professora de História, Aninha, a mais doida dos doidos, disse que estamos formando um lindo casal. As vezes, ela parece ser normal.

Chegando na classe, deixando de lado o quê todos, possivelmente, iriam pensar de nós, sentamos um ao lado do outro. Eu sorri para ele e ele para mim. Fiquei mais calma, sendo que não sabia do porquê de estar ansiosa daquele jeito (estava feliz). Laura e sua gangue deram uma encarada e cochicharam e as "amiguinhas" de Tiago deram um sorrisinho amarelo. Eu ergui a cabeça e segui o meu caminho. Não dei bola para ninguém de lá. Thiago parecia feliz e isto é o que importava.

Uma dúvida recorreu na minha cabeça: será que o Tiago não estava me usando para provar que não era gay? Não sei bem...bem, espero que não. Assistimos todas as aulas de quarta e, nas horas vagas, lia o livrinho que o Tiago me emprestara. Ele me ajudou, dando dicas de como decorar as falas. Ele tinha decoradas todas. Não somente as dele, mas de todos os personagens. Perguntei se era ele o diretor da peça, mas ele disse que não. Será uma outra pessoa, uma de fora. Percebi que ele não queria falar sobre o diretor, então voltamos para peça.

Como ele mandou-me uma mensagem falando que será amanhã o ensaio da peça (que até então era terça), comecei a tentar a decorar as falas. E ainda tinha que me lembrar das provas...Deus, que semana cheia.

**

Depois das aulas, fui embora com Tiago, sem ninguém enchendo o nosso saco e feliz. Feliz e com tarefas.

-Hoje terá culto. Você vai?- Tiago perguntou-me, dando um sorriso labial.

-Bem, eu me esqueci completamente disso. Estou um pouco preocupada com as provas na semana que vem.- Respondi, colocando o meu cabelo atrás da minha orelha.- Talvez não dê.

-Relaxa, qualquer coisa eu te ajudo nas tarefas e nos estudos. Vamos lá!- Ele disse numa empolgação.- Não precisa se preocupar com essas coisas. Há muitas coisas melhores para se preocupar.

-Eu odiaria pegar recuperação, sabe?- Falei sem pensar.

-Olhe bem.- Tiago começou a falar como se fosse experiente e de uma forma calma.- A escola te dá várias chances de recuperar a sua nota: recuperações e testes. Eles inventaram isso para alunos que passassem por dificuldades ou não tivessem muito tempo para as provas. Com o passar do tempo, as coisas começaram a ser uma disputa intelectual: quem pegar recuperação ou for reprovado, é tachado de burro. O que não é bem assim sempre. Na maioria dos casos de recuperação ou reprovação é por causa da irresponsabilidade do aluno e falta de comprometimento do mesmo.- Ele abaixou o dedo depois de explicar tudo.- Entende?- Ele parecia contra a disputa intelectual.- Muitas pessoas têm problemas com a exclusão intelectual. Além do mais, as maiorias das disputas de notas rebaixa o outro componente. Então, por que a humanidade se autodestrói? Deveríamos viver bem um com os outros e não nessa guerra para ver quem é melhor.

-Entendi.- Dou um sorriso para ele e parece que ele se desconcerta um pouco.- Desse modo, eu vou. Mas não tem como eu ir de carro: meu pai trabalha.

-Sem problemas. Dou uma carona.- Ele sorri.

-Você expressa bem o ponto de vista sua.- Comento.

**

Arrumei-me para ir à igreja. Soltei meus cabelos e coloquei um vestido amarelo-claro com rendas nas bordas. Passei pó de arroz e soltei os meus cabelos e alisei-os mais ainda. Coloquei brincos pequenos e um batom rosinha. O vestido era dois dedos abaixo do joelho, então não serei tachada de mulher que ganha a vida facilmente. Eu não acho que saia ou vestido um POUCO acima do joelho seja muito curto, mas aquelas que tem palmas e vários dedos de distância do joelho é ser "calorenta" demais. Tem menina que coloca a saia ou vestido até o umbigo...não entendo do porquê se vestir então.

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