Com amor, Bárbara - parte XXI

965 90 33
                                    

Dedicado a yasmimmelo_20
Parabéns conquista e gostaria dizer que quero atendimento grátis, mas não espero parar num hospital tão cedo, então me limito apenas a dizer que você é inteligente e merece o mundo...

Era só isso, bom capítulo a todas!

Bárbara

Dedicado a mencione um usuário

Eu sentia a música correr por meus poros. Me sentia bem, me sentia viva, porque eu nunca fui tão eu mesma em tanto tempo.

O lado esquerdo do meu peito tinha forma de lembrança, tinha um nome invariavelmente gravado, mas ainda assim, além disso eu podia cantar.

Você só ama alguém quando ama a si mesmo - Dizem - Mas eu a amei desde antes, e fazê-lo por mim só me fez ama-la mais.

Por isso a lembrança era uma pequena dor aguda quando eu entoava aquela nossos versos pela segunda vez.

Faz pelo menos três músicas que deveria ter me despedido, mas eu não queria saber o que a escuridão guardava para mim naquele camarim vazio. A ausência dela doeria muito mais agora que a evoquei, pois todos esses dias e horas sozinha apenas me concentrei em chegar até aqui, em chegar até o momento em que me libertaria de vez e que me permitira ama-la plenamente.

Eu a amava. E que ela não estive para ouvi-lo através dessa canção começava a doer mais do que eu poderia disfarçar.

Parei no meio da música.

O público acompanhou os versos e eu senti as lágrimas fugirem dos meus olhos.

Não ter dito ao seu irmão que eu queria vê-la foi meu maior erro.

Mas como todos os que cometi até então eu os assumiria com o pesar de quem se despedia.

Fechei os olhos evitando que mais me derramasse e em minha mente eu revivi o seu cheiro doce, seus beijos ardendo em minha pele por cada palavra dedicada que escapava dos meus lábios.

Era como se Macarena estivesse ali. E quando chegou a hora do adeus eu não sabia o que doía mais: A ilusão ou a falta.

- Quando você volta Cristina? - Perguntou alguém do meio das pessoas, talvez temendo que eu sumisse uma terceira vez.

De costas dada eu girei nos calcanhares e encarei uma voz feminina, diminuta, acompanhada de sua avó, a qual eu conhecia bem, a motorista da minha fuga, minha convidada de honra.

- A Bárbara sempre estará entre vocês. Somos mais valentes sendo nós mesmos - Eu disse dando-lhe o violão que levava nas minhas mãos.

Eu era valente. Não havia porque ter medo da saudade, porque ela só existia porque houveram momentos bonitos.

E eu vivi os mais belos deles ao lado da pessoa mais especial de todas.

Entrei no meu camarim e liguei a luz. A porta estava aberta, mas era estranho como eu lembrava de tê-la trancado antes de sair.

Fui até a superfície de madeira, enconstei-lhe sem muito esforço e voltei meu olhar para o ambiente vazio, refazendo meus passos esperando parar em frente ao espelho, e parando de fato.

Orgulhosa da mulher que eu encontrei ali. Eu passei de alguém que fugia e temia para alguém que gostava de quem era.

E que com a mesma força tinha um lado do peito oco.

- Onde você está nessa noite Macarena? - Estaria pensando em mim? Teria pensado em aparecer?

Sacudi a cabeça várias vezes. Se sim, ainda bem que não, porque eu não conseguiria não olha-la agora sem que a beijasse e não sabia se era o que queria.

Destino ou casualidade?Onde histórias criam vida. Descubra agora