Ferreiro.

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Camillus estava sentado em sua poltrona, observando seu aquário e ouvindo os passos de Diana no andar de cima. Ouviu alguém lhe chamar com uma voz rouca. Se levantou e foi até a janela ver quem era. Um pirata. Andou até ele e lhe atendeu.

- Senhor - afobado, mal conseguia falar - Ela fugiu, ela não está mais lá!

- Como puderam deixar ela escapar? - Camillus manteve a calma.

- Não sabemos - murmurou.

- Mas quem foi o último a ir... - Camillus parou para pensar - Jorge...Ele foi o último a ir na prisão.

- Isso, isso mesmo, o tal ferreiro que o senhor enviou para matar a menina - ele sorriu.

- Obrigado pelas informações - Camillus se virou e caminhou até o castelo. O pirata ficou lhe olhando de longe. A traição de Jorge lhe alimentou de ódio. Como pode confiar no ferreiro? Agora teria que matar Destres com as próprias mãos.

Froid.

Ainda sentada sobre o rochedo, Destres refletia sobre a experiência no Plano Astral.

- Então, você viu sua mãe? - perguntou Jorge.

- Sim, ela me ensinou muitas coisas. Percebi que ela estava com medo - hesitou.

- Como assim? Medo de que?

- Ela não quer que eu efetue minha vingança - disse Destres - Não posso parar agora. Meu pai me castigou e ainda me mandou para DosPrata - se virou para Jorge - Aquela prisão horrenda.

- Eu sei, mas é sua mãe...

- Não importa Jorge, ele terá de morrer e pagar por tudo. Ele tentou me matar - Destres não iria desistir.

- O tempo está estranho - comentou Jorge - Não acha? - o vento batia bem devagar nas suas bochechas lhe fazendo ter calafrios.

- Você me traiu Jorge - Uma voz soou no ar.

- Pai... - disse Destres. Jorge se levantou rapidamente de onde estava sentado. Procurou por Camillus, movimentando a cabeça de um lado para o outro loucamente.

- Você irá morrer! - enquanto Jorge procurava, Camillus surgiu nas suas costas carregando na mão uma espada enorme.

- CUIDADO! - gritou Destres. Tarde demais. Camillus cravou a espada na sua espinha. Os olhos de Jorge se encontraram com o de Destres, deixando escapar uma lágrima.

- Devia ter feito o que eu mandei, Jorge - Camillus estava segurando a espada com as duas mãos, dizendo as palavras olhando para Destres - Agora olhe para ela. Foi ela que causou tudo isso - ele sorriu para a filha. Destres correu até Jorge que caiu no chão após Camillus tirar a espada de seu corpo.

- Acorda, acorda! - ela chorava - Não morra assim, estou aqui - Jorge já estava morto. As lágrimas de Destres se misturavam com a água do riacho. Camillus se afastou dela.

- Me responda uma coisa - disse Destres com os olhos pegando fogo - Como minha mãe morreu? - Camillus sorriu e desapareceu no ar. Destres se enfureceu. Olhou para Jorge que ainda estava nos seus braços e se pôs a chorar novamente.

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