VOCÊ ME PERDOA, AMOR?-Armando Scoth Lee-romance gay

CAPÍTULO 20-MAURÍCIO REVELA TODA A VERDADE PRA DANIEL

O recém-chegado olhou para a médica sem acreditar que ela o seguira!

— Marta, o que está fazendo aqui? — disse Eurides ainda mais confuso.

— A gente voltou, Eurides...a gente está junto de novo. —mentiu Marta abraçando o ex-marido que tremia de ódio._É isso que queria saber? Satisfeito agora? Vai espalhar a fofoca do ano pra todo mundo, aposto!

— Ah...agora está tudo explicado...a doutora Marta voltou para o Maurício, deu um trato no visual dele, deu colinho para ele esquecer que ficara viúvo e o cretino vem descontar em mim. Olha aqui, malandro, eu sempre duvidei da sua sanidade mental quando te via pegar as suas vítimas daquele jeito, mas agora não tenho mais dúvidas. Você enlouqueceu de vez...enlouqueceu mesmo...Primeiro disse que nunca iria voltar pra ela, disse que preferia morrer a voltar pra ela e agora, temendo que eu descobrisse a sua recaída, se esconde neste fim de mundo e me arrebenta a cara...tu pirou de vez, Maurício, de vez!  Mas não se esqueceu como bater pra valer, seu filho da mãe!

Eurides esfregava o queixo dolorido.

— Venha até a cozinha que eu coloco um saco de gelo, Eurides... — Marta tentou despistar.

Eurides já pegara uma lata de cerveja gelada e a colocava no lábio que inchava.

— Não precisa, Marta. Você devia ter sido sincera comigo e me avisado que esse aí tinha surtado...também, o que eu esperava? Um homem que não tem palavra e que se transforma todo só pra agradar a mulherzinha não merece beber comigo...se quiser posso avisar lá na central que você não vai mais voltar, que agora vai virar fazendeiro e vai ficar enfiado nesse sítio criando galinhas e vacas...

— Eurides, acho melhor você ir embora, está bem?! — alertou Marta quando Maurício se soltou da mão dela e se dirigiu até a cozinha.

— Ok...acho que você tem razão...talvez você me confesse depois que ele agora está cheirando alguma merda também, porque ele está totalmente pirado, Marta...totalmente pirado. Tome cuidado com ele, hein?! Não acha melhor voltar comigo pra cidade?

— Não...eu sei como lidar com ele...você deve ter falado algo que o deixou irritado, só isso.

— Isso é verdade...eu falei da putinha dele que morreu... — sussurrou Eurides para que Maurício não o escutasse. —Quer saber? Que ele se dane, que eu não tenho saco pra aguentar surto de homem...e você, Marta...realmente achei que você tinha amor próprio, minha filha, porque aceitar esse cara de volta depois de tudo que ele fez com você faz você cair mil por cento em meu conceito.

Eurides saiu da casa pisando firme, entrou no carro e foi embora levantando poeira.

Marta esperou que ele saísse na porteira e entrou rapidamente. Olhou Maurício apoiado na pia da cozinha.

— Foi você quem contou que eu estava aqui, não foi? Depois se arrependeu e veio atrás pra tentar evitar a merda que fez...

— Não fui eu! Eu juro! Ele ligou e deduziu que você tinha se escondido e que só podia ser aqui...disse que viria te procurar, eu te liguei, você não quis atender o telefone e eu tive que vir atrás dele pra ver se o impedia de chegar aqui, mas me atrasei no trânsito e ele chegou primeiro... — defendeu-se Marta rapidamente. — Onde está Daniel? Lá em cima?

— Eu mandei ele ficar naquele quarto dos fundos...Essa foi por pouco...por pouco.

— Veja se consegue se acalmar enquanto eu subo pra ver como o Daniel está.

A médica assustou-se ao notar que Daniel não estava no quarto. Saiu e foi procurá-lo nos outros cômodos do segundo andar, até que, assustada, foi em busca de João.