31|Capítulo [ Acontecimentos]

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JOSÉ ALCEU

Tenho que confessar que não consegui ficar muito tranquilo com Luciana, sabendo que coisas estavam acontecendo a minha volta sem que eu percebesse.

No dia seguinte antes dela acordar, saí para minha corrida matinal, como sempre faço aproveitando para olhar as informações no bairro de dona Salete, como Heitor havia pedido.

Não encontrei nada por lá, e se eles estão rondando novamente o bairro dela, isso indicava que tenho que me infiltrar mais na casa do Klaus e buscar todo tipo de informação possíveis.

Sei que não pararam com seus negócios obscuros.

Desço da moto na casa de Fernanda, combinei de passar o dia com ela. Preciso passar mais tempo por aqui, afinal tudo saí daqui. Os capangas me olham, mas como nunca tive minha presença barrada, eles só olham de cara feia. Puxo meu telefone lhe mandando uma mensagem avisando que já cheguei.

Ando pelo quintal a espera dela, que logo surge vindo da piscina. Toda sorridente. Gostaria que ela sempre tivesse assim. Sorrindo.

- Porque toda essa cerimônia para entrar?- pergunta já segurando em minha mão.

- Faz tempo que eu não apareço, pode não parecer mas, eu sou muito educado. – falo dando uma piscadinha. Ela olha para nossas mãos juntas.

- Eu fiquei com saudades da sua companhia. – solta um risadinha fraca – Sua namorada se importaria se eu segurar sua mão assim?

- Dependendo das suas intenções não, mas se fosse ao contrário o que você acharia, eu fosse seu namorado e ela minha amiga? – ela torce os lábios contrariada e solta minha mão. Dou risada – E aí o que pretende fazer hoje? - andamos em direção a piscina.

- Porque você não está com ela? Porque gastar seu tempo comigo? – paro de andar e a seguro pelos ombros, fazendo com que olhe em meus olhos.

E ao olhar os dela, vejo lá no fundo uma tristeza e uma solidão que fazem com que as palavras fiquem presas na minha garganta, formando um nó. Engulo em seco na esperança dessa sensação passar.

- Porque eu me preocupo com você, e gosto de passar um tempo com meus amigos também! – ela fica séria me olhando – Posso te considerar uma amiga, não posso?

- Não tem outra categoria disponível, tem? – nego com a cabeça, ela revira os olhos – Fazer o que então!- rio de seu mau humor.

Voltamos a andar e ficamos na piscina por um tempo jogando papo fora.

- Cadê seu tio? – pergunto por que tirando os caras do portão a casa está praticamente vazia.

- Viajou como sempre! – ela olha para o céu ensolarado – Vai ficar para almoçar? – seu olha cai sobre mim, esperançoso. Não nego. Ela sorri.

- Cadê suas amigas? Sempre te vejo sozinha!

- Não tenho tido muita vontade de ver ninguém ultimamente! – essa sua declaração me preocupa, ela já tentou contra própria vida há um tempo, e esse seu desinteresse por tudo me chama a atenção.

- Você deveria sair mais com pessoas da sua idade, não pretende fazer uma faculdade ago do tipo? – seu olhar vagueia para longe, pensativa.

- Já tive, mas hoje acho que se começar não vou levar a sério!

- Você tem que arrumar uma boa motivação, isso sim!

- Pode ser!

- Vou ao banheiro e já volto! – saio em direção a casa, e ao passar pela cozinha vejo dona Maria, preparando a comida – Bom dia, como vai à senhora? – ela sorri ao, me ver.

Um Único Olhar UMA SEGUNDA CHANCEOnde histórias criam vida. Descubra agora