CAPÍTULO 2-O CRIME!

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A  casa antiga  de dois andares era limpa, humilde e simples, no centro daquela cidade pequena, São Murilo Duarte. Móveis de segunda mão, vasos de plantas bem cuidadas pra enfeitar e eletrodomésticos baratos haviam sido cuidadosamente organizados para dar um ar de conforto ao lar onde morava uma única pessoa.

Lúcia, 44 anos, a loura carinhosa e romântica, sorriso cativante e iluminado, só tinha dois amores na vida: o filho Daniel, de 24 anos, e o policial que encontrava-se em sua cama naquele momento.

Maurício sentiu os lábios da mulher amada tocarem os seus enquanto ele acordava satisfeito na cama dela.

— Será que a cidade de São Murilo Duarte não está sentindo falta de seu policial mais competente? — sussurrou ela sedutoramente  em seu ouvido.

O policial  a agarrou e a jogou na cama debaixo dele, enquanto ela deu um grito de susto.

— O que foi? Seu próximo amante já está a caminho e você quer ter o terreno limpo antes que ele chegue? — provocou  o policial franzindo o cenho e fingindo irritação.

— Se a gente morasse junto, você não precisaria desconfiar dos homens que eu recebo na sua ausência. — respondeu a mulher oferecendo os lábios ao homem que a agarrou e a beijou enquanto as mãos tocavam os seus seios nus.

— Tenho certeza de que, pelo menos hoje, ninguém toca na minha mulher e obtém algo dela, porque eu não deixei nada para ninguém, não é, minha linda?_sussurrou rouco.

— Hum...sempre tão seguro de seu potencial, seu machista! — riu Lúcia. —Agora vá logo tomar o seu banho, porque o meu filho vai chegar daqui a pouco pra me ver e eu não quero que ele o encontre aqui.

—Sozinho? Sabe que eu não gosto de tomar banho sozinho...ou melhor, você sempre me deixa tão cansado que eu nem consigo me lavar sozinho...— deu um suspiro de contrariedade.

—Tem que ser um banho rápido, porque eu prometi a ele que eu não iria me encontrar novamente com você e eu não vou me indispor com o meu filho novamente. — disse Lúcia saindo da cama e  dirigindo-se ao banheiro empurrando o amante.

Daniel parou  a moto em frente da casa  da mãe, meia hora depois,  e olhou a janela fechada contrariado. Desconfiou que ela estivesse com alguém.

O rapaz alto, magro, cabelos louros e levemente anelados, como os da mãe, olhos claros, como os dela, orgulhava-se de poder dar o máximo de si no restaurante em que trabalhava para ajudá-la a pagar o aluguel.

Ergueu as sobrancelhas bem feitas e bufou irritado.

— O que foi? Você acha que ela está com alguém lá dentro, Daniel?—perguntou Cléber tocando o ombro do namorado ainda sem descer da garupa da moto.

Cléber, também garçom, 27 anos, alto, forte, vasta cabeleira negra e sedosa, barba pretinha, olhos sinceros e vivos, era apaixonado pelo namorado! Sabia que o sentimento era recíproco!

O filho de Lúcia suspirou triste:

— Espero que não, Cléber...espero que não. Você sabe que ela finge que não está ficando com mais ninguém...e eu finjo que acredito nela, mas no fundo eu sei que minha mãe ainda recebe alguém.

Cléber sabia que Lúcia se prostituíra no passado para sustentar o filho.

_ Não sei por que ela ainda faz isso, cara! Eu sei que ela tem feito uns bicos como faxineira e eu ainda dou algum dinheiro pra ela, trago as coisas que faltam,  mas ela parece que viciou nessa porra dessa vida, Cléber! Te juro que eu não sei até quando eu vou aguentar isso, não sei mesmo...minha mãe se deitando com esses putos pra ganhar uns trocados... pra quê, Cléber, pra quê? 

VOCÊ ME PERDOA, AMOR?-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora