Romênia — 1456
I can't see you
(Eu não te ouço)
I can't hear you
(Eu não te escuto)
Do you still exist?
(Você ainda existe?)
Poc – poc – poc — a cada trotar que seu cavalo dava rumo ao Castelo, mais seu coração acelerava. Seus cabelos louros, salpicados com o sangue de seus inimigos, chicoteavam ao vento junto à crina negra do cavalo; a armadura pesada não a fazia parar, pois seu desejo de reencontrar seu amor era enorme.
Uma promessa verdadeira, em momento algum pode ser quebrada. Um sentimento sincero e verdadeiro deve ser regado para que seja frutificado cada dia mais, para que seja eterno. Quem ama não quebra promessas; quem ama move forças apenas para ver bem; quem ama não quebra coração. Em seu peito, o coração acalma e vibra intensamente apenas com um simples sorriso de seu amor, mesmo que precises fazer um enorme sacrifício. E aquele era o arrebatador amor que Jennifer e Lana possuíam... O mais belo romance visto. Um amor no qual havia sacrifícios, lealdade, promessas cumpridas. Havia a verdadeira e pura ligação em seus espíritos. Ligação que nem mesmo a morte pôde quebrar.
Prometera à Lana que retornaria assim que vencessem a batalha. O Centro-Sudeste do país ganhou naquela tarde um cenário terrível: soldados Turcos empalados em enormes lanças. O exército que perdera realmente era enorme, no entanto, seu exército vencera a enorme batalha. Sendo assim, após a vitória, Jennifer deixara seus homens no acampamento para descansarem e retornarem à Romênia quando o sol raiasse, na manhã seguinte. Cavalgara, então, na mesma tarde, sem descansar até o anoitecer chegar e finalmente regressar a sua cidade.
A alegria resplandecia em seu âmago, palpitando depressa o coração, ansiando em abraçar a família que tanto amava. Passar pela pequena cidade de Bucareste, e, em seguida, pelo pequeno povoado de Brasov, apenas indicava que faltava alguns poucos quilômetros, fazendo-a enxergar o alto da torre por trás das árvores da floresta.
— Estarei aqui te esperando... Volte assim que terminar a batalha, por favor. — recordou-se ao olhar seu castelo ao longe, e não avistar ninguém para recebê-la. Seu coração apertou-se em preocupação, fazendo-a acelerar ainda mais em seu cavalo.
A distância, embora fosse pouca, parecia grande dada a necessidade de chegar e ter certeza de que estava tudo bem. Galopava passando pelos poucos troncos de árvores caídos ao caminho daquela trilha, escutando absolutamente nada além do trotar. Apenas a calmaria da noite junto ao som das cigarras, enquanto a lua subia aos céus, dando a esplêndida visão de um céu alaranjado, despedindo-se da tarde, tornando-se negro com a noite.
Seu cavalo parara quando chegara em frente à grandiosa ponte de travessia até o Castelo. O animal pudera sentir uma presença ruim, de perigo, que a loura não conseguia sentir. À vista disso, Jennifer descera às pressas e correra o mais rápido, como se sua vida estivesse correndo perigo – e de fato estava, pois, toda sua vida estava ali, naquele lugar –, até adentrar os enormes portões.
— Lana! — exclamou logo ao chegar ao pátio do Castelo. Um grande deserto, sem indicar presença de pessoa alguma. — Lana, meu amor, eu voltei para ti como havia te prometido! — anunciara ainda mais alto, sem conseguir esconder a preocupação.
O vento assobiava tristemente, como se uma tempestade estivesse por vir, tão lamentável quanto seu coração, ao levar seu amor para sempre; por mais de quinhentos anos. A corrente de ar percorria vigorosamente adentro do Castelo, e assobiava conforme se chocava entre as árvores e o entrar e sair das incólumes telhas alaranjadas.
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Into The Moonlight
FanfictionHá séculos condenado às trevas; condenado à uma solidão eterna. Adormecido por quase quatro séculos, continua a sentir tudo o que acontece ao lado de fora dos túneis de escavações. Desde que caiu sob sua terrível maldição, surgira também lendas sobr...