A rainha gélida.

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Astrix.

Elisabeth estava irritada, ansiosa e agitada. Não conseguia ficar parada e andava de um lado para o outro.

- Você terá que fazer um favor a mim - disse Elisabeth sem olhar para o rosto de Poliana que ainda estava hipnotizada.

- Sim, diga o que é - respondeu a rainha gélida sem nenhuma expressão.

- Você terá que ir a DosPrata - ela respirou fundo - Isso mesmo! DosPrata! Ela está escondida lá. Não posso lhe dizer quem é, mas você irá saber quem é só de olhar.

- Irei imediatamente! - respondeu Poliana. Logo após bater a porta, Elisabeth se sentou e continuou sua reflexão.

Dontri.

Hadassah caminhava pela montanha ao lado de Valmir. A brisa leve do campo de rosas chegava até as partes mais baixas do monte.

- Preciso lhe contar uma coisa - disse Hadassah parando para respirar.

- Diga - respondeu o Juiz.

- Tive um sonho ontem - ela hesitou - Ou um pesadelo. Não sei, só sei que foi estranho - ele olhou com curiosidade.

- Que medo. O que não é um sonho mas também não é um pesadelo? - ele sorriu - Desembucha logo - ordenou.

- Havia uma moça, bonita. Estava sentada com um rapaz em uma mesa redonda conversando. Não sei se era esposo dela, mas enfim - ela caminhou mais um pouco, pondo a se lembrar do sonho - Eles falavam baixo, pareciam nervosos com alguma coisa.

- Como era o rapaz?

- Não me lembro muito dele - respirou - Então...na verdade, acho que eles estavam brigando até ela se levantar bruscamente da mesa. Ela saiu andando em disparada em um corredor enorme até chegar em um jardim lindo - ela olhou para Jorge - Lindo mesmo. Muitas rosas, orquídeas, girassóis, várias delas.

- Um sonho então, não um pesadelo - Valmir gargalhou.

- Calma, o pior está por vir - Valmir revirou os olhos - Ela se sentou sobre o jardim e viu o rapaz vindo em sua direção com um copo de água nas mãos. Ela começou a chorar.

- Você não ouviu nada do que eles diziam? - gesticulou com as mãos.

- Eu só conseguia ver as imagens e nada mais. Eu vi ele se aproximando dela e lhe dando o copo...

- E então? - perguntou ansioso.

- Ela bebeu para se acalmar...mas...- parou de andar. Seus olhos se encheram d'água.

- Ei, está tudo bem? O que aconteceu? - Valmir ficou preocupado.

- Ela começou a se deitar após o segundo gole. O rapaz se ajoelhou e colocou os dedos sobre seus olhos - suspirou - Ela morreu no jardim, após o segundo gole.

- Nossa, esse sonho pesadelo foi muito estranho.

- Sabe o que realmente é estranho? - ela olhou bem no fundo dos olhos de Valmir - Eu sentir a dor dela. Bem forte, então eu acordei. O que será tudo isso?

- Absolutamente nada. Apenas um sonho pesadelo - voltaram a caminhar. Nada? Não era o que Hadassah achava sobre, mas ficou calada. Subiram mais um pouco até enxergarem a casa do monge e o belo campo de rosas.

- Chegaram finalmente! Demoraram mais do que o normal - disse o monge espantado.

- É mesmo. O que houve? - perguntou Isaac.

- Hadassah parou para me contar um sonho - pesadelo, pensou - Nada demais. Preciso ir, até! - Valmir se despediu.

- Até, meu filho - disse o monge. Hadassah ficou olhando para Isaac, até desviar o olhar para o monge.

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