CAPÍTULO 18-MARTA FLAGRA OS DOIS JUNTOS!

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Marta chegou na casa de João segurando as sacolas com o suor descendo pelo rosto. O carro estragara a quase dois  quilômetros e ela não conseguiu falar com o mecânico de confiança. Decidiu não esperar e ir a pé, evitando cozinhar dentro do carro. Poderia ligar pra ele mais tarde.

A casa estava silenciosa e ela decidiu não chamar alto e  assustar Daniel, que devia estar dormindo, deduziu. Sem fazer alarde, abriu a porta e colocou silenciosamente as sacolas sobre a mesa. Subiu as escadas pisando macio até que chegou ao quarto que estava com  a porta aberta.

A visão que teve a paralisou na porta do quarto boquiaberta!

Os corpos nus se entrelaçavam no meio da cama e o local  aparentava longas horas de sacanagens devido à quantidade de roupas espalhadas, toalhas, duas bandejas que indicavam que pelo menos o café da manhã e o almoço do dia foram feitos ali e que ninguém se preocupara em levar a louça para a cozinha. O cheiro de sauna masculina não deixava dúvidas de que os dois tinham se esbaldado na ausência dela!

Daniel tinha a cabeça apoiada no peito de João, enquanto esse envolvia o rapaz com braços protetores. O sono dos dois estava tranquilo, sereno, satisfeitos, ela avaliou.

"Desgraçado! Nem acredito que era por isso que este filho da puta vivia reclamando da minha atuação na cama dizendo que eu era fria, que eu não conseguia mais excitá-lo...nunca poderia acreditar que este homenzarrão posando de machão era uma bicha enrustida...!", pensou revoltada.

De repente, Daniel percebeu que algo bloqueara a luz do sol sobre o seu rosto e abriu os olhos. Viu Marta de braços cruzados e cara fechada olhando os dois. Cutucou o braço de João tentando acordá-lo.

— João...

— Só mais um pouquinho, amor...está tão gostoso assim... — gemeu João estreitando os braços em volta de Daniel.

— João... — chamou Daniel mansamente sem querer assustá-lo. — A gente tem visita.

João  abriu os olhos sem entender, quando deu um pulo ao ver Marta olhando furiosa para ele. Puxou os lençóis sobre o corpo nu como se isso fosse protegê-lo da ira dela.

— Marta...Você já voltou? — gaguejou o policial tentando ganhar tempo.

— Não...o que vê aqui é só o meu corpo, porque a minha alma fugiu e deve estar perto da fronteira do estado gritando que eu enlouqueci! — disse Marta sem se conter.

Um silêncio tomou conta do quarto, enquanto Daniel se sentava também se cobrindo e ajeitando os cabelos.

Olhando a cena, poderia se imaginar que a mãe pegara os dois filhos brincando de médico!

— A gente não ouviu você chegar... — gaguejou Daniel para quebrar o silêncio opressor.

— Meu carro estragou há alguma distância daqui.

— Talvez seja o carburador...ou a bateria que  pode ter descarregado... — disfarçou João ajeitando os lençóis sobre o corpo.

— Descarregado vai ficar o meu braço quando eu te socar...João! — corrigiu Marta a tempo. — Então eu era fria...não sabia te satisfazer na cama...não era atraente...Você pode pensar um pouquinho o quanto eu sofri até encontrar o Matias que me fez perceber que eu não era um caso perdido? Você tem ideia das noites que eu passava chorando enquanto você ia pra rua procurar outras porque eu...eu era uma incapaz...uma incompetente? — berrou Marta.

— Marta...a gente pode conversar...não é o que você está pensando... — gaguejou o ex-marido imaginando tudo o que ela poderia falar em um ataque de raiva.

VOCÊ ME PERDOA, AMOR?-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora