Capítulo 35

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Por Marlon

         Sabe as coisas estavam indo bem, na medida do possível, a empresa apesar dos perrengues ainda estava de pé, não tinha mais o risco de entrar em falência, graças ao Luiz e ao Professor Ricardo, sim o professor Ricardo conseguiu depois de 3 semanas uma solução para a maioria dos problemas financeiros que a empresa estava tendo, junto é claro aos colaboradores do setor contábil, mas o mais importante foi que o Luiz conseguiu mesmo que relutante que o Felipe devolvesse o dinheiro (claro a parte dele, que era a maioria) mas de qualquer forma, creio eu que o fato não tenha sido pelo fator emocional, mas sim pelo fator judicial kkkk ou ele devolvia ou seria indiciado a maiores fatos, e perderia até mesmo a defesa que o Luiz contratou (no início não gostei, mas independente de quem seja a pessoa merece ao menos justiça, quando digo justiça não relacionado a defesa, mas sim ao encaixe da execução dos fatos, evitar que a forma de justiça seja acima da necessária) espero que entendam! Kkkkkkk

         Mas o que mais estava me afligindo era o fato de esse tempo eu estar com o Fernando mas até agora eu não tinha lhe apresentado nada com relação a minha família, claro que ele não cobrou, mas eu me sentia na obrigação de fazer algo em relação, primeiro eu tinha que me libertar parar de me esconder dos meus pais, eu amo o Fernando disso eu não tenho dúvidas, amo meus pais e espero que eles ao menos respeitem o meu relacionamento, eu não tive tempo de conversar com o Fernando sobre o assunto, mas eu queria fazer isso não só por ele mas por mim, fora que minha filha era pequena e ela poderia falar algo sem querer, e eu não pedi para que ela escondesse, só pedi que ela ainda não dissesse a seus avós. Tudo me deixava nervoso eu pensava em tanto "e se..." Que estava me deixando distraído, e mesmo as coisas se normalizando isso poderia prejudicar no andamento do meu trabalho, e sim eu continuo trabalhando como condenado, e não eu não quero regalias por ser namorado do dono da empresa, e outra o Fernando continua sendo um Crápula no trabalho, não comigo claro, porque se ele ao menos gritar uma vez comigo ele já sabe o resultado kkkkkkk.

         - Marlon você anda distraído ultimamente - falou a Marta enquanto caminhavamos pelo shopping - aconteceu algo que queira me contar?

       - Não é nada - falei e ela me encarou, que poder esse mulher tem parece que ler pensamentos, suspirei - bom é que... É que eu estou inseguro.

       - Inseguro quanto ao o quê? O Fernando aprontou algo? Você acha que se enganou quanto ao que sente?

       - Não é o Fernando, sou eu - ela me olhava esperando eu desabafar, ela viu que fazendo perguntar não iria ajudar.

       - Conte, estou aqui como sua amiga, não como sua sogra, fale o que lhe aflige.

       - Sabe foram tantas coisas, para mim aconteceu rápido, até um ano atrás eu era "hétero", na verdade eu sempre fui bi, mas reprimia esse meu lado, espero que entenda, para mim era difícil, sempre via como os meus pais viam a sociedade, na verdade não sei como eles agiriam quando eu dissesse que ficaria com um homem - ela apenas confirmava com a cabeça.

        - Eu entendo você, não é como se " se meus pais me amam eles vão aceitar" - falou ela pensando - na verdade muitas pessoas tem dificuldades, olhe você só se aceitou porque meu filho se jogava literalmente para você - nós rimos - e sei que o que tem medo é deles não lhe respeitarem, é medo deles quererem retirar a Milena de sua vida, de criticar por colocar ela para viver ao lado de um casal gay - ela riu em compreensão - sei que na sua cabeça também tem algumas restrições ainda a esse mundo que você está conhecendo, o ser humano tem uma resistência a pensar diferente, e isso é o que nos torna humanos, as nossas diferenças.

        - Sabe que às vezes a senhora parece que ler mentes tenho até medo.

        - Kkkkkk só você mesmo, eu não leio mentes, mas eu sou uma boa observadora, por exemplo eu vi quando aquele rapaz lindo passou por a gente, e deu uma olhada em você e você ficou envergonhado - e novamente eu fiquei com vergonha - isso é normal lindo como você é quem não olharia, e não eu não direi ao meu filho, é capaz dele ir atrás de quem era, buscar nas câmeras do shopping kkkkk mas voltando ao assunto, você teve o seu tempo de autoaceitação, e se você já enxergava isso e teve essa dificuldade, imagine seus pais que nunca lhe viram, claro alguns percebem outro nem tanto, porque preferem ver aquilo que querem, mas não deve temer ao que eles irão lhe falar, deve criar força para o futuro que virá, nossa meio que rimou.

Um poder ardenteOnde histórias criam vida. Descubra agora