Marta estava agarrada ao envelope com o resultado do exame de DNA.
— Antes de abrirmos este exame, quero que você me prometa...não, que você jure que não vai pegar o carro e me deixar sozinha aqui com ele se ele não for o seu filho...quero que me dê a sua palavra! — disse segurando o envelope longe das mãos de João.
— Eu não vou jurar nada...me dê logo isso aqui! — ameaçou o policial ríspido puxando o envelope da mão da ex-esposa.
As mãos tremiam, quando ele rasgou o envelope e o abriu.
De repente, João parou. E se Daniel fosse o seu filho? E ele o tinha espancado, abandonado numa cabana para morrer...torturou-se pela milésima vez!
E se ele não fosse? Faria justamente o que Marta falara e o mandaria embora de sua vida fingindo que ele nunca tivesse existido?
— Não vai abrir? — perguntou Marta ansiosa.
João sentou-se numa cadeira, depositou o envelope sobre a mesa e segurou a cabeça entre as mãos. Fitou o envelope receoso.
De repente, o valor que aquele resultado teria sobre a sua vida praticamente foi potencializado por mil e um peso enorme desceu sobre os seus ombros!
Continuou a olhar para o envelope como se ele fosse uma sentença de vida ou morte sobre ele!
— Maurício... — começou Marta se aproximando.
— Meu nome é João...João! — alertou trancando os dentes nervoso.
— Talvez volte a ser Maurício dependendo do resultado desse exame._ela avaliou.
João pegou o envelope e saiu pela porta sentando-se no primeiro degrau da escada da varanda.
Marta encostou-se na porta e o olhou confusa. Queria saber em que ele estava pensando naquele momento.
— Há um rapaz deitado lá em cima esperando que a sorte dele seja revelada através do resultado desse exame. No momento ele está dormindo, João, e só deverá acordar daqui umas duas horas. Sugiro que abra logo esse exame para que tenha pelo menos um prazo para executar seja lá o que tenha nesse seu coração de pedra...se é que você tenha um, caso ele não seja o seu filho, claro. — disse Marta de repente se sentindo em dúvida sobre se deveriam olhar aquele resultado ou rasgar aquele papel sem saber a verdade!
João respirou fundo e abriu a folha devagar. Olhou o resultado e releu uma, duas, três vezes, antes de estendê-lo a Marta que o colheu rapidamente.
— Negativo...ele não é o seu filho...não é o seu filho... —sussurrou Marta até que notou que João passava por ela e subia as escadas.
Ela o alcançou rapidamente e agarrou o braço do policial em pânico!
— Ele está dormindo...respeite pelo menos isso!_tentou ganhar tempo.
João se desvencilhou dela com violência e continuou a subir as escadas, até que Marta o alcançou novamente e barrou a entrada dele no quarto.
— Ele ainda merece respeito, mesmo não sendo o seu filho, não vê? O que vai fazer? Dar um chute na bunda dele e jogá-lo na estrada, é isso? — sussurrou para não acordar Daniel.
João se desvencilhou de Marta novamente e entrou no quarto fitando Daniel dormindo na cama.
"Todo homem, quando dorme, parece um anjo...", lembrou-se das palavras da ex-esposa num dia em que ela confessara que não tivera coragem de acordá-lo, mesmo ele tendo chegado bêbado e cheirando ao perfume de outra mulher, e desmaiara na cama.
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VOCÊ ME PERDOA, AMOR?-Armando Scoth Lee-romance gay
RomanceIMPRÓPRIO PARA MENORES DE 21 ANOS! Maurício não podia acreditar no que ouviu: alguém matara Lúcia, a mulher da sua vida, de maneira covarde! Maurício não podia acreditar no que viu: Daniel, o filho de Lúcia, o principal suspeito do assassinato da p...