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José Alceu
Minha segunda feira não começou da melhor maneira. Enquanto tomo um banho lembro do que aconteceu na noite passada. Depois daquela situação estranha na cozinha com Fernanda, ela me trouxe em casa. Não queria, mas não tive muita escolha, já que estava a pé. Pensando nisso tenho que buscar minha moto.
Conversamos um pouco, e tentei de forma sorrateira descobrir o motivo dela não gostar do tio. Mas ela não falou, simplesmente ignorou minhas perguntas em relação a ele. Não falou mais nada sobre o tal jantar, mas eu tenho certeza que quando menos esperar ela vai aparecer, e me cobrar o favor. Tenho que conversar com Heitor.
Lembrando do Heitor é automático vir Luciana na minha mente. Aquelas sensações que senti quando ela me abraçou no banheiro, ainda pulasavam dentro de mim.
Como será que ela está?
Desligo o chuveiro e escuto meu telefone tocar. Olho no visor é Ferraz.
— Pronto?
— Apesar de não ser verdadeiramente seu chefe, se você não quer levantar suspeitas tem que chegar no horário, porra, como patrão sou muito exigente, e todos sabem. — ele fala e sinto sua risada.
Olho no relógio e já são dez da manhã.
— Só isso chefe? — reviro meus olhos.
— Não demora, tenho um trabalho para você, já que está trabalhando para mim.
Ele desliga e eu vou terminar de me trocar. Pego um táxi até onde estava minha moto e de lá vou trabalhar.
Chegando no escritório do Ferraz, fico no aguardo dele terminar uma reunião. Como não tomei café fui até uma padaria perto, deixei sua secretária avisada que já voltaria.
Quando estou saindo do elevador no andar do escritório do Ferraz, vejo que meu dia está longe de melhorar. Klaus e dois dos seus capangas estão sentados na ante sala. Ele me encara, depois sorri.
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— Se eu fosse seu chefe já teria o demitido. — ele fala olhando no relógio. — Já são quase onze horas. — Então me encara.
— Tive um pequeno contratempo ontem, sabe, e fiquei sem condução. — ele sorri, e se levanta vindo até mim.
