28|Capítulo [Situações Difíceis ]

1.7K 365 80
                                    

Observação Capítulo Não Revisado

JOSÉ ALCEU

Chego ao endereço dado pela moça da pequena mercearia. Desligo o carro, dou uma olhada na rua e vejo que todas, ás casas são humildes, é um bairro pobre da cidade. Com certeza a maior parte das pessoas aqui não tem nem um grau maior de escolaridade.

- Você espera aqui que eu já venho! – retiro meu cinto.

- Negativo vou com você! – olho para Luciana, revirando meus olhos. Teimosa – Nem adianta, me olhar assim, se chegasse um homem na minha casa perguntando da minha filha eu não sei se falaria alguma coisa, mais um casal, quem sabe. – ela dá de ombros.

Saímos do carro, faço a comparação entre a possível Ana, e a moça da mercearia. Eram amigas, mas é clara a diferença social entre elas. Sinto um embrulho, no estomago ao imaginar que a mãe não saiba o que tenha acontecido com a filha, e sim acredita que ela esteja trabalhando em algum lugar. Paro por um momento tomando fôlego, não é porque sou policial que me acostumei com esse tipo de situação, comunicar a morte de um ente querido é a pior tarefa da minha profissão. Luciana me olha.

- Não fale nada, deixe que eu faço as perguntas, se realmente minha suspeita se confirmarem, ela não sabe que a filha está morta! – vejo seu semblante cair, lágrimas começa, a se formar em seus olhos – Vem cá! – eu a abraço – Falei para ficar no carro!

- Vocês estão bem? – olho para trás e vejo que uma senhora nos observa. Lembra muito a moça da foto. Os mesmos traços.

- Ah, sim ela só ficou emocionada com algo que eu falei! – Luciana se afasta limpando os olhos – É, que eu a pedi em casamento! – a senhora sorri.

- A que bela notícia, meus parabéns! – Luciana me olha com cara de incrédula.

- A senhora mora aqui? – pergunto.

- Sim!

- Ela poderia usar o banheiro só pra poder se recompor? Nós estamos de passagem na cidade! – ela sorri para Luciana, e estica os braços.

- Mas é claro venham! – ela abre o pequeno portão – Como você se chama?

- Luciana!

- Que lindo nome, eu tenho uma Ana, mas no momento não mora comigo foi trabalhar fora! – e, com o peso do que ouço eu entro atrás das duas. Luciana volta a chorar.

- Eu vou pegar uma água com açúcar para você, sente-se! – ela sai nos deixando sozinhos na pequena, sala.

- Você não tem coração? Como consegue mentir assim?

- Tenho coração sim. – falo baixo olhando na direção da cozinha - E é por isso que estou aqui, como você acha que eu lido com tudo isso todos os dias? Não é a primeira e nem será a última se alguém não fizer algo. – a senhora volta com um copo com água.

- Tome, tome minha filha, você ficará mais calma! – Luciana pega o copo de suas mãos, e a senhora senta-se no outro sofá.

- Obrigada! - Olho tudo em volta e vejo mais algumas fotografias da moça na estante.

- Sua filha? – pergunto como quem não quer nada.

- Sim!

- Muito bonita ela! – Luciana fala. A mãe olha com total admiração para fotografia.

- Sim, e foi sua beleza que chamou a atenção de um produtor e ela conseguiu um bom trabalho no exterior!

- Trabalho de que? Se não se importa que eu pergunte claro! – tento disfarçar a curiosidade.

Um Único Olhar UMA SEGUNDA CHANCEOnde histórias criam vida. Descubra agora