Valentina
Não pedimos um motorista na volta. Andar pela rua de mãos dadas enquanto nossos olhares encontravam o da outra a admirando era incrível, prolongar era necessário.
- Você já foi tão feliz? - Perguntei a girando com as mãos dadas por cima da cabeça numa calçada qualquer e a abracei assim que ela completou o círculo, a segurando nos meus braços num abraço de ternura.
- Nunca. Eu não lembro de me sentir tão bem quanto me sinto agora - Esclareceu ficando na ponta do pé e eu beijei a ponta do seu nariz com carinho.
- Eu acho que posso melhorar isso muito mais - Falei passando do seu nariz a uma bochecha, depois a outra, depois o queixo e então ela grunhiu anciosa e uniu nossas bocas outra vez sob o meu sorriso que ficou ali enquanto eu mantinha seu equilíbrio em minhas mãos em sua cintura e ela me mantinha tão viva quanto nunca com o calor tímido da sua língua sobre o desenho da minha boca, a abrindo com suavidade apenas para se encontrar eufórica com a minha língua e chupa-la conforme começava a introduzir os dedos pelo meio dos meus cabelos de um jeitinho extremamente excitante.
Nos separei.
Mãos nos cabelos, respiração muito pesada.
- Fiz algo de errado? - Perguntou quando dei um passo para trás e eu neguei com a cabeça.
- Você sempre faz tudo certo Juls - Falei retomando nossa caminhada lado a lado, mão a mão.
- Então... - Suspendeu a pergunta e eu me inclinei na direção do seu ouvido, eu ficaria muito envergonhada de dize-lo em seu rosto.
- Eu fiquei excitada e não quero apressar as coisas - Falei sentindo a pele queimar de encabulamento e escondi meu rosto em seu ombro.
Eu não era virgem, mas estar com Juliana era como voltar ao início de tudo, ao primeiro beijo, a primeira vez, e como eu a adorava por me fazer reviver isso da maneira certa.
- Não foi minha intenção - Disse mas eu conhecia muito bem suas expressões desde criança.
Eu vi ela nascer, como achava que poderia me enganar?
Juliana começou a andar a frente e a puxei pelo braço a encostando num muro dali encontrando seu sorriso quando encontrei um sorriso para lá de maléfico no seu rosto inocente.
Como eu me deliciava de conhece-la outra vez.
Se esse mundo tivesse justiça eu teria a sorte de conhecer todas as Julianas que habitavam nessa, todos os dias.
- Está bem. Foi sim minha intenção - Esclareceu olhando minha boca e eu que grunhi baixinho na noite puxando sua cintura para mim até que minha língua estivesse na sua boca para que repetisse o feito se tivesse coragem.
Ela teve.
Foi o suficiente. Quase me separei outra vez, mas Juliana exerceu seu feitiço sobre mim ao morder meu lábio inferior no fim do beijo e mandou meu bom senso para o espaço com seus lábios famintos.
Nunca tinha sentido nada igual.
Quando o ar se fez preciso ela me deixou ir passando por mim e andando em todo seu autocontrole, jogando comigo, me deixando maluca.
A alcancei e a puxei nos meus braços, afastando o cabelo dos seus ombros e me instalando ali outra vez.
- Esse brincadeira se brinca a duas e espero que esteja preparada para o que pode vir disso - Avisei num sussuro e a larguei ali como ela fez comigo.
- Você não pode dizer essas coisas e não ficar para receber uma réplica. Valentina! - Reclamou enquanto eu passava a correr pelas avenidas com ela em meu encalço, me xingando falsamente, rindo da minha atitude, se divertindo conosco e nosso jeito de ver as coisas. De não ser como ninguém.
Não posso dizer que foi fácil deixa-la naquela noite, principalmente porque ela insistiu que eu ficasse para dormir e eu sabia que não cairia no sono dos anjos como ontem.
- Não sei se posso me controlar - Confessei com um braço apoiado ao lado da parede enquanto ela me olhava com um sorriso nos olhos, como se fosse séria, como se fosse inocente.
- Eu não pedi isso - Retrucou me fazendo olhar para cima em busca de auxílio divino.
Sozinha não seria capaz por muito tempo.
- Basta! Não me provoque! - Demandei e ela mordeu o lábio guardando bem o que queria dizer até fechar a sua porta.
Não movi um músculo por uns segundos.
- Você também me excita - Ela disse com sua voz suave um pouco trêmula e eu tive certeza que pensaria nisso até o momento em que estivéssemos preparadas não para fazer disso uma demanda unicamente física....
***
No outro dia pela manhã acordei com beijos carinhosos sobre minha boca e já fui puxando-a para meu abraço por cima do lençol.Uma camada segura de pano e Juliana me beijando, melhor forma de começar meu antepenúltimo dia no México.
- Eu não quero ir. Ainda mais agora - Eu disse me sentando na cama a puxando para sentar no meu colo quando o fiz.
- Eu sei. Mas você precisa! É seu
sonho - Disse colocando meu cabelo atrás da minha orelha.- Meu sonho sempre foi ser feliz. E eu nunca estive tanto - Garanti buscando sua boca para um selinho demorado em que quase perdi a consciência do mundo ao meu redor.
Disse quase, porque fui consciente da cesta ao pé da cama.
- O que é isso? - Perguntei com curiosidade.
- Uma cesta ué - Fez a desentendida e eu cerrei os olhos fingindo consternação.
- É meio óbvio que teremos um piquenique. A surpresa são as condições - Falou tirando o lenço do bolso e o passando pelos meus olhos.
- E vai me levar com essas roupas? - Perguntei, pois ainda estava apenas com um pijama.
- Não se preocupe com as roupas. Não precisará delas ao final - Brincou ao amarrar a venda, o que só tornou tudo mais perigoso.
- Juliana... - Repreendi e ela sorriu com um tom diferente na voz quando tirei a venda e a devolvi.
- Está bem. Vou permitir que se troque, sempre e quando deixe uma fresta da porta aberta novamente - Falou me dando um selinho e saindo em seguida, me deixando ali com mais consciência que nunca do mundo e dela.
Minha melhor amiga era um furacão e eu torcia para que restasse algo no lugar quando passasse por mim...
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Destino ou casualidade?
FanfictionSe encontraram numa rua e se amaram desde então, teria todo o ser humano com tantas pessoas no mundo a mesma sorte de conseguir? Ou isso se chama predestinação? O fato é que isso não se responde, são questões tão inexplicáveis quanto quando o seu ol...