12|Capítulo [ Sensação Ruim ]

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José Alceu

Saio de dentro da casa do Heitor, e vou para a garagem. A raiva me consome. Não era para eu estar mais aliviado? Era para estar me sentindo vingado por ela ter me feito de idiota. Mas não é assim que estou me sentindo. Estou me sentindo um merda por ter feito o que fiz com Luciana. Ando de um lado para outro até que chuto o pneu do carro de Heitor.

— Merda! — essa mulher consegue me tirar do sério, sem fazer nada.

— Se já terminou de chutar meu carro podemos voltar a trabalhar. — olho para Heitor, ele não perguntou afirmou. Ele destrava as portas, e entra. Entro no lado do passageiro.

— Desculpa. — falo. Ele me olha por um momento e sai com o carro da garagem.

— A gente faz muita burrada na vida Alceu, as vezes por nossa própria conta e outras por que somos levados a fazer isso.

Olho para ele.

— Eu me arrependi muito pelo fato de não ter sido sincero com a Jéssica desde o início, mas no meu entender eu estava fazendo o que era melhor, mas não era, o melhor teria sido encarar os fatos desde o início. Eu ter escondido tudo, teve suas consequências, trouxe perda, sofrimento, mágoas. — compreendo suas palavras. — Mas também teve seu lado bom, tudo isso colocou um freio em mim, hoje eu não só penso em mim, aprendi a dar espaço a ela, ouvir o que ela tem a dizer e isso é importante para ela, para nós. — ele ri e balança a cabeça. — Não que  isso vá mudar alguma coisa com relação a minha opinião ou a algo que eu já tenha decidido, mas estou a disposição dela para ouvir o que ela tem a dizer, mulher gosta de ser ouvida. — ele para o carro no estacionamento da delegacia e olha para mim.

— Eu tentei ouvir ela a seis anos atrás.  — falo em minha defesa porque é verdade.

— Eu sei, mas talvez não era o tempo dela falar. — ele solta uma respiração pesada. — Relacionamentos não são fáceis, não vem com manual de instruções, mas cometer os mesmos erros já é burrice Alceu. — abaixo minha cabeça. — Moral da história, enquanto vocês dois não conversarem vão ficar se magoando cada vez mais, e tudo tem limite Alceu, do que adianta você provocar ela, ela você? Vocês já perderam seis anos, vão continuar perdendo tempo?  Não é para responder para mim, mas para você mesmo, vale a pena? — falando isso ele sai, me deixando sozinho no carro.

Passa acho que dois minutos a porta é aberta novamente.

— Deixa para pensar nisso depois temos trabalho. — ele fala num tom bravo, mas vejo ele rindo enquanto anda para a escada.

Luciana

Enxugo as lágrimas que molham meu rosto. Abafo mais um soluço, nunca fui tão humilhada, ele não era assim, não foi com esse homem que me envolvi a seis anos atrás. Das duas uma, ou ele era assim e eu não cheguei a conhecer ou fui eu que o transformei nisso.

Diante disso a conclusão que chego é quanto mais longe dele ficar será melhor, tanto para mim quanto para ele, já que faço tão mal.

Subo para o quarto que estou usando e tomo um banho. Tomo uma decisão, seja como for vou voltar para minha casa, minha vida. Assim que estou saindo do banho escuto Jéssica me chamar.

— Já estou indo. — quando saio do banheiro vejo que ela está olhando as minhas coisas na mala.

— Pretende ir embora?

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